Cats não é tão ruim quanto parece amigos – É BEM PIOR!
Cats não é tão ruim quanto parece amigos – É BEM PIOR: Caros amigos Popnautas, como vão? Eu vou triste, bem triste, porque acabei de ver Cats e confirmei com esses olhos que a terra há de comer que sim, Cats é uma atrocidade e não deve ser vista por ninguém. E quando digo “ninguém” é ninguém mesmo, nem pela sogra, ou pelo vizinho insuportável, ou pelo cunhado inútil. Nenhum deles merece sofrer vendo esse filme.
E nesse desabafo direto, o que me deixa um tanto quanto abismado é: como que um musical de sucesso, com lindas melodias, sucesso de crítica e de público desde suas estreia, lá no início da década de 80 na Inglaterra, e depois na Broadway e numa série de outros países (dentre eles o Brasil), conseguiu fazer um filme tão ruim? Não é o simples caso de algo que é falho pelas suas origens e sim algo que era bom e se tornou falho, que se perdeu em sua conversão do teatro para o cinema.
Algo que era agradável e que se tornou intragável.
Cats não é tão ruim quanto parece amigos – É BEM PIOR: Vamos lá, o diretor, Tom Hooper, é um diretor experiente, tarimbado, vencedor do Oscar pelo filme “O Discurso do Rei” e com experiência em musicais, pois já havia dirigido o elogiado “Os Miseráveis”. O elenco de Cats é um elenco muito bom, com a talentosa Judi Dench no papel da gata anciã Old Deuteronomy, Ian McKellen, nosso querido Magneto e Gandalf, no papel do gato de teatro Asparagus, Idris Elba, nosso Heimdall, como o maligno Macavity, a belíssima bailarina Francesca Hayward como a felina Victoria, Jennifer Hudson como Grizabela e muitos, muitos outros. Um elenco estrelar e um diretor gabaritado para o trabalho em questão.
Mas então, com uma equipe dessas, um bom orçamento em mãos, uma história conhecida e já testada e aprovada e uma trilha sonora fora de qualquer questionamento; como diabos conseguiram estragar isso?
Ah, meus amigos! O diabo mora é nos detalhes! E foi ai que vaca desandou e foi pro brejo.
Cats é uma peça de teatro, um musical, onde os atores, travestidos como gatos que vivem nas ruas de Londres, apresentam-se, uma vez ao ano, para o líder de seu bando felino, os “Jellicle cats” (no caso, a Old Deuteronomy, de Judi Dench). Numa espécie de show de talentos ao luar, esses gatos tentam alcançar o grande prêmio, que seria a chance de ascender “aos céus” e ganhar uma nova vida (gatos tem 7 vidas, lembra? Se bem que gato inglês tem 9 vidas, mas não vem ao caso). Nisso tudo temos uma gatinha novata, recém abandonada nas ruas, que é a gata Victoria, tentando achar seu lugar nesse bando e o maléfico gato Macavity, que tenta, a qualquer custo, ganhar o grande prêmio, mesmo que para isso precise sequestrar ou até matar seus concorrentes.
Bom, como viram, a princípio é tudo relativamente simples, um palco com pano de fundo de um luar e cenário de um ferro velho no qual os atores maquiados de felinos vão se apresentando, dançando e cantando. Uma espécie Britain’s Got Talent, só que sem o Simon Cowell (e com miados). Agora pega essa ideia simples e prática e vamos desandar tudo nos detalhes, com o tridente do inferno conhecido como EFEITOS ESPECIAIS!
E ai meus amigos que o filme começa a ficar insuportável. A técnica em CGI utilizada para transformar os atores em gatos é horrenda! Os felinos não parecem nem gatos e nem humanos e sim uma quimera disforme, que traz náuseas do início ao fim do filme. Como se as cabeças dos atores tivessem sido arrancadas e coladas em corpos cobertos por pelugem animal. E nisso lá se vai a expressividade e a delicadeza que uma peça como essa precisa transmitir para seu público (e o pior de tudo é saber que esses efeitos chegaram ao cinema incompletos e que nem mesmo uma atualização dos mesmos, com o filme ainda em cartaz, conseguiu salvar a situação).
As escolhas de cenários também foram as piores possíveis. Tudo bem, gatos são seres menores que os humanos, porém não são do tamanho de ratos. A proporção em determinados cenários fica tão grotesca que parece que os atores diminuem e aumentam de uma cena para a outra, causando certo enjoo a quem está assistindo. Tem horas que um dado parece maior que a “pata” de um gato e o trilho de um trem parece ser maior que três felinos juntos. Some isso a “roupagem” digital dos atores e a tortura só aumenta.
E o que dizer de certas cenas que beiram ao incompreensível? A abertura é um show de apresentações de praticamente todos os gatos concorrentes ao grande prêmio de uma vez só. Para aqueles que nunca viram a peça é algo completamente desorientador. E o que dizer da cena de apresentação da gata Jennyanydots interpretada por Rebel Wilson? Com direito a “arrancar” o próprio couro com um zíper, dançar com ratos e baratas antropomórficas, com direito as mesmas carinhas humanas que os gatos do filme e, durante o espetáculo, devorá-las? Lembre-se que esse CGI bizarro dá uma sensação algo que humana a todos os animais e insetos, dando uma horrível sensação de “canibalismo” para essa cena em questão.
Isso sem falar em outras cenas desnecessárias, como o personagem James Corden comendo restos de lixo, ou a personagem de Taylor Swift jogando “erva de gato” em pó pra gataria toda entrar em êxtase durante seu show (sim, temos a versão de drogas numa rave no filme)…
O filme até tenta se salvar em alguns momentos, como na apresentação musical do Idris, ou na interpretação da famosa “Memory” pela voz de Jennifer Hudson. Mas ai, meus amigos, ai o estrago já tava feito e o gato já tinha morrido de curiosidade pelo CGI…
Bom, é isso, o triste disso tudo é que Cats poderia ter sido muito, mas muito melhor se não tivessem bulido em seu cerne, não resolvessem “reinventar a roda”, ou melhor, se simplesmente tivessem seguido a velha regra de ouro: “Em time que está ganhando não se mexe!”
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