Como o Cavaleiro da Lua pode enterrar a DC

Um MILHONÁRIO maluco que sai por aí fantasiado batendo em criminosos. Soa familiar? Pois bem, a DC Comics e a Warner Bros. já fizeram rios de dinheiro com as adaptações de Batman para o cinema. Foram sete ao todo, sem contar “Batman vs Superman” e “Liga da Justiça” – que muitos gostariam que nem tivessem existido.

Com o universo DC nos cinemas finalmente entrando nos eixos, com caracterizações de maior apelo popular, vai ficar a cargo de Matt Reeves (e, quem sabe, Robert Pattinson hihihihihi) dirigir a próxima aventura do Cruzado de Capa no cinema. Mas a verdade é que, com personagens como Flash, Gavião Negro, Arqueiro Verde e Besouro Azul ainda inexplorados na tela grande, apostar todas as suas fichas no mesmo personagem parece um desserviço.

Pior ainda: ninguém aguenta mais rever a origem do Batman.

“Nunca mais me chame de Batman Branco da Marvel!”

Já que a DC/Warner fez apostas ousadas, entregando o Cavaleiro das Trevas a diretores com estilos muito particulares, por que não chutar o pau da barraca de uma vez e reinventá-lo por completo? Curiosamente, o Cavaleiro da Lua seria um ótimo template para o Batman: Ele também é um MILHONÁRIO que sai por aí fantasiado e batendo em bandidos. Mas a verdade que as pessoas não gostam de ouvir é que o Senhor Dalua é muito, mas MUITO superior ao Batman.

Em diversos aspectos.

A começar pela sua origem. Bruce Wayne é movido fundamentalmente pela culpa, tendo sobrevivido ao latrocínio que vitimou seus pais. Já Marc Spector, o nosso herói, foi assassinado por mercenários no Egito e trazido de volta à vida pelo deus da lua Khonshu. O negócio dele é vingança, pura e simples. Bater em bandido, espancar criaturas sobrenaturais, arrancar a cara de marginal… sem drama. Sem psicologia. É só soco – justamente onde ele tem outra vantagem sobre o Batman. Ainda que pouco explorado nos quadrinhos, o Cavaleiro da Lua tem, sim, poderes sobre-humanos. Dependendo da fase da lua, sua força aumenta exponencialmente, possui um fator de cura limitado, tem alta resistência à dor e é imune a ataques telepáticos (o fato dele ser doido de pedra deve ajudar).

“Cadê meu filme, Kevin Feige?!”

Um ponto interessante do Sr Dalua é que ele tem um elenco de apoio mais realista, pés no chão. Batman vive cercado de outros tipos fantasiados, a maioria que ele mesmo recruta e, à exceção de Alfred e do Comissário Gordon, vive jogando o papo de “eu trabalho sozinho” para seu séquito de ajudantes (e herdeiros). Pior ainda, mesmo com as mortes de Jason Todd, Stephanie Brown (ainda que forjada), Tim Drake e SEU PRÓPRIO FILHO Damian, o Batman insiste em ter um alvo com roupa colorida ao seu lado enquanto ele se protege nas sombras.

O Cavaleiro da Lua não, meu caro. Ele se veste de branco. Ele quer que os marginais o vejam chegando e, ainda assim, tremam até os ossos, incapazes de acertá-lo. Ele não coloca outras pessoas na linha de fogo. Gente comum, como uma garçonete ou um motorista, podem até ajudá-lo de vez em quando. Mas o serviço sujo é DELE – para a glória de Khonshu.

“Pera amigo, deixa que eu te ajudo a subirUOOOPS!”

Para não mencionar que, além de pular por aí de capuz e capa, o servo favorito do deus egípcio da lua ainda tem o traje do simpático Senhor Dalua: terno branco, luvas, uma máscara simples. Ele chega, senta a porrada e vai embora em sua limusine (branca). Para não falar no traje cerimonial de Khonshu, completo com máscara ossuária, perfeito para espancar assombrações e outras entidades sobrenaturais.

Passarinho que dançar, o rabicho balançar…

Quando Batman encontra o Espectro “aimmm eu não acredito no além“. Quando o Dalua encontra algo de outro mundo, ele senta a porrada.

A Marvel está perdendo tempo precioso ao não explorar melhor esse simpático personagem, seja no cinema ou em uma série de TV. O potencial para arrecadação é imenso, e seria um verdadeiro TAPA NA CARA da Warner e sua insistência no herói amargurado (que mora em uma mansão, coitado). O Cavaleiro da Lua representa não só o futuro dos heróis urbanos da Marvel, mas o próximo capítulo no gênero, revitalizando os vigilantes urbanos de maneira mais realista e, ao mesmo tempo, mais fantástica.

E, vamos reconhecer, muito mais criativa.

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Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

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