A Morte do Capitão Marvel – Uma Homenagem Àqueles que (Nunca) Se Foram

A Morte do Capitão Marvel – Uma Homenagem Àqueles que (Nunca) Se Foram: Super Heróis são como gigantes, como constelações, são arquitetos da mudança, senhores do impossível, inspirações do ideal e, muitas vezes, invencíveis na sua essência. Todos os supers são uma grande inspiração para nós, seres mortais, fruto de uma fantasia tão real e de uma realidade tão fantástica pela qual vivemos.

Na vida cotidiana perdemos e ganhamos a todo o tempo. Isso que nos forma, esse conjunto de fatos que nos move para todos os dias escrevermos mais fatos. Já Super Heróis não perdem. Eles são, na essência, o abrigo da vitória, da virada de patamar, do bem vencendo o mal. Estamos acostumados ao triunfo certeiro dos supers, mesmo que seja no último instante, com uma cartada não previamente informada, uma solução para a resolução do problema.

Mas o que acontece quando um Super Herói perde definitivamente?

Muitos dizem que a morte é o fim de tudo, outros dizem que a morte é o começo. Lidar com o fato é difícil, mesmo que seja com alguém como um Super Herói.

O câncer é uma doença muito cruel. Ela é silenciosa e muito traiçoeira. Quando se manifesta, não deixa avisos e apenas já em estado mais avançado começa a trazer sintomas para os seus portadores. Ela pega famílias de surpresa e traz um sentimento conjunto de dor. É uma doença que não tem cura, infelizmente. Nem as grandes mentes do mundo conseguiram ainda uma cura para esse mal que assola tantas famílias.

Uma das partes mais difíceis é informar os entes queridos que você está com essa doença em estado avançado. Afinal, todos sabem o quão grave e irreversível é o câncer. É uma conversa corajosa e que muitas vezes traz revolta, já que é algo que não tem muita solução, na maioria dos casos. É muito difícil “aceitar” a situação. É muito difícil saber que você está prestes a perder quem ama.

O tempo vai passando e os sintomas, cada vez mais frequentes, vão debilitando o portador da doença e, com isso, a situação vai ficando ainda mais difícil. Como aceitar que, depois de tantas coisas feitas, uma jornada com tantos méritos e trabalho duro realizado possa terminar de uma maneira tão sofrível e tão repentina? Como mensurar o pouco de vida que se resta de uma maneira racional? Como manter o controle quando tudo está descontrolado?

A situação se agrava dia após dia, como uma queda livre, sem fim. Os calendários são muito cruéis nesse aspecto. Cada “X” significa um momento que nunca mais será vivido. A chama aos poucos vai se apagando, de uma maneira definitiva e cruel. Nesses momentos a união é fundamental para gerar um sentimento de conforto entre o paciente e seus entes queridos. É hora do perdão, ser perdoado e aprender a perdoar.

Então a maior batalha da vida começa a desenrolar o seu fim. Nada é tão difícil quanto ver alguém que você ama em uma situação assim. Nesses momentos o que resta é o silêncio. Palavras nunca serão capazes de traduzir uma imagem, principalmente uma imagem de algo que é imensurável e incalculável.

Então a última batalha começa. A batalha pelos últimos suspiros. As últimas memórias, os últimos momentos, os últimos sentimentos. O coração, a representação da vida, em suas últimas batidas.

O quão difícil deve ser ao sentir que a batalha mais importante das nossas vidas não pode ser vencida, indo de encontro ao destino inevitável.

E em meio a toda a reflexão e situação extrema… o silêncio derradeiro. Palavras nunca serão capazes de traduzir esse silêncio.

Palavras nunca serão suficientes.

Esse é um relato de Jim Starlin e de tantas outras pessoas (como eu) que perderam Super Heróis para o câncer.

Vocês nunca estarão sós.

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