Jinjer – Macro: ouvimos o novo álbum! ATUALIZADO: link para o show de NY!
Com a popularidade cada vez maior, a banda ucraniana de metalcore progressivo Jinjer lança Macro – um álbum que não só confirma sua reputação como um dos grupos que mais cresce no momento, como também amplia as fronteiras de seu trabalho em uma criativa viagem musical.
Não é pouco – na estrada desde 2009, com um som que incorpora elementos que vão do jazz e death metal ao progressivo e reggae, o quarteto está lançando seu quarto disco, impulsionado por Micro, EP que chegou às lojas em janeiro, e uma turnê com Amorphis, Soilwork e Nailed to Obscurity. Agora o foco é no álbum completo, com uma turnê que vai trazer a banda de volta para o Brasil (conforme falamos AQUI).
E o Popsfera traz pra você uma resenha completa desse BELLO disco, que já é um dos grandes lançamentos do ano! Aumente o som e vamos acompanhar Macro – faixa a faixa!
O disco abre com “On the Top”, que já tinha sido lançada em single. Pesada e marcante, com um andamento bem cadenciado, o grande destaque é o baixo, garantindo aquela “camada extra” que tanto caracteriza o som da banda (e o djent, de modo geral). É um excelente cartão de visitas, que resume o estilo do quarteto e abre o caminho do massacre. A letra, profunda e introspectiva, lida justamente com o momento que estão vivendo: o caminho para o sucesso e o preço a ser pago por ele. “Não é como se a gente tivesse acordado famosos em um belo dia”, declarou a vocalista Tatiana Shmayluk para a Revolver, na edição de 21 de outubro. “Nós trabalhamos duro e, eventualmente, há um preço”.
“Pit of Consciousness” é bastante complexa, do tipo que exige muito dos músicos. Talento há de sobra pra isso. Mas aqui o grande destaque é a letra – é no mínimo curioso que a abertura do álbum se refira ao “topo” e a segunda faixa trate do “fosso”. Partimos então para “Judgement (& Punishment)”, que também já havia sido lançada em single. Não bastasse a música ser excelente, ela nos supreende com tempos quebrados e um pouco de reggae.
Antes de se juntar ao Jinjer, Tatiana cantou em uma banda que tinha elementos de reggae, ska, ska-punk e funk. Se qualquer fã de metal mais conservador tem problemas com a mistura, é ele que sai perdendo. A fórmula funciona muito bem, coesa e, claro, muito pesada. É sempre bom ouvir todas as nuances da voz de Tatiana.
“Retrospection” chega devagar, mas o baixo (Abdukhanov) e a bateria (Abdukhanov)começam a destilar golpes cada vez mais pesados, a cozinha perfeita para a guitarra (Ibramkhalilov) flutuar entre a distorção e o dedilhado. Mas quando chega em “Pausing Death”, meus amigos… Aí vira um massacre. Em alguns momentos, o instrumental me lembrou o “Sound of Perseverance”, do Death. A letra é sobre o livro de José Saramago, “As Intermitências da Morte” – sem dúvida, uma ótima referência para uma banda de metal: “E no dia seguinte ninguém morreu, ainda que ninguém tenha realmente vivido”.
Por falar em temas para as letras, “Noah” é sobre o personagem do Antigo Testamento e sua jornada por um mundo que é um oceano. “Home Back” vem em seguida, distribuindo mais porrada e energia, uma explosão com ritmo contagiante e que foge dos clichês tradicionais do metal. Na sequência, “The Prophecy” tem passagens que são quase grindcore, contrastando com os vocais limpos de Tati antes de tudo ficar ainda mais incendiário. Imagino o quanto do tema das letras, que fala de terminar um relacionamento tóxico, seja baseado em experiências reais. A frase “I reclaim my Kingdom” é gritada com ódio e vontade.
O disco fecha com “lainnereP”, uma viagem musical que abraça diversos elementos da sonoridade da banda, mas com mais calma e delicadeza, (poucos) vocais sussurados e um clima quase onírico, transcendental. A música, como o título dá pistas, é uma “reengenharia” da faixa “Perennial”, que saiu no EP “Micro”. O que eles conseguiram aqui foi encerrar um petardo poderosíssimo com uma prova de que eles não têm medo de se arriscar dentro – e fora – das fronteiras da música que criaram.
Se a banda vem conquistando mais fãs a cada ano, Macro é uma prova de que eles ainda têm muitos territórios inexplorados para desbravar. Resta esperar pelos shows no Brasil, pois a certeza de que eles vão se tornar cada vez maiores já é fato consumado. A nota é dez com louvor.
Assista o show de Nova York clicando aqui!
JINJER – Macro
Napalm Records
Tatiana Shmayluk – vocais
Roman Ibramkhalilov – guitarras
Eugene Abdukhanov – baixo
Vlad Ulasevich – bateria
- On The Top
- Pit of Consciousness
- Judgment (& Punishment)
- Retrospection
- Pausing Death
- Noah
- Home Back
- The Prophecy
- LainnereP
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