Motoqueiro Fantasma 2099 – o que já era bom fica ainda melhor no futuro

Motoqueiro Fantasma 2099 – o que já era bom fica ainda melhor no futuro: Hora de voltar para o futuro, amigos! A Popsfera é o único lugar em que a nostalgia olha para a frente, o passado é hi-tech e nossas lembranças ainda não aconteceram! Mês passado, nós batemos um papo aqui sobre o Homem-Aranha 2099, um personagem que marcou o presente e o futuro no coração de milhões de leitores – mas ele não foi o único!

Nós já temos Motoqueiro Fantasma clássico, Nicolas Cage lokaço em dois filmes (clique aqui e confira nosso review desses clássicos!), o Justiceiro que virou Motoqueiro Fantasma e conseguiu poderes cósmicos (clique aqui para saber do que se trata!), mas agora é hacker-cyberpunk-contra-o-sistema-pílula-vermelha-corporações-DUMAL! Direto do universo futurista da Marvel, vem o Motoqueiro Fantasma 2099 – um espírito da vingança diferente de todos que você já viu (ou vai ver)!

No rosto, um sorriso

Como vocês devem se lembrar, a ideia por trás do universo 2099 da Marvel era pegar conceitos já familiares para os leitores e não apenas jogá-los numa época diferente para explorar o que eles seriam no futuro, mas também explorar as possibilidades e criar algo que fosse novo. Vindo na “segunda leva” de personagens 2099, junto com Hulk e X-Men, o Motoqueiro Fantasma logo se juntaria a Homem-Aranha, Doom e Justiceiro como um dos mais populares da linha!

Escrito por Len Kaminski, o Motoqueiro Fantasma 2099 se destacava por levar mais a fundo questões políticas e sociais da sociedade americana do futuro, marcado por uma estética cyberpunk suja e decadente, privilegiando o traço de artistas como Chris Bachalo e Mark Buckingham! Sério, amigos… Como não curtir os momentos de ÓDIO! ÓDIO! ÓDIO! do Motoqueiro em que uma SERRA ELÉTRICA saía do dorso de sua mão?! 

Plugado nas tendências tecnológicas

Sua história, no entanto, era bem trágica: o hacker Kenshiro Cochrane (ou “Zero”, para os amigos) foi assassinado após roubar informações sigilosas da mega-corporação D/Monix. Zero conseguiu fazer o upload de sua consciência para o cyberespaço, onde foi descoberto pela inteligência artificial conhecida como Oficina Fantasma. Zero aceita ser o avatar da Oficina Fantasma, sendo então baixado para um corpo robótico Cybertek 101 – sua aparência ficou muito próxima da do Motoqueiro Fantasma do final do século XX / começo do século XXI – e assim ele passou a ser chamado.

Com força muito além de um homem comum, o Motoqueiro Fantasma 2099 também podia alterar suas moléculas: enquanto uma mão se transformava em motosserra, a outra se transformava em garras afiadas! Seu sistema de camuflagem permitia que vagasse pela cidade em plena luz do dia e até mesmo imitasse qualquer aparência – inclusive a de Zero Cochrane! No entanto, ele precisava recarregar suas baterias regularmente, dependendo da quantidade de energia que despendia em suas batalhas.

Não é só ele que fica sem forças

Mas isso não deveria ser um obstáculo para ele! Em sua luta para se vingar dos magnatas da D/Monix culpados por sua morte, no entanto, Zero descobre que foi seu próprio pai, Harrison Cochrane, o responsável por sua morte. Com isso, a coisa fica muito pessoal e ele passa a despejar todo seu ódio contra as corporações que controlam a sociedade, visando derrubá-las e impedir que tanto poder continue nas mãos de tão poucos!

Aí percebemos o talento de Kaminski, um dos operários dessa indústria vital, que já tinha passado por títulos como “Web of Spider-Man”, “Iron Man” e “Morbius – the Living Vampire”. Sua criatividade para lidar com a influência das corporações e da tecnologia na vida das pessoas, bem como o ritmo frenético de suas histórias, passam a sensação de estarmos assistindo um grande blockbuster de ação, do tipo poucas ideias e muita porrada! Mas nada disso seria possível sem a arte poluída e detalhista de Bachalo, ainda em começo de carreira e demonstrando muito potencial. Ele desenhou as três primeiras edições de maneira suja, mas com o uso muito inteligente de linhas horizontais para simular o efeito de imagens digitais. Infelizmente, seu talento parou aí – mas foi o suficiente para dar a cara que a série precisava, uma linha seguida pelos desenhistas que vieram depois até o cancelamento do título. 

Você não precisa usar capacete se sua cabeça já for um crânio de metal flamejante

Infelizmente, o fim da linha 2099 resultou em diversos plots não resolvidos. O Motoqueiro Fantasma 2099, no entanto, ainda faria diversas aparições na linha regular da Marvel, como nas séries “Guerras Secretas” (2015) e “Timestorm”. Sempre fica a esperança de que, um dia, esse simpático crânio flamejante volte a levar justiça na forma de motosserra para todas as corporações corruptas do mundo!

Avalie a matéria

Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

Siga-me no Twitter