Doomsday Clock #12 – Uma ode de amor ao Superman
Doomsday Clock #12 – Uma ode de amor ao Superman: Aaaah, Geoff Johns…! Esse grande costureiro decenauta! Johns pode ter os defeitos que for, pode ter atrasado o projeto e nos deixado esperando pelo final do gibi por tanto tempo que a HBO começou sua série de televisão baseada em Watchmen e acabou antes mesmo da hq do menino Johns terminar.
Mas….aaaah, Johns! Como você mesmo gosta de brincar com metalinguagens, retiro a frase mágica com que o Super reagiu nessa edição #12 ao reaver aquilo que havia perdido e que ele nem fazia ideia de que um dia existiria: “Antes tarde do que nunca!”
Johns, você pode ter atrasado, mas fez dessa última edição uma singela homenagem ao maior herói de todos os tempos.
O que define o Super? O que o difere, por exemplo, do Dr Manhattan? Não, não estou elucubrando ao nível de poder ou de façanhas, mas de caráter, de espírito. Manhattan vai de encontro ao Super esperando pela sua aniquilação ou pela destruição do universo. Vai de encontro ao mesmo esperando um embate, uma fatídica luta. Afinal, fora ele, o Dr Manhattan, que manipulando o contínuo tempo e espaço, tirou do Super, nesta realidade, seus pais, inviabilizou o surgimento da Sociedade da Justiça, impossibilitou o surgimento da Legião dos Super Heróis. Ele fez do Super uma cobaia, um objeto de estudos. Ele estava pronto para o embate.
Mas o que faz o Super ser o que é não são seus poderes apenas e sim os seus ideais. Superman não é um deus que se faz mortal; ele é, antes de tudo, Clark Kent, o escoteiro, o bom filho, aquele que sempre busca a retidão antes de qualquer coisa. Antes de tudo ele é o melhor que nós podemos ser, aquilo que a humanidade busca, um dia, se tornar.
Mas o Super não enfrenta o Manhattan. Ele prefere indagá-lo, questioná-lo, faz o deus onisciente abrir os olhos para a realidade à sua volta, para as fotos que teimam em brotar dos seus pés. Lhe dá uma opção. O Super faz aquilo que ele sempre faz de melhor: Inspirar.
E é então que, finalmente, Manhattan acorda e percebe que por mais que se tire, que se pode, que se sacrifique, o Super sempre existirá. Ele é a constante do universo decenauta, é em torno dele que o universo nascerá e renascerá a cada Crise, a cada Zero Hora, a cada Flashpoint, quantas vezes forem necessárias. E o multiverso, que surge pela primeira vez quando Barry Allen, na década de 50, abre as portas da força da aceleração, existe para reforçar aquele universo. Isso faz o Super sempre renascer, cada vez mais tarde na história humana, de 1938 em diante, para servir de chama da esperança a guiar a humanidade em direção ao futuro. Esse futuro é o mundo da Legião e, quando as datas de seu nascimento finalmente convergirem com o do surgimento da Legião, a humanidade finalmente terá sido educada e encaminhada a um novo patamar graças ao bastião da esperança.
Ao se dar conta disso, Manhattan devolve ao Super aquilo que ele havia tomado: Alan Scott volta a encontrar sua lanterna e a Sociedade da Justiça volta a existir, com heróis prévios ao Super, Jonathan Kent se mostra mais simpático à ideia de Clark mostrar seus poderes ao mundo em vez de escondê-los, ou seja, o Superboy volta a existir, e graças a poder usar seus poderes mais cedo em público, Clark salva seus pais, Jonathan e Martha, do acidente de carro que ocorrerá nessa realidade, com os pais do Super voltando a fazer parte de sua vida adulta. Com o Superboy voltando a existir, retorna a chama que inspira a Legião a surgir no futuro distante, completando o ciclo, libertando tanto o passado como o futuro.
E o Ozymandias, você se pergunta? Bem, as coisas não saíram tão bem quanto ele esperava. Ele queria morrer como herói, mas acabou sendo salvo pelo novo Rorschach, para pagar pelos seus erros na prisão. Já o Manhattan aprende finalmente o que o impede de ser o Super: Amor. O amor que o Super recebera quando criança, pelos seus pais, permitiu ser quem ele é. Manhattan, infelizmente, não teve essa oportunidade, e por não poder ser a chama de esperança que seu mundo precisou, ele opta por criar seu próprio Superman ao cuidar do filho recém nascido que havia sumido das mãos da Marionete e do Mímico (sim, o Manhattan afinal era a causa do desaparecimento do garoto, ele só não conseguia vislumbrar isso no passado por causa da interferência dele mesmo neste evento). E cuidar dele com muito amor e carinho, educando-o e dando-lhe seus poderes para que ele pudesse ser a luz que guiaria aquela realidade. Ao fazer isso, Manhattan planeja seu descanso, sua partida, seu fim, deixando um legado digno para a humanidade em seu filho adotivo. Antes de partir, num último gesto de benevolência, Manhattan salva o planeta Terra do universo de Watchmen do Armagedon, ao destruir todas as armas nucleares do mesmo e fazer a vida renascer no globo. Ao morrer, Manhattan envia o menino para ser cuidado pela Spectral e o Coruja, que agora vivem uma vida comum, longe dos afazeres de vigilantes. Ah, e o nome desse garoto tão poderoso e importante, você se pergunta? Bom, amigos, o nome dele não poderia ser outro além de Clark…
E é isso, amigos. Claro que muitos de nós ficamos chateados com os atrasos da série. Mas o que temos aqui, nessas páginas, é uma grande homenagem de um autor e ao mesmo tempo fã, Geoff Johns ao seu querido personagem. Uma obra de inspiração e de esperança que vale sim a pena ser lida “antes tarde do que nunca!”.
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