Ava – Sempre Se Pode Ter Mais John Wick!
Ava – Sempre Se Pode Ter Mais John Wick: Está chegando aos cinemas do mundo todo Ava, o thriller de ação amargurada e porradaria deprê estrelado por Jessica Chastain! Pegando carona no bonde “John Wick”, Ava é uma personagem sensacional, com um histórico bem elaborado e que ganhou um filme honestíssimo – tem lá seus altos e baixos, mas a construção do seu universo foi muito boa!
Jessica Chastain interpreta Ava Faulkner, uma assassina profissional que começa a ter estranhas crises de consciência. Ao invés de eliminar seus alvos da maneira mais simples e rápida possível, ela começa a conversar com eles. Ava quer entender o que eles fizeram, afinal, para que merecessem ter a cabeça posta a prêmio – eram realmente culpados? Esse tipo de coisa, no ramo dela, pode significar uma série de brechas para que as coisas deem terrivelmente errado – e, eventualmente, elas dão.
O indispensável drama familiar acaba se tornando bem complexo: Ava vai para Boston visitar sua irmã Judy, e só então descobrimos que a mercenária assassina fugiu de sua família 8 anos antes. Ela descobre que sua mãe teve um ataque cardíaco e está no hospital, se recuperando. Ela também tem uma outra ligação delicadíssima: Ava estava namorando o atual namorado de sua irmã antes de fugir.
Parece uma daquelas bobagens que servem pra encher linguiça, como bom clichê de filme hollywoodiano mas, na verdade, quando uma missão de Ava dá muito errado – e ela percebe que as coisas desandaram porque recebeu informações que a prejudicariam – ela começa a afundar lentamente rumo à depressão. Alcoólatra, ela não pode tomar um gole sequer pra não ter uma recaída – então descobrimos que ela fugiu de Boston porque descobriu um caso extra-conjugal de seu pai, mas foi acusada por ele de roubo; ela entrou para o exército, mas foi prejudicada pelo alcoolismo. Ah, o ex-namorado? Viciado em jogo e deve uma grana preta.
Todos esses elementos jogados parecem apenas servir pra desviar a atenção enquanto não temos cenas de ação, mas eles vão se encaixando de maneira a deixar a situação de Ava cada vez mais insustentável – e verossímil. Ela vai até o inferno com gosto, afunda o pé na lama e está disposta a se afogar em sangue – o seu próprio. De quebra, a organização que a contrata para os assassinatos se volta contra ela numa reviravolta do tipo “pensei que não tinha como piorar”.
As cenas de ação na primeira metade do filme não são boas. Chastain não parece natural lutando ou portando uma arma. Essa impressão diminui à medida que o filme avança e temos cenas cada vez melhores, que remetem a outro clássico: a série de filmes Bourne. Porém, se ela parece estar ainda se desenvolvendo como lutadora, ela brilha na interpretação da alcoólatra lutando para não se perder no vício novamente. Contracenando com Geena Davis, Colin Farrel e John Malkovich, ela mostra que é uma grande atriz e Ava tem potencial para se tornar uma ótima franquia – é uma pena que a situação dos cinemas por conta da pandemia torne isso muito improvável.
Resta torcer para que haja retorno suficiente pra garantir uma segunda parte da história. Se esse filme serve pra alguma coisa, é de prólogo de uma saga com bastante ação, lutas brutais e um confronto extremamente violento: contra as trevas da própria alma.
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