É aniversário do Príncipe das Trevas – e o rock alimenta o satanismo, segundo presidente da Funarte

John Michael Osbourne nasceu em Birmingham, Reino Unido, em 3 de Dezembro de 1948. Sua primeira detenção foi ainda na adolescência, furtando roupas em uma loja.

Aos 20 anos, formou uma banda chamada The Polka Tulk Blues Band, em 1968, com Geezer Butler, Bill Ward e um tal Tony Iommi. Essa banda foi o estágio embrionário da que viriamos a conhecer como Black Sabbath. Antes disso, tentaram outros nomes como Polk Tulk e Earth. O nome Black Sabbath veio inspirado de um filme de terror (Black Sabbath, 1963), com Boris Karloff, com título no Brasil de As Três Mascaras do Terror.

Nessa época, o então garoto Ozzy já era associado às forças do tinhoso, pois as letras do Sabbath já tinham alusões ao ocultismo e questões sobrenaturais. Ele também já era conhecido como o Pai do Heavy Metal. Ele disse, certa vez, que o Black Sabbath foi uma resposta, uma reação contra a onda de paz, amor e harmonia que permeava a música na época – “Bastava olhar ao redor e ver que o mundo estava uma b…”

Osbourne ficou nove anos à frente do Black Sabbath, ganhando também a alcunha de Príncipe das Trevas. O disco “Never Say Die” marcou a despedida do cantor da banda e então Ozzy partiu para uma bem sucedida carreira solo, formou a banda Blizzard of Ozz, emplacando Crazy Train e Mr Crowley. Esta última, uma “homenagem” ao ocultista Aleister Crowley (1875 -1947).

Em sua bem sucedida carreira, o querido Príncipe das Trevas fez muito jus ao nome. Em um show, mordeu e arrancou a cabeça de um morcego atirado no palco por um dos fãs (ele achou que era um brinquedo). Em outra ocasião, também mordeu e arrancou a cabeça de uma pomba numa reunião de negócios mal sucedida, em 1981. Seus problemas com drogas e álcool quase o levaram à morte e também lhe causaram muitas e muitas brigas e desavenças.

E porque eu fiz questão de ressaltar tudo isso em detrimento de falar mais sobre as músicas de Ozzy? Claro, nada disso faz de Ozzy Osbourne seja realmente um Príncipe das Trevas. Um Madman? Talvez. Para o recém nomeado presidente da Funarte, o maestro Dante Mantovani, talvez Ozzy seja a encarnação do sete-peles, já que o mesmo faz afirmações com essa abaixo:

“O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo” – (Mantovani; Dante, 2019)

Sim, estamos no terceiro milênio e ainda há pessoas que creem em sandices como essas. Pior: São eleitas Presidente do órgão do Governo Federal brasileiro cuja missão é promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país.

Em um mundo perfeito, Ozzy seria o presidente da Funarte. Teríamos um cenário artístico muito melhor no país, menos pombos nas praças, mais música boa e talvez não teríamos de nos envergonhar ao ler declarações como a do cidadão citado anteriormente.

Feliz aniversário, doce Príncipe das Trevas!

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Fabiano Souza

CAPITÃO no meio campo, escreve textos e destrói falsos deuses antes do café da manhã

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