COMO O CAPITÃO AMÉRICA SE TORNOU UM DOS PILARES DO MCU

COMO O CAPITÃO AMÉRICA SE TORNOU UM DOS PILARES DO MCU: Em 2008, a Marvel timidamente lançava o HOMEM DE FERRO, um filme irrepreensível que, em sua cena pós crédito, trazia Samuel L. Jackson como Nick Fury, perguntando para Tony Stark: “Você acha que é o único super herói do mundo? Você faz parte de um universo maior, apenas não sabe disso”, complementando com a hoje clássica frase “estou aqui para falar da Iniciativa Vingadores”.

Criada como uma brincadeira (Samuel L. Jackson tinha sido escolhido como o Nick Fury da revista em quadrinhos THE ULTIMATES, em 2002), mas acima de tudo como uma promessa, nem o fã mais otimista poderia prever o sucesso que a Marvel se tornaria, criando no cinema a experiência de um universo integrando diversos personagens diferentes, culminando no maior filme da História do Cinema, o vindouro VINGADORES ULTIMATO, que estreia no Brasil no dia 25/04.

Em seu inteligente projeto, controlado com mão de ferro por Kevin Feige, a Marvel tomou o tempo necessário para apresentar seus protagonistas. Ainda em 2008, o estúdio traria O INCRIVEL HULK, com a aparição de Tony Stark nas cenas pós créditos, fazendo a devida interligação. Em 2010 teríamos HOMEM DE FERRO 2, apresentando a Viúva Negra de Scarlett Johansson e, nas cenas pós créditos, mostrando o Mjolnir – o martelo do Thor, no fundo de uma cratera. Em 2011 o Deus do Trovão teria seu próprio longa, e além de apresentar o Gavião Arqueiro, nas cenas pós créditos fomos apresentados ao Tesseract.

E o Tesseract – ou Cubo Cósmico – era a peça que faltava para os fãs saberem que o próximo protagonista estava chegando. Era hora de trazer o Capitão América para os holofotes e, com isso, um grande problema: como promover no resto do mundo um personagem que se veste com a bandeira dos Estados Unidos, especialmente com o sentimento anti-americano que ainda se espalha em alguns países?

COMO O CAPITÃO AMÉRICA SE TORNOU UM DOS PILARES DO MCU:

A resposta, no entanto, era mais simples do que parecia. Quem conhece o personagem dos quadrinhos, sabe que o Capitão América é MUITO mais do que um homem enrolado em uma bandeira. Ele é um símbolo de defesa da democracia, da luta contra tirania, do desejo de se fazer a coisa certa.

Era só uma questão de fazer a mesma coisa, só que no cinema

O escolhido para essa não-tão-simples tarefa foi o diretor Joe Johnston, responsável por filmes familiares, como “Querida, Encolhi as Crianças”, “Rocketeer” e “Jumanji“. Mas toda a responsabilidade sobre o sucesso ou não do filme ficaria para sempre nas costas de seu protagonista, e a Marvel soube dedicar tempo e paciência para fazer a escolha certa. Enquanto nomes extremamente famosos – como Brad Pitt e Matthew McCounaughey – chegaram a ser cogitados, agências de atores trabalhavam a todo vapor para tentar emplacar o papel principal. Sam Worthington tentou, mas a Marvel queria um ator americano para o papel. A lista de “finalistas” incluiu John Krasinski, Jensen Ackles e Ryan Phillippe, mas a Marvel sempre teve um nome preferido, o problema era convencê-lo.

Chris Evans.

Velho conhecido dos fãs, Evans já tinha participado de um filme “Marvel”, ao interpretar Jhonny Storm nos dois Filmes do “Quarteto Fantástico” desenvolvidos pela FOX. Ainda que os filmes tenham sido bastante criticados, a atuação de Evans sempre foi um destaque positivo, ressaltando seu carisma e sua química com os demais atores, especialmente com o Coisa de Michael Chiklis, reproduzindo fielmente a dinâmica dos personagens nos quadrinhos.

Muita gente torceu o nariz, especialmente porque Evans era até então mais conhecido por seu papel de comédia no filme “Não É Mais um Besteirol Americano“, onde aparecia, entre outras cenas, com uma banana enfiada no traseiro

Evans relutou MUITO em aceitar o papel de Capitão América. A Marvel ofereceu um contrato de 6 filmes, o que apavorou o ator. Ele tinha medo de ficar marcado pelo personagem caso o filme fosse um fracasso – e de não poder trabalhar em nenhum outro projeto, se o filme fosse um sucesso. Ele recusou o papel formalmente 3 vezes, até ser convencido por um telefonema de Robert Downey Jr.

Uma vez comprometido com o papel, Evans começou a preparação física para interpretar o personagem, o que surpreendeu MUITA gente. Nos cinemas, quando ele sai da câmara de Raios Vita simplesmente GIGANTE, provoca uma engraçada reação de sua colega de elenco, Hayley Atwell, que acabou inclusive fazendo parte do filme.

O grande mérito de O PRIMEIRO VINGADOR foi ser um filme de época, adaptando perfeitamente as histórias em quadrinhos, mostrando toda a trajetória de Steve Rogers, de soldado franzino que faria qualquer coisa para lutar pelo seu país, em plena Segunda Guerra Mundial e que, graças ao Soro do Supersoldado, se tornaria o ápice da espécie humana.

Com a morte do Dr. Erskine, criador do soro, o Capitão America passa a ser utilizado como peça de propaganda, até sua coragem falar mais alto e ele decidir, por conta própria, resgatar um destacamento do exército que tinha sido capturado pelas forças da Hidra.

A partir daí ele assumiria de vez o nome e o uniforme de Capitão America, enfrentando as forças do Caveira Vermelha e da Hidra, que queria utilizar a energia do Tesseract para dominar o mundo.

Com um ritmo de sessão da tarde, O Primeiro Vingador foi um filme de aventura para toda família, que bebeu muito do clima dos Caçadores da Arca Perdida (que foi inclusive mencionado de leve pelo Caveira Vermelha… estaria o Indiana Jones interligado ao MCU?) e acima de tudo, cumpriu muito bem o seu papel, de apresentar para o mundo um personagem de perfil elevado, fortes valores morais e com condições de um dia, liderar os Vingadores.

No fim do filme, para salvar Nova Iorque, ele derruba um avião carregado de explosivos no Ártico, onde ficaria congelado durante 70 anos, devendo uma dança para Peggy Carter.

Steve Rogers voltou a dar as caras no ano seguinte, em 2012, em OS VINGADORES, o primeiro grande filme evento da Marvel, que reuniria vários protagonistas de outros filmes em uma única produção. Joss Whedon foi o escolhido para a duríssima tarefa de contar uma estória que desse espaço para todos os personagens brilharem, e ele o fez com maestria. Ainda que o filme seja um espetáculo por apresentar os heróis interagindo pela primeira vez, ele pecou pelo uniforme MEDONHO criado para o Primeiro Vingador, e por mostrar Whedon – um nome não estranho aos quadrinhos – sem saber exatamente o que fazer com o Capitão América no meio da personalidade extravagante de Robert Downey Jr e da arrogância aristocrática de Thor. Ainda assim, o Capitão conseguiu se destacar, liderando a equipe na batalha final contra Loki e mostrando desde o início as faíscas com Tony Stark, que viriam a se tornar um dos pilares do MCU – COMO O CAPITÃO AMÉRICA SE TORNOU UM DOS PILARES DO MCU.

Foi só dois anos depois, em 2014, que dois diretores até então desconhecidos, ANTHONY e JOSEPH RUSSO, foram contratados pela Marvel para dirigir CAPITÃO AMERICA: O SOLDADO INVERNAL, a continuação direta do primeiro longa.

Com roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely, o filme traz um forte clima de espionagem, adaptando quase que fielmente a fase escrita por Ed Brubaker, uma das melhores já feitas com o personagem nos quadrinhos desde que ele foi criado por Joe Simon e Jack Kirby em 1941.  Demonstrando um conhecimento profundo do personagem, os irmãos Russo criaram aquele que até hoje é um dos melhores filmes do MCU – se não for o melhor. 

Além de terem adaptado O MELHOR UNIFORME DE TODOS OS TEMPOS para o Capitão América, eles souberam como ninguém explorar os “poderes” do personagem. Diferente do primeiro longa e dos Vingadores, os Russo mostraram REALMENTE o que o soro do supersoldado tinha feito com o corpo de Steve Rogers, mostrando-o desde a primeira cena como um ser humano levemente superior, capaz de correr mais rápido, ser mais forte e lutar como ninguém.

A atuação de Chris Evans melhorou substancialmente, mostrando que ele se tornou cada vez mais seguro interpretando o personagem, com uma forte presença em qualquer situação, seja pelo seu físico avantajado, seja pela serenidade transmitida no olhar, conseguindo algo que parece simples, mas na verdade é extremamente difícil: O Steve Rogers criado por ele é um personagem em quem você realmente confiaria, mesmo na pior adversidade.

Com cenas de ação memoráveis do início ao fim, o filme tornou-se popularmente conhecido como “parei para assistir só a cena do navio e quando vi, já estava nos créditos finais”.

O Capitão América(COMO O CAPITÃO AMÉRICA SE TORNOU UM DOS PILARES DO MCU) voltaria a aparecer em VINGADORES: A ERA DE ULTRON, novamente sobre a batuta de Joss Whedon, que mostrou ter aprendido alguma coisa com a aula apresentada em O Soldado Invernal, e soube explorar melhor o personagem. O carisma de Chris Evans cresceu exponencialmente com a importância do personagem, que desde o início do filme já é apresentado como Líder da equipe e bate de frente com o Tony Stark de Robert Downey Jr de igual para igual. Mesmo assim, Era de Ultron teve vários problemas (muitos causados pelo ciúme de Whedon em relação aos Russo, tema que será melhor explorado no futuro), enquanto os Russo, aprovados pela crítica e pelo público, tinham em mãos uma nova e desafiadora tarefa:

Apresentar ao público a adaptação do MCU para a GUERRA CIVIL, um dos eventos mais importantes das Histórias em Quadrinhos.

Novamente mostrando todo seu talento, os Russo dessa vez puderam brincar não apenas com o Sentinela da Liberdade, mas com todos os Vingadores. Pressionados pelos eventos causados pelos heróis, o Governo Americano decide criar os Acordos de Sokovia, documento que exige que os heróis passem a atuar sob o comando e autorização da ONU, o que divide a equipe.

Tony Stark, sentindo-se culpado por ter criado o Ultron e indiretamente acabado com Sokovia, decide apoiar o plano do Governo, enquanto o Capitão America, defensor da liberdade individual, diz que eles não podem atuar sob o comando dessa forma, já que Governos são comandados por pessoas, e pessoas sempre têm interesses próprios em mente.

Somado a essa grave crise institucional, o antigo parceiro do Capitão América – Bucky Barnes, o Soldado Invernal – é acusado de causar uma crise diplomática de proporções internacionais, além de estar diretamente ligado ao passado de Tony Stark, deixando os dois heróis em rota de colisão.

Aqui o carisma e o talento de Chris Evans atingem seu ápice, e no confronto com Robert Downey Jr., ele leva a melhor, afinal Tony Stark é a espinha dorsal do MCU, a coluna onde todo o universo Marvel dos cinemas foi construída, e Evans deixa claro que também se tornou um desses pilares. 

Trazendo cenas de ação espetaculares e atuações primorosas, o filme apresentou ainda o Pantera Negra e o Homem Aranha para o MCU, além de ter deixado a equipe dividida e o personagem principal como um foragido, o que viria a influenciar diretamente o futuro dos Vingadores. Mas acima de tudo, o filme serviu para consolidar de vez o futuro dos Irmãos Russo na Marvel, que conquistaram o direito de levar as telas a conclusão de dez anos de planejamento cinematográfico em um evento histórico, dividido em dois filmes: GUERRA INFINITA e ULTIMATO.

Se Guerra Infinita mostrou o quanto a divisão dos Vingadores facilitou os planos de Thanos de reunir as Joias do Infinito e, com elas dizimar metade de toda a vida no Universo, ULTIMATO promete emoções ainda maiores, já que o Capitão América foi um dos poucos heróis sobreviventes e, pelo que foi mostrado até aqui, será peça fundamental na liderança da equipe, em busca de uma forma de enfrentar Thanos e reverter os efeitos da Manopla do Infinito mostrados no final de Guerra Infinita.

A ansiedade é grande, falta pouco tempo para testemunharmos a História sendo escrita diante de nossos olhos e para quem sabe, depois de dez anos e vinte e um filmes, finalmente testemunharmos o Capitão América gritando AVANTE VINGADORES nas telas do cinema.

E se por acaso nesse momento você perceber uma lágrima teimosa que insiste em rolar no seu rosto, não precisa se envergonhar.

Você não estará sozinho.

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Marcio Fury

Escritor, revisor, colecionador e pai nas horas vagas. É o melhor no que faz, mas o que faz não é nada bonito.

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