Doom Patrol S02E08: A Patrulha Paterna!
Doom Patrol S02E08: A Patrulha Paterna: Quase coincidiu que esse episódio tenha ido ao ar no dia dos pais brasileiro. A data aqui, comemorada no segundo domingo de agosto, é marcada pela explosão no comércio – esse ano, o que devemos ter é uma retração. Em Doom Patrol, o episódio temático lida com problemas entre pais e filhos – filhas, mais especificamente. Reprimidas, em sua maioria.
De um lado temos a aliança entre Jane Maluca e Homem Negativo, para que ela possa ir até o poço onde, muitos anos atrás, a sua personalidade Kay foi reprimida por um pai severo. Perdendo o papel de predominante para Miranda, Jane quer enfrentar seu passado descendo no poço onde a menina era deixada sempre que desobedecia o pai – ela perdeu um coelhinho de pelúcia lá e quer recuperá-lo. Jane precisa se sentir útil fazendo algo que Miranda nunca conseguiu, pois tem medo de desaparecer (como duas outras de suas personalidades já desapareceram). A parceria com Larry Trainor, ele próprio tentando lidar com suas mágoas e arrependimentos pelo passado com o filho, acaba sendo uma renovada na previsível parceria que ela tinha com o Homem Robô.
Por falar em Cliff Steele, ele recebe a visita de sua filha, grávida, e tenta introduzí-la em seu mundo – o mundo da Patrulha do Destino. É um mundo bem estranho, mas é divertido ver como ela tem alguns traços da personalidade dele. Cliff tem alguns momentos de felicidade que são bem raros: um é quando fica sabendo que será avô de um menino; o outro é quando a filha o convida para ir ao casamento dela. Tudo bem que Brendan Fraser entrega somente a voz do personagem, mas… fuck! Ele realmente se sai muito bem!
Já Rita Farr está bem contente por estar controlando melhor seus poderes e ter impedido um crime como a Apicultora! Ela tem um devaneio em que está numa série de TV ao lado de Victor Stone, no melhor estilo Os Vingadores (a série de TV dos anos 60, não a equipe da Marvel). Quando os dois investigam um crime, as evidências levam Vic a encarar Roni, sua namorada. Ela admite ter assassinado um homem – e agora é capaz de enfrentar o Cyborg na porrada! Mas o mais comovente é a reação de Rita diante da briga (ou a falta de uma reação, pra ser mais exato). Ela vinha se sentindo tão pronta e confiante, mas ainda tem um longo caminho a percorrer.
Finalmente temos o Niles Caulder tentando passar um tempo de qualidade com sua filha, Dorothy. O tempo está correndo e, como muitos pais, Caulder se recusa a ver sua garotinha crescer – no sentido literal e no figurado. Se Dorothy crescer, o destino do mundo estará em risco. Ele sabe disso e precisa se despedir dela antes que uma solução permanente seja adotada – afinal, ele próprio também está morrendo.
O ponto alto do episódio, sem sombra de dúvida, é a performance de Timothy Dalton ao lado de Abigail Shapiro. A dupla passa por uma gama de emoções absurda, indo do medo à alegria, passando por raiva, amor, dúvida e mentira. Tudo que Caulder mais teme é que ela cresça e o Candlemaker seja libertado – ela cresce sem que ele sequer perceba. Tudo feito com muito cuidado, algumas coisas jogadas na cara do público e outras bem sutis, pra repensarmos não só o rumo da série e a quantidade de problemas que eles têm pra resolver até o final – mas também porque não há muitas outras adaptações de super-heróis com coragem de pensar fora da caixinha.
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