Brandon Routh – O Superman que Precisamos e Merecemos – (E o melhor Átomo que já tivemos)!

Brandon Routh – O Superman que Precisamos e Merecemos – (E o melhor Átomo que já tivemos): No início dos anos 2000 havia um nome que todos os estúdios queriam. Um diretor que foi capaz de mostrar que sim, filmes de heróis poderiam ser blockbusters: Bryan Singer! Partindo de um orçamento enxuto e com o apoio de um elenco extremamente dedicado e talentoso, Singer fez dos X-Men na Fox uma franquia cinematográfica vitoriosa, mudando de vez a visão de Hollywood sobre nossos heróis de collant e abrindo as portas para as mais diversas adaptações derivadas dos quadrinhos. Os super-heróis eram a bola da vez, e Bryan era o exemplo de sucesso a ser perseguido.

A Warner, dona do universo DC, não poderia ficar de fora dessa festa. Era necessário trazer seus medalhões de volta para o jogo: Christopher Nolan foi chamado para reformular o Batman, que estava na geladeira do estúdio desde o bizarro trash “Batman e Robin”, de 1997. Já quanto ao Homem de Aço, a Warner resolveu jogar ainda mais pesado: Tirou da Fox o seu maior trunfo e anunciou Bryan Singer como diretor do próximo filme do Super.

A visão de Singer para o futuro do Super vinha diretamente do seu passado. Ele não queria reinventar o Homem do Amanhã e sim reverenciar as suas origens. Trazer o Super clássico de Christopher Reeve para os dias atuais. A trama seria simples: Superman teria se afastado por 5 anos numa jornada em busca dos restos de Krypton e voltaria, após isso, para a Terra, que teria mudado durante sua ausência. Um homem fora do seu tempo, mas com os mesmos valores de ontem. O escoteiro de bom coração voltando para um mundo que aprendeu a viver sem ele.

Mas quem poderia reviver Reeve? Ser sua continuação? Incorporar seus trejeitos, sua forma de atuar, seu olhar? Para esse trabalho hercúleo, Bryan resolveu apostar num ilustre desconhecido do grande público: Brandon Routh.

E foi uma aposta deveras certeira. Brandon consegue ir do estilo caricato e atrapalhado do Clark Kent interpretado pelo Reeve, ao olhar altivo e imponente do Super, com direito a conselhos para os civis, com um sorriso no rosto, mesmo após ter arriscado a própria vida para salvá-los. Era como se estivéssemos vendo uma fotocópia do mesmo Super de 1978. Como se Superman I e II tivessem sido ontem e, hoje, estivéssemos na estreia do verdadeiro terceiro episódio de sua saga (perdoe-me, Richard Pryor).

Apesar de ter recebido boas resenhas e de ter sido elogiado pela crítica, Superman Returns não foi o sucesso comercial que a Warner esperava, fazendo apenas 391,1 milhões de dólares. Mesmo com cenas empolgantes como o resgate do avião em queda, o tiro a queima roupa no olho do Super e a épica cena que o ele ergue o continente gerado por tecnologia kriptoniana em direção ao espaço, o filme não empolgou o público. Pelo simples fato de que apesar do filme ter um Super digno de Reeve, há falhas estruturais. O filme carece daquilo que todo Blockbuster precisa: Ação! Superman e seu nêmesis, Lex Luthor (vivido por Kevin Spacey), encontram-se apenas uma vez durante todo o filme e, após ser capturado e apunhalado pelo vilão, o herói não mais o vê. Não há mais confronto direto. Perdeu-se o duelo de titãs.

Claro que o filme tenta ser uma homenagem a 1978, com Luthor tentando o mesmo plano imobiliário e destruindo milhões de pessoas no processo (com terremotos e tsunamis). E lá vai o Super lutar contra a natureza para salvar a todos, tal qual fez em 1978. Só que em 28 anos as coisas mudam, o cinema ficou mais dinâmico e, às vezes, reverenciar demais pode fazer perder a identidade do projeto…

Com isso a franquia não foi para frente, um segundo filme do Superman estrelado por Routh nunca aconteceu e sua carreira cinematográfica acabou restrita a participações especiais como a de Bobby Long em “Zack and Miri Make a Porno” e Todd Ingram em “Scott Pilgrim Versus the World”, ou tentando protagonizar filmes com orçamentos menores, como no caso de “Dylan Dog: Dead of the Night” sem muito sucesso.

Parecia que a fase de heroísmo do nosso Brandon estava fadada ao esquecimento. Porém, eis que sem mais nem menos surge uma luz: O Arrowverso!

Foi no Arrowverso que Routh reviveu seus momentos de super-herói, ao interpretar o cientista Ray Palmer, o Átomo. O que começou como uma participação especial foi se estendendo, levando Brandon a ser posteriormente convidado para fazer parte do elenco de uma vindoura série do CW: Legends of Tomorrow, para onde ele carregou sua querida esposa na vida real, Courtney Ford, para viver Nora Darhk.

E eis que, de repente, chega o crossover Crisis no Canal Warner. Heróis do multiverso se unindo para deter o Anti-monitor. E com isso, infinitas possibilidades, dentre essas uma grande e justa homenagem: Brandon Routh atuar como Superman mais uma vez.

E não qualquer Super! E sim o Superman baseado em Kingdom Come, que perdera Lois, Perry e aqueles que amou num ataque orquestrado pelo Coringa, mas seguiu em frente. Vê-lo com o uniforme de Kingdom Come e cabelos levemente grisalhos é de fazer sorrir a qualquer velho Decenauta. É visível a alegria de Routh ao voltar a viver o Homem de Aço. Parece uma criança que, após um longo período, reencontra seu brinquedo favorito e que jamais saiu de suas recordações.

E um bônus a mais para o Brandon: Após a luta com o Superman da Terra 38, Routh diz que essa é segunda vez que ele havia lutado consigo mesmo, referindo-se obviamente a clássica cena de Superman III. Com isso os roteiristas dão o melhor dos fanservices, de que aquele Super, da terra 96, seria o Super original do filme de 78, que envelhecera e se tornará o “Paragon” da Verdade.

Por fim, pode-se até dizer que o Super do Brandon é uma cópia da atuação de Reeve e que Superman Returns é um filme algo piegas e dramático. E, claro, pode-se reclamar da falta de ação da película de 2006. Mas no fundo, bem lá no fundo, todos nós concordamos em uma coisa: É muito bom trabalhar algo que se ama. E isso, meus amigos, é a síntese de Brandon Routh atuando mais uma vez como Super: A de alguém que simplesmente está fazendo o que tanto adora.

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Pai Fader

Pai fader - Um homem de bem com a vida, cheio de espiritualidade, com uma visão holística sobre esse misterioso mundo pop

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