Gibis lá fora – Superman: Son of Kal-El!
Nesta matéria de estreia, irei falar de Superman: Son of Kal-El, gibi que desde já coleciona algumas polêmicas sobre o Jon Kent – filho do maior herói do universo, que falaremos no decorrer do texto.
Amigos voltei ao batente ao maior site de entretenimento da internet e trago novidades. Estarei com vocês nesta nova coluna, onde esmiuçarei os gibis que estão sendo lançados lá fora. Detalhes que passam despercebidos serão revelados em primeira mão aqui no Popsfera.
E para iniciarmos esta diretiva vamos de DC Comics. Por 2 motivos:
- Para aproveitar o momento da nova fase – Fronteira Infinita – onde podemos literalmente esquecer (ou não, né?) o que foi feito no Renascimento e partir para novos rumos. Mares ainda não alcançados por um leitor de comics.
- Porque sou decenauta pra caralho!
Foram conferidos por este humilde escriba as 3 primeiras edições do titulo que conta com uma equipe realmente talentosa, já que estão no gibi o amado Tom Taylor, que tenta se firmar como um dos maiores escritores do momento, e John Timms e sua elegante arte.
O gibi começa já contextualizando o leitor de que o Superman precisará deixar a Terra e está preparando seu filho para continuar vestindo o manto do maior herói do planeta. Para isso, fornece um novo uniforme e a chave (literalmente) da Fortaleza da Solidão. E Jon Kent sente o peso do universo nas costas.
Em paralelo a esse momento de transição, o jovem herói também enfrenta novas ameaças isoladas causadas por pessoas com poderes recém adquiridos e acometidos de amnésia temporária, o que nos deixa com uma pulga atrás da orelha: “Será que são casos isolados ou um ataque de uma nação estrangeira?”.
Como todo jovem herói, Jon precisa lidar com as consequências de suas escolhas, o peso do legado. Como manter a sanidade em meio a esse louco mundo e tentar ter uma vida social? Tom Taylor neste gibi tem uma oportunidade única de trabalhar um personagem novo e que está seguindo o legado de um herói estabelecido, porém falha em algumas questões.
O roteirista tenta imbuir em Son of Kal-El o velho debate sobre imigrantes, um tema que tem sido bem corriqueiro e atual, principalmente levando em conta os eventos políticos atuais, só que esbarra em um problema conceitual: Jon, para defender seu argumento em um discurso em prol desta causa social por ser terráqueo não tem tanta força e para isso precisa utilizar o Superman como uma escada.
Ok, você pode me dizer, mas como terráqueo ele pode sim buscar o melhor da humanidade sendo o exemplo. Também acho, e Taylor também utiliza esta ferramenta narrativa no gibi. Mas ao invés de evocar a história de seu pai para fortalecer suas palavras ele poderia ter apenas agido. Ao usar a origem de Kal, ele como herói sai enfraquecido e permanece sob a sombra do maior herói da DC Comics.
Tudo neste gibi grita na mente de Jon de que ele precisa sair da sombra do Superman. Por mais que Kal seja um grande herói, ele quer ser uma força vital de mudança no planeta. E é isso que todos esperam dele. Expectativas foram criadas por Batman, Mulher-Maravilha e Lois, porem, a estrada que o jovem Kent precisa seguir é árdua, longa e carece de muito cuidado. Neste primeiro arco, ainda não concluído, as ações dele de salvar um barco cheio de imigrantes, que nenhum país ousou prestar ajuda para não criar conflitos internacionais, causam problemas com o presidente da Ilha de Gamorra, Henry Bendrix.
Para muitos que não conhecem o Wildstorm, este nome pode passar em branco, mas Henry Bendrix tem uma longa história com o Stormwatch do universo criado por Jim Lee e a inclusão/introdução do personagem no cast de Jon Kent, indica claramente 2 objetivos importantes que a DC Comics está trabalhando arduamente em Infinite Frontier.
A primeira é de incluir novamente no universo decenauta os personagens da Wildstorm, assim como fizeram com os da Charlton e outras editoras compradas pela DC anos atras. Tudo fica muito claro ao notarmos a presença do Bandoleiro em Gotham e outras incursões dos antigos personagens da Image na editora do Superman.
Não custa lembrar também que esta foi uma tentativa da editora nos Novos 52, que porem não surtiu o efeito desejado e foi sutilmente caindo no esquecimento. Agora esse movimento está sendo levado muito a sério atualmente, como efeito da nova fase Infinite Frontier, haja vista que teremos em breve um gibi dos WildCats escrito por Matthew Rosenberg.
O segundo ponto a ser considerado, é que Tom Taylor, ao utilizar Bendrix como vilão de Jon em “Superman: Son of Kal-El“, na pratica está fazendo dele o seu próprio Luthor. Veja bem os personagens são praticamente iguais, pois, gozam de super inteligência, dominam alto nível de tecnologia, tem egos do tamanho da Terra e querem dominar o mundo. Ou seja, não ousará algo novo para prender o leitor. Não fugirá do feijão com arroz, quando na verdade queremos também batata frita e farofa de acompanhamento.
Na minha humilde opinião, Taylor deveria usar uma estratégia mais elaborada com Jon, algo semelhante ao que Ron Marz fez com o Lanterna-Verde/Kyler Rayner nos anos 90, que apesar de na época estar seguindo o manto de Hal Jordan, estabeleceu um cânone e inimigos próprios. Algo que deu solidez e personalidade na época para o personagem. Não atoa ficou em evidencia por anos e com título próprio.
No frigir dos ovos, estas primeiras edições de Son of Kal-El trataram de estabelecer Jon como o novo Superman e mostraram que ele quer ser muito mais proativo em salvar o mundo que seu pai. A narrativa de Tom Taylor está legal, a arte muito boa, mas sinto que falta algo ainda no gibi. Falta aquele tcham que precisa para a revista pegar no tranco. Está mais do mesmo. O que é um tanto decepcionante, quando levamos em conta que quem escreve é um cara criativo e altamente capaz como Tom Taylor.
Com isso espero que o gibi dê uma decolada nas próximas edições e a vida pessoal do novo Superman precisa ser melhor trabalhada. Afinal, expectativas foram criadas e precisam ser superadas, não é mesmo?
É isso meus amigos, encerro meu texto com a expectativa que Tom Taylor consiga imprimir alguma personalidade própria em Jon e possamos ter um gibi solto, fluido e com bastante ação, afinal é um gibi de super-heróis e por mais que gostemos da filosofia de boteco, no final ansiamos por lutas, ação e bom desenvolvimento de tramas, é o que esperamos de Son of Kal-El.
Gostaram da resenha? Acha que esta nova fase da DC Comics tem tudo para decolar? Dê sua opinião e fiquem ligados nas próximas matérias da coluna.
Compre a revista Superman: Renascimento – 11 / 34: Jon Kent: Superboy Descontrolado no link abaixo:
Superman: Renascimento – 11 / 34: Jon Kent: Superboy Descontrolado!
Você precisa fazer login para comentar.