Clássico do dia nº 01

David Bowie – Absolute Beginners

Alguns artistas se celebrizaram por experimentar diversas fases musicais distintas ao longo da carreira. O camaleão David Bowie fez da mudança a grande constante de sua trajetória. Glam, pop, eletrônico ou experimental: Bowie transitou por estes e outros estilos com a desenvoltura de um dos artistas supremos do rock. Nascido David Robert Jones, passou a utilizar seu famoso pseudônimo, inspirado no célebre desbravador americano do século XIX, para evitar confusões com Davy Jones do The Monkees. Após alguns singles e um disco que passaram em brancas nuvens, Bowie surgiu para o mundo em 1969, quando o single “Space Oddity” foi lançado apenas cinco dias antes da missão Apollo 11 começar sua jornada rumo à conquista da lua. Mas o superestrelato veio mesmo no início dos anos 70, quando ele assumiu a persona de palco de Ziggy Stardust, um alien de visual andrógino e estética glam. Em 1974 ele se muda para os Estados Unidos. A influência da música norte-americana transparece na sonoridade que ele denomina como “plastic soul”, com matizes de soul e funk. A ruptura com o estilo que o consagrara anteriormente aliena alguns fãs antigos, mas amplia sua reputação na América. Este período legou discos clássicos como “Young Americans” e “Station To Station”. A essa altura o vício em cocaína começa a cobrar seu preço, com a saúde física e mental de Bowie se deteriorando. Em 1976 ele volta para a Europa, dessa vez se estabelecendo em Berlim. Influenciado pela música de vanguarda européia, em especial o Krautrock de grupos como Kraftwerk e Neu!, Bowie mergulha em experimentos com minimalismo e música eletrônica, produzindo a monumental trilogia constituída pelos discos “Low”, “Heroes” e “Lodger”. Ao fim da década ele já havia se livrado do vício em cocaína e terminado seu casamento com Angela Bowie, e os anos 80 o encontraram pronto para uma nova transformação. O álbum “Let’s Dance” de 1983 marca a volta de Bowie à uma sonoridade pop, contando com coprodução de Nile Rodgers e participação de Stevie Ray Vaughan na faixa-título. Foi o auge do sucesso comercial de uma carreira extraordinária que se estendeu até a morte do cantor em 2016.

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