JASPION, METAL HEROES E STAR WARS: UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR!
Como falamos há muito tempo, numa matéria muito, muito distante (confere lá), Gavan e seus amigos Metal Heroes beberam e muito da fonte do renascimento da Space Opera com STAR WARS. Espadas laser, armaduras brilhantes, naves gigantes, heróis e vilões vestidos de samurais espaciais na eterna luta entre o bem e mal. Claro que o oposto também existiu e é amplamente conhecida a admiração de George Lucas por Akira Kurosawa e sua filmografia. Digamos que no fim houve uma produtiva simbiose, uma relação onde ambos os lados tiveram seus ganhos e ajudaram a disseminar o sci-fi pelo mundo.
E de todos os Metal Heroes, nosso querido Jaspion (ou Juspion, como preferem os puristas do sol nascente), foi, de longe, o que mais absorveu influências da obra prima de Lucas. Em 15 de março de 1985, ano em que Jaspion estrelou no Japão pela TV Asahi, ficou notório até para um avesso a Guerra nas Estrelas que ali estava um Tokusatsu fazendo inúmeras referências e homenagens à odisseia dos Skywalker .
A trilogia havia encerrado recentemente, em 1983, com o apoteótico “O Retorno do Jedi”. A onda Star Wars ainda seguia seu curso pelo globo, com uma gigantesca leva de fãs apaixonados e já saudosos pelo fim da epopeia e o oriente não foi exceção. Em Jaspion, a Toei apostou num herói fora dos padrões “Policial do Espaço” e partiu, em seus primeiros capítulos, para abraçar um “Tarzan intergaláctico”, impetuoso como Han Solo e corajoso e jovial como Luke Skywalker. Ele também teria seu “Obi-Wan”, seu “Mestre Yoda”, que seria Edin, o profeta intergaláctico que, apreensivo com as profecias da Bíblia Galáctica, resolve mandar seu padawan Jaspion, com toda a tecnologia possível (nave espacial, arma e espada laser, armadura etc) para combater o temido Satan Goss.
E é a partir de Satan Goss que as homenagens ficam ainda mais claras. Apesar de sua origem em nada ter a ver com nosso querido Anakin, o demônio Satan Goss, um Yokai Gigante, tem em seu design uma óbvia reinterpretação da armadura de Darth Vader. Seja em seu capacete negro com direito a uma máscara ameaçadora , seu tórax com direito a botões coloridos que lembram muito o controle de suporte de vida de Vader, até mesmo em seu saiote fazendo papel da capa que envolvia o Lord Sith. E o que dizer de sua espada, que ao brilhar emana uma luz vermelha bem característica do sabre de luz do braço direito do imperador Palpatine? Sim, são muitas as semelhanças e até desejos parecidos, afinal, Satan Goss deseja construir um império e dominar a galáxia tendo ao seu lado seu filho, Macgaren (isso não lhe soa um pouco familiar?).
Mas o primeiro capítulo de Jaspion não para por ai, Jaspion parte em sua nave Daileon com seu C3PO, a androide Anri, pela galáxia para deter o mal. São atingidos por uma chuva de asteroides e caem no planeta Virgia. O planeta Virgia, tem áreas de dunas que remetem a um tal planeta Tatooine, nessas andanças são atacados por aliens em montarias com capuzes e rostos encobertos, que lembram um certo ‘povo da areia”. Eles conseguem chegar até uma área com vegetação, onde encontram os ewoks locais, entre eles a que virá a ser a Chewbacca do grupo: Miya. Na confusão eles se encontram com dois monstros gigantes e se perdem de Miya. Após chegar numa cidade, Jaspion e Anri acabam adentrando numa taverna que é uma cópia tokusatsu de Mos Eisley, com direito a “banda da cantina”, mercenários locais e uma espécie de Jabba chefiando a balburdia. Nessa confusão eles reencontram Miya, que havia sido sequestrada e amarrada para tiro ao alvo, com maçã na cabeça e tudo. Claro que Jaspion salva o dia num quebra pau épico na cantina.
O episódio 2 também trouxe referencias a Star Wars. A trupe de Jaspion acaba indo parar no gelado planeta Peace, que lembra, e muito, o planeta Hoth, de o Império Contra Ataca. Lá ele dá de cara com um monstro gigantesco e com chifres controlado pelo cérebro eletrônico Sakura, um satélite que se perdeu no espaço, numa clara alusão a V’Ger do filme Jornada nas Estrelas de 1979. Mas o final, com Sakura bipando no meio da neve e explodindo, lembra visualmente o droid imperial que fora mandado para vascular o planeta Hoth em busca da base rebelde.
Já o terceiro episódio, e o último da jornada Galáctica de Jaspion, não nos remete a grandes homenagens a Star Wars, lembrando mais um conto de fadas, com o garoto Koko em busca do fruto da árvore da vida para salvar seu amigo, o monstro Namaguederaz. A série, devido a baixa audiência de seus primeiros episódios, muda bruscamente seu enredo a partir do capítulo 4, com Jaspion indo para a Terra, acabando assim suas aventuras intergalácticas.
Bom, não tem como citar Metal Heroes e Star Wars sem falar sobre mais duas referências: Em Sharivan, o segundo policial do espaço (Nani?), conhecemos a versão inflável e de baixíssimo orçamento de Jabba the Hutt: O grande rei Gamagon! Que, meus amigos, é uma bola verde inflável com uma boca que solta uma língua de papel que nos faz rir de tanto humor involuntário! Como não tem “pernas”, Gamagon é carregado pelos seus súditos, vestidos em lindas túnicas vermelhas, maior estilo guarda imperial!
Ah, e para não dizer que não falei de flores, aqui um exemplo do caminho contrário: Muito tempo antes de Darth Maul dar as caras com seu sabre duplo de luz, nós tínhamos em 1986 nosso Metal Hero Spielvan, lutando contra o mal com sua lança Twin Blade (cosmic blade). Viram? Tudo tá no ciclo da Popsfera, amigos! Um lado vai e se inspira do outro recriando e reciclando ideias. Mas o mais importante é que nós, os fãs, é que ganhamos com isto tudo. Com o enriquecimento cada vez maior do vasto universo Sci-fi!