O Farol
O Farol: Robert Eggers estreou como diretor nos cinemas em um estrondoso sucesso com o filme A BRUXA em 2015, vencedor do festival de Sundance naquela oportunidade, e ele retorna com a mesma magia em O FAROL.
Em uma história de época situada no final do século 19, um novo zelador (Robert Pattinson) chega a uma pequena e totalmente isolada ilha da Nova Inglaterra, no nordeste dos EUA. Entre muitas bebedeiras e algumas discussões, o novato tenta desvendar os mistérios da ilha e as obscuras histórias de pescador de seu chefe, o faroleiro (Willem DaFoe), que, aliás, o proíbe de subir até o topo do farol.
O filme foi gravado em 35 milímetros (o que significa que ele tem a tela quadrada no seu monitor), além de ter sido rodado em preto e branco, decisão que enalteceu muito a fotografia do filme, que nos brinda com cenas belíssimas.
Robert Pattinson tem uma atuação surpreendente, muito distante do que poderíamos esperar se colocarmos a saga Crepúsculo nessa conta. Sentindo os efeitos do isolamento, seu personagem se vê envolvido em um grande mistério envolvendo fábulas, desejo sexual e mentiras. Se alguém ainda tem dúvidas sobre a escolha desse ator para o vindouro filme THE BATMAN, elas irão por água abaixo após O FAROL.
A atuação de Willem Dafoe é magistral, com falas em um inglês um tanto quanto shakespeariano e totalmente soturno, ele guarda para si um enorme segredo.
Ou será que ambos vivem uma ilusão provocada por bebedeiras e solidão?
O roteiro é um show de referências, sejam elas literárias, com lembranças sutis a Moby Dick, de Herman Melville ou à obra de HP Lovecraft, ou ainda com inspiração no cinema mesmo, como as gaivotas que parecem terem saído diretamente do filme “Os Pássaros”, de Alfred Hitchcok. As surpresas ficam por conta da inclusão de uma pitada de mitologia grega e um final acachapante.
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