Farofa de Domingo #002: Mötley Crüe – Too Fast for Love – 1981
Farofa de Domingo #002: Mötley Crüe – Too Fast for Love – 1981: O Mötley Crüe foi a primeira banda de rock farofa da Sunset Strip a realmente se destacar. E justamente por isso, ela foi a referência para todas as outras que vieram depois. O jeito punk e poser de se vestir, um estilo de viver cada dia como se fosse o último, beber até cair, trepar com o que estiver na sua frente até não aguentar mais, desafiar regras, ultrapassar limites (legais, morais, sociais) só porque deu vontade, provar todos os entorpecentes que existirem, resolver tudo na porrada e sempre rir de tudo isso, independente da merda que acontecer depois. Não foi considerada a banda “mais infame da história do rock” por acaso.
Não era uma banda de músicos. Era uma banda de arruaceiros. Entre os inúmeros crimes e contravenções admitidos por seus integrantes temos furto, falsidade ideológica, venda de mercadorias roubadas, uso desmedido e tráfico de drogas, estupro, centenas de agressões (inclusive a mulheres!), depredação de patrimônio público e privado, e até a direção irresponsável que custou a vida do baterista do Hanoi Rocks. Por incrível que pareça, e apesar de tudo isso, era considerada uma banda até profissional por seus agentes, pois a vontade de fazer sucesso era tão grande que, na hora dos compromissos comerciais, conseguiam impedir a interferência de seus vícios. Ok, nem sempre.
Em seus quase 40 anos de carreira, o Mötley Crüe sempre teve os mesmos integrantes, com exceção de apenas um de seus nove albuns de estúdio, onde o vocalista Vince Neil foi demitido e substituído por John Corabi (ex-The Scream) e de outro onde o baterista Tommy Lee largou a banda e foi substituído por Randy Castillo (que fez parte das bandas de Lita Ford e Ozzy Osbourne). Claro, logo depois já estavam de volta. Gravaram nove álbuns de estúdio, três álbuns ao vivo, oito coletâneas (!!!) e dois box set. Venderam mais de 60 milhões de discos e, dentro do hard rock, apenas o Guns n’ Roses vendeu mais que eles.
Era composta por dois bons músicos (o guitarrista Mick Mars e o baterista Tommy Lee), um baixista muito dedicado (Nikki Sixx), que compôs a maioria das músicas e era a cabeça comercial da banda, e um vocalista razoável, mas que fazia um sucesso incrível com as mulheres, um clone aperfeiçoado de David Lee Roth (Vince Neil). Nikki Sixx era praticamente um marginal, foi ladrão, traficante e um puta egoísta. Mas sempre foi um cara obstinado pelo sucesso, por aprender a tocar, aprender a escrever e aprender a ganhar dinheiro com isso. É um fã declarado das lendas britânicas do glam rock Slade e The Sweet, e essas influências estão em evidência em toda a carreira da banda. É a alma da banda junto com Tommy Lee, um estudioso na música (tocava vários instrumentos) mas que sempre foi um bobo alegre, que saía sorrindo dos problemas e deu suporte às decisões de Sixx até o surgimento do grunge, quando abandonou a banda tentando um novo estilo. Rapidamente viu que estava errado e voltou. Ficou mais famoso ainda por ter casado com duas das maiores beldades da história do planeta quando ambas estavam no auge: Heather Locklear e Pamela Anderson. Mick Mars era o mais velho do grupo, um dos melhores guitarristas de todo o glam rock, era também o menos maluco, sabia que estava ali para ganhar dinheiro – embora não deixasse de aproveitar a hora certa da farra. Vince Neil não comprometia nos vocais e ainda era o front leader que a banda precisava, principalmente com o advento da MTV. Provavelmente metade dos americanos nascidos na década de 80 foram concebidos por eles. Seu album de estréia, “Too Fast For Love”, é considerado um dos três melhores da banda e os catapultou para a fama com seu rock pesado, rápido e seus shows pirotécnicos, iluminados e que eram praticamente uma festa para a multidão. Talvez apenas o Guns n’ Roses tenha arrastado tantas mulheres para shows quanto o Mötley Crüe.
Originalmente lançado pela própria gravadora da banda, Leathur Records, em 1981, a estréia do Crüe foi remixada um ano depois pela gravadora Elektra, aos cuidados do famoso produtor do Queen – Roy Thomas Baker e vendeu um milhão e meio de cópias.
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