CINDER & ASHE pela editora Panini
CINDER & ASHE pela editora Panini: O final dos anos 80 foi muito loko pra quem lia quadrinhos! Quem estava lá na época saiu de uma rotina de gibis em formatinho com uma pegada infanto-juvenil para obras como O Cavaleiro das Trevas, Sandman, V de Vingança… É verdade que o Demolidor em Superaventuras Marvel se destacava no quesito violência urbana em suas páginas já há algum tempo, mas essa é a exceção da regra. A verdade é que saímos dos X-Men e, sem massagem, caímos em Watchmen, ou Moonshadow, ou Orquídea Negra, e isso foi sensacional! Eu tinha 14 anos quando a editora Abril publicou CINDER E ASHE. Lembro como se fosse ontem.
A mini-série é escrita por Gerry Conway e desenhada por José Luiz García-López e foi originalmente publicada pela DC Comics.
Conway é escritor com importante passagem pela Marvel Comics, tendo como destaque de seu trabalho a inesquecível história “O dia em que Gwen Stacy morreu”. Sim, ele foi o responsável por isso… Criou o Justiceiro, iniciou a Saga do Clone original, mas matou a Gwen…
Já José Luiz García-López teve carreira longeva dentro da DC Comics. Desenhou todo mundo por lá: Batman, Deadman, Novos Titãs, Superman, Lanterna Verde, Hawkman, desenhou Superman vs Wonder Woman em 1978 (também escrita por Gerry Conway), Superman vs Homem-Aranha, Batman vs Hulk… e o Esquadrão Atari! Como era legal o Esquadrão Atari! Mas hoje estamos aqui pra falar de Cinder e Ashe.
Cinder e Ashe é leitura recomendada a adultos, principalmente pelo realismo dos desenhos de García-López ao retratar cenas de violência, alguma nudez e uma chocante e inesquecível cena de estupro. Cinder é filha de um soldado americano negro com uma vietnamita e foi concebida em plena guerra do Vietnam. Ela tem cerca de 5 anos quando Ashe, mais um soldado vivendo aquela loucura nas ruas de Saigon, a encontra em uma situação um tanto quanto complexa.
Quinze anos depois e eles são a CINDER E ASHE – PERITOS EM CONTROLES DE DANOS, uma agência de detetives particulares especializadas em assuntos escabrosos atuando em New Orleans. Usando o recurso de flashbacks, Conway nos envolve em uma trama na qual os fantasmas do passado de ambos voltarão para o acerto de contas impagáveis. E eu acho que já falei demais…
Após muito tempo fora de catálogo, a editora Panini finalmente resgata esse tesouro e republica Cinder & Ashe em edição única e capa dura. A edição é caprichada, com prefácio do próprio Conway e seção de estudos e esboços de personagens por García-López. Devo dizer também que as cores da edição nova estão mais agradáveis do que as da editora Abril, feitas 30 anos atrás…
Para finalizar, os editores da primeira publicação sugerem no prefácio do gibi que o leitor deguste a leitura ouvindo jazz (mais especificamente Buddy Bolden), música característica de New Orleans e tão comum ao gênero noir. Esse texto foi redigido seguindo essa recomendação…
CINDER & ASHE pode ser encontrado na Amazon nesse link.
Tem também na loja virtual da Panini, confira aqui.
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