BATWOMAN S01E09 – CRISE NAS INFINITAS TERRAS, PARTE 2
BATWOMAN S01E09 – CRISE NAS INFINITAS TERRAS PARTE 2: A primeira parte de CRISE NAS INFINITAS TERRAS que presenciamos na série da Supergirl, tratou de nos presentear com uma bela surpresa. Um crossover divertido, bem escrito, com boas atuações e, finalmente, pudemos ver um evento à altura do marketing que está recebendo. Não se enrole, iremos prosseguir com muitos spoilers, se ainda não viu o episódio, aconselho vê-lo logo e vir depois ler essas pequenas e parcas palavras que escrevo sobre está pequena pérola do mundo da séries.
O episódio parte do ponto sem retorno: a morte de Oliver. E quando tratamos de morte, obviamente veremos como a maioria dos heróis lida com a perda. Afinal a persona de Oliver Queen é de suma importância para este universo, afinal sem Arrow não haveria este lindo universo compartilhado da CW.
Foi através de Oliver que a centelha do heroísmo nasceu neste universo, mesmo que reze a lenda de que o Batman exista antes do Arqueiro, não trabalhamos com fatos não comprovados, logo Oliver é o vigilante original. Portanto não haveria heróis ali se não fossem pela sua motivação e heroísmo. E o que fazer agora que seu maior herói, o cara que deu sua vida para salvar 1 bilhão de pessoas? Como vencer o Anti-Monitor? Não seria o Monitor com seus incríveis jogos mentais, né? Portanto, cada herói tenta lidar com a dor como pode. Uns brindam ao herói, e outros tentam arranjar uma forma de ressuscitá-lo. Algo bem comum neste universo.
Mas é então que somos surpreendidos com o conceito de Paragon. O Monitor revela aos heróis que estão ali na Waverider que, através de estudos do Livro do Destino e o Livro dos Guardiões, descobriu a existência de um grupo de heróis que salvará o Multiverso na luta contra seu nêmesis, aka, Anti-Monitor.
Conceitualmente, os “Paragons” são espécies de avatares multiversais de características da humanidade. Mar Novu diz que tem somente a confirmação de 2 indivíduos desta grandeza identificados: Esperança (Supergirl) e Destino (Sarah Lance) e está na busca do avatar da Verdade e da Coragem.
Este belo conceito nada mais é do que uma saída criativa dada pelos roteiristas para que estes 7 heróis sejam os guerreiros que combaterão o poderoso ser do universo de anti-matéria, e também para que a questão orçamentaria não fuja do controle. Infelizmente, não teremos a clássica cena dos heróis do Multiverso combatendo o vilão. Mas vamos torcer para que vejamos esta simbólica cena de união entre heróis e vilões unidos e motivados para sobreviver.
Voltando ao episódio, logo são formadas duas equipes para localizarem os Paragons da Verdade e o da coragem. Mar Novu revela que as características do primeiro remetem a um kriptoniano que perdeu muito e conseguiu sobreviver como um verdadeiro modelo de verdade e heroísmo. Logo, o Superman e a Lois da Terra-38 se voluntariam para a missão. Em paralelo o Monitor liberta Lex Luthor com o Livro do Destino e com acesso às Terras paralelas. É um prato cheio para o vilão que trata de colocar em prática sua vingança, agora expandida para matar todos os Supermen do Multiverso.
Já para localizar o Paragon da Coragem, Mar Novu indica o caminho de irem para a Terra-99 onde uma versão futurista do Batman seria a escolha. Então Batwoman e Supergirl aceitam a missão.
Interessante que as movimentações do Monitor num plano geral fazem realmente funcionar a trama e convergir para que Lex Luthor de certa forma ajude a localizar o Paragon da verdade, que não é ninguém mais, ninguém menos do que o Superman do Brandon Routh.
Um parênteses muito legal sobre esta versão do Superman é que ele é o mesmo personagem do filme Superman: O Retorno, logo é o Super do Christopher Reeve (visto que é uma continuação direta dos filmes do ator) que sofreu irreparáveis perdas no seu caminhar e mesmo assim se manteve como um verdadeiro modelo de verdade e heroísmo. É muito justo que ele seja interpretado pelo Brandon Routh, o verdadeiro e único herdeiro do manto do Reeve. E isso não é teoria de internet não confirmada, pois foi confirmado pelo produtor da série antes mesmos dos eventos de Crise irem ao ar. Sendo assim, a referência deste Super vestir o uniforme do kriptoniano de Reino do Amanhã é muito correta.
E por falar em referências, o que dizer da participação de Tom Welling trazendo novamente o seu “Superman” de Smallville? Eu achei bem legal. Ao meu entender o destino do personagem foi muito coerente com o que ele desenvolveu em sua série. Clark sempre foi influenciado por seu pai adotivo Jonathan, mesmo após a morte dele. E o que Clark mais ansiava era casar com a mulher de sua vida (sim, estou falando de Lois Lane e não da Lana) e ter uma família. E como todos sabem, Lois não poderia engravidar do Homem de Aço e sobreviver ao parto. Tanto que o Superman do Tyler Hoeclin da série da Supergirl, ao saber que sua Lois está grávida, decide se mudar para Argo-city, onde ele sobre os raios do sol vermelho não teria poderes, mas poderia dar à sua esposa a oportunidade de criar seu filho Jonathan. Logo, o Clark de Tom Welling abdicar dos seus poderes para ter uma família é muito coerente com este personagem. BAITA PARTICIPAÇÃO, SIM SENHOR. E caso queiram aproveitar o personagem com poderes, basta ver o que o Monitor fez com o Cisco, que recuperou os poderes com um movimento de mãos, rs. Uma linha do roteirista recuperaria o Superman da série Smallville.
Seria até um pecado não comentar a visita da Batwoman e da Supergirl na terra-99 visitando o Batman do futuro. Kevin Conroy somente com sua poderosa voz engoliu Ruby Rose. Sério mesmo. Que diálogos poderosos e afiados. Imaginar que esta é uma versão do Batman que mata mais que o Pica Pau é de arrepiar a espinha. E os roteiristas espertos já deixaram a referência de que este é o Batman dos filmes do Zack Snyder. Os diálogos todos remetem ao icônico personagem interpretado pelo Ben Affleck. E uma das partes que mais gostei foi quando Bruce, conversando com Kate, diz que ele matou tantos que seria impossível ele ser o avatar da Verdade. Após esta revelação, sua prima da Terra-1 olha para aquele velho ranzinza num misto de surpresa, nojo e indignação. QUE CENA, SENHORAS E SENHORES, QUE CENA de BATWOMAN S01E09 – CRISE NAS INFINITAS TERRAS PARTE 2.
Kevin Conroy ficou muito mais conhecido por ter sido o dublador da série animada do Batman dos anos 90 e da Liga da Justiça, mas foi uma grande surpresa vê-lo atuando. Me surpreendeu de verdade. Palmas para a produção do evento que garantiu mais brilho a este episódio. E saber que este é o Batman do filme do Snyder que foi seduzido pelo caminho mais fácil, que era o de matar os monstros e ter descido a ladeira tão vergonhosamente, mostrando que sim, uma morte traria outra, e outra e outra… diz muito sobre o motivo dessa versão dos cinemas ter falhado miseravelmente.
Enfim, foi um ótimo episódio, marcado por alguns pilares: a busca pelo Paragon da Verdade, o Paragon da Coragem, Mia e Sarah correndo atrás de ressuscitar Oliver e Ray Palmer criando uma máquina de rastreamento de Paragons.
O primeiro pilar rendeu uma excelente luta entre dois Supermen de universos diferentes, mesmo que relevemos os bonecos digitais pois, como bem sabemos, a limitação financeira para este tipo de série é bem comum. Além de comprovar o melhor Lex Luthor do Multiverso: Jon Cryer. E ter apresentado o verdadeiro e maior Superman (me refiro a versão do Brandon Routh).
O segundo pilar rendeu ótimos diálogos, apesar de cenas pobres de lutas e o Batman do Conroy ter morrido com um empurrão (é até coerente visto que ele mal andava com aquele exoesqueleto que sustentava o seu corpo). E ter aumentado o grau de amizade entre Kara e Kate, mostrando que talvez vejamos mais destes encontros entre “as melhores do mundo”.
O terceiro pilar foi a tentativa débil, arrogante e egoísta de tentarem ressuscitar Oliver Queen. Mas isso foi uma das formas de Mia tentar superar a dor. No próximo episódio certamente mostrarão o grupo de Mia, Sarah e Constantine tentando capturar a alma do Arqueiro, para que possa colocar no corpo ressuscitado do personagem.
O crossover deste episódio foi bem bacana, e foi um sonho ver tantos personagens queridos retornarem para este evento e com uma baita história de background. Fico feliz de estar acompanhando com vocês este grande momento, meus amigos. Feliz e realizado. Finalmente um universo compartilhado digno de nota. E a nota mais alta. Muitas séries gostariam de estar chegando num nível de evolução e maturidade demonstrada até aqui. Alguns lembrariam talvez da união Marvel/Netflix com alguns personagens da Casa das Ideias adaptados numa tentativa de universo compartilhado, mas foram apenas notas de rodapé na história da televisão, eu diria ate um universo bem menor. A CW sim está fazendo história e prometendo que a conclusão deste crossover irá marcar nossos corações de maneira única e verdadeira.
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