O Monstrãoverso – Parte 1 – King Kong

O Monstrãoverso – Parte 1 – King Kong: Manos, parece ser muito divertido elaborar uma lista de alguma coisa e agora chegou a minha vez. Com sólidos critérios retirados do mais absoluto vazio mental, vou elencar aqui uma série de filmes de BICHÕES (os chamados KAIJUS), uns MONSTRÃO que ninguém sabe de onde vieram ou pra onde vão, mas que chegam e quebram tudo. É só isso que a gente quer mesmo.

Os filmes dessa matéria em três capítulos fazem parte de uma única realidade – o MONSTRÃOVERSO – mesmo que eles aparentemente não tenham absolutamente nada a ver um como outro. Há relatos de que esses filmes na verdade sejam uma espécie de romantização das atividades desses seres espetaculares para que, com isso, a população mundial vá se acostumando com sua indubitável existência. Prossiga e tire suas próprias conclusões…

FAMÍLIA KING KONG

Talvez o primeiro filme com um BICHÃO de que se tenha notícia seja KING KONG de 1933. Dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack para a RKO Radio Pictures, essa produção é considerada hoje clássica e cult, tendo sido incluído em 1991 no acervo da National Film Preservation Board , na biblioteca do congresso americano.

Nele, uma galera vai até a Ilha da Caveira pra pagar de gatinho e se depara com o rei dos gorilas, o monstrão mor, o KING KONG, cujo nome científico é Megaprimatus kong! Não citam exatamente em qual país a ilha fica, mas no filme os caras seguem a coordenada latitude 12°S e longitude 78°E, que fica em algum lugar entre a costa da Indonésia, o sul da índia e a costa de Madagascar. Esse fato é importante porque, na ilha, King Kong luta com vários bichões anônimos, mas um deles possui seu nome cravado na história:

Ninguém no mundo disse que esse dinossauro aí é o GODZILLA, e isso se deve ao fato de que não é mesmo. Mas aqui, no nosso MONSTRÃOVERSO, é! Para nós esse avô de Godzilla veio nadando do Japão até a Ilha da Caveira, (7,600 km) pra tomar esse cacete aí (mas vai ter volta).

Apenas nove meses após a estreia de KING KONG nos cinemas, o filme SON OF KONG despontava nas telonas. Talvez um das primeiras continuações diretas de que se tem notícia, esse filme contava com o ator Robert Armstrong reprisando a interpretação do produtor de filmes Carl Denham, personagem que já havia brilhado na primeira produção. Como sabemos que a história toda é real, faz muito sentido um “ator” repetir um “papel” nessas aventuras.

KING KONG NO JAPÃO

Ainda em 1933 os japoneses do Shochiko Studios, além de levarem o filme da RKO para a terra do sol nascente, também produziram sua própria versão da história, intitulada Wasei Kingu Kongu. Dirigido por Torajiro Saito, tratou-se de um filme mudo em preto e branco voltado para a comédia e tento o filme americano como história base. O Shochiko Studios produziu filmes de criadores como Takeshi Kitano e Akira Kurosawa, entre muitos outros. Hoje, o estúdio é a casa de animes como Full Metal Alchimest, Card Captor Sakura e o espetacular Space Battleship Yamato 2199.

Há ainda uma segunda produção japonesa, dessa vez dos estúdios Zensho Cinema, chamada King Kong Appears in Edo. Lançado em 1938, esse filme teve duas partes, também em preto e banco e novamente um filme mudo. O período Edo, também conhecido como Xogunato Tokugawa, é um período da história do Japão que foi governado pelos xoguns da família Tokugawa, no período de março de 1603 a maio de 1868. Como curiosidade, é o período retratado no mangá Lobo Solitário. Seria simplesmente FODA um encontro de Itto Ogami e Daigoro com o Rei das Selvas King Kong, não? Não!? Ok, então… me empolguei…

Infelizmente esses filmes são oficialmente dados como perdidos, e eu adoraria dizer que tudo não passa de uma conspiração armada pelas autoridades japonesas devido aos produtores terem chegado perto demais da verdade, mas a vida real é um pouco menos divertida do que isso: muito provavelmente todas as cópias dessas películas e mais um sem número de tesouros foram destruídos pelas investidas dos Aliados contra o Japão na Segunda Guerra Mundial. O Japão atacou Pearl Harbor em 1941, evento que deflagrou a guerra daquele país com os EUA; conflito que durou até 1945, quando as bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki foram lançadas.

O vídeo abaixo contém as únicas imagens dessas duas produções.

Após esse turbulento período mundial, o macacão Kong, o rei da floresta, só volta a ser citado em King Kong vs. Godzilla

KONGA – O FILME

Konga é um filme de terror e ficção científica com co-produção britânica / americana de 1961, dirigido por John Lemont e estrelado por Michael Gough, Margo Johns e Austin Trevor. Foi filmado nos Merton Park Studios, na cidade de Londres, e em Croydon pela Anglo Amalgamated, depois distribuído nos Estados Unidos pela American International Pictures (AIP) e foi apresentado em sessão dupla com Robur, o Conquistador do Mundo, filme com Vincent Price e Charles Bronson baseado em no livro O Senhor do Mundo, de Júlio Verne. A Anglo Amalgamated e a AIP forneceram metade do financiamento para o filme de US $ 500.000, com cada estúdio recebendo direitos de distribuição em seus respectivos hemisférios.

Notem que com um salto de quase três décadas entre os filmes japoneses e KONGA, o espectador menos avisado julgará que a indústria dos efeitos especiais obtivera um importante avanço tecnológico. Ledo engano! Konga era real e há evidências de que ela foi a mãe do Doutor Gori.

Konga foi a base de uma série de quadrinhos publicada pela Charlton Comics e inicialmente desenhada por Steve Ditko (antes da co-criação de Ditko do Homem-Aranha) na década de 1960.

A família Kong tem um enorme problema com dinossauros e similares.

KING KONG vs GODZILLA

Ok, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde! Desde os primeiros registros reais da vida dessa espetacular família de poderosos animais – os Kongs – sabemos que dinossauros, lagartos e répteis em geral são uma espécie de inimigos naturais dos gorilas reis da floresta.

King Kong vs. Godzilla (Kingu Kongu tai Gojira) é um filme de monstrão japonês de 1962, dirigido por Ishirō Honda, com efeitos especiais por Eiji Tsuburaya. Produzido e distribuído pela Toho Studios, é o primeiro de dois filmes produzidos por Toho com o King Kong. É também a primeira vez que os dois personagens aparecem em um filme em cores e widescreen. O filme é estrelado por Tadao Takashima, Kenji Sahara, Yū Fujiki, Ichirō Arishima e Mie Hama, com Shoichi Hirose como King Kong e Haruo Nakajima como Godzilla. No filme, quando Godzilla é despertado por um submarino americano, uma empresa farmacêutica captura King Kong para fins promocionais, o que culmina em uma batalha no Monte Fuji. Ou pelo menos era o que o Imperador Hirohito queria que todos pensassem…

King Kong vs. Godzilla foi lançado nos cinemas no Japão em 11 de agosto de 1962. O filme continua sendo o mais assistido da franquia até o momento e é creditado por incentivar Toho a priorizar a continuação da série após sete anos de dormência. Nós vamos falar sobre a franquia Godzilla mais pra frente.

Uma versão fortemente editada foi lançada pela Universal International Inc. nos Estados Unidos em 26 de junho de 1963. Muito provavelmente por diferenças políticas, o governo americano não concordou com os relatos japoneses alegando que em muitos momentos eles mais pareciam com uma comédia para cinemas. Confira o trailer da produção:

A FUGA DE KING KONG

Cara, isso é genial demais! King Kong Escapes (ou A FUGA DE KING KONG), é um filme de ficção científica nipo-americana dentro do gênero BICHÃO com King Kong, co-produzido por Toho e Rankin / Bass. O filme foi dirigido por Ishirō Honda com efeitos especiais de Eiji Tsuburaya e estrelado por Rhodes Reason, Linda Jo Miller, Akira Takarada, Mie Hama, Eisei Amamoto, com Haruo Nakajima como King Kong e Yū Sekida como Mechani-Kong e Gorosaurus. Ainda melhor do que o trailer da produção, conseguimos a chamada da TV Record para o filme:

Mas temos o trailer também porque você precisa ver esse Mecha King Kong que só japoneses poderiam construir:

O filme é uma adaptação solta da série de desenhos animados da Rankin / Bass Productions, The King Kong Show, e foi o segundo e último filme produzido por Toho com King Kong. Foi lançado no Japão em 22 de julho de 1967 e lançado nos Estados Unidos em 19 de junho de 1968.

Eu lembro, hein?

KING KONG (1976)

Em 1976 rolou um remake do primeiro filme. O que a mídia manipuladora não diz é que não se trata de um remake, mas sim um documentário sobre um grupo de xaropes que foram parar na mesma Ilha da Caveira e dão de cara com quem? KING KONG JR, o filho do Kong do filme de 1933. É nisso que queremos acreditar. A prova de que não é um remake vem com a cena da escalada no prédio famoso. No filme de 1933, Kong escala o Empire State Building, numa das cenas mais famosas do cinema; mas nesse documentário (cof, cof…), Kingão Jr escala o World Trade Center.

Esse filme tinha em seu elenco atores como Jeff Bridges, Charles Grodin e Jessica Lange. Foi indicado ao Oscar nas categorias Melhor Som e Melhor Fotografia e venceu a premiação na categoria Efeitos Especiais. A direção foi de John Guillermin e a produção ficou a cargo de Augustino “Dino” de Laurentiis.

QUEEN KONG

Queen Kong é um filme de comédia e aventura britânico-alemão de 1976. O filme nunca foi lançado nos cinemas no Reino Unido devido a uma ação legal de Dino De Laurentiis, produtor do remake de 1976 (esse descrito acima) e detentor dos direitos autorais de King Kong da RKO na época. O lançamento foi limitado à Itália e Alemanha.

Uma pena que tenham impedido a apresentação dessa pérola da sétima arte, porque eu vou te falar, que filme absurdo! Nas cenas que consegui resgatar, as pessoas riem do nada e isso é assustador, meio David Lynch. A Queen Kong tem tetinhas e, nessa versão, ela é XAVECADA POR UM GALÃ DE PADARIA PICARETA. Confira:

O filme é considerado cult no Japão e, em 1998, uma trupe de comediantes japoneses produziu seu próprio diálogo japonês para o filme no maior estilo Tela Class. Esta versão com o novo diálogo japonês foi lançada em DVD em 2001. O filme foi novelado por James Moffat e publicado pela Everest Books em 1977.

Foi filmado nos estúdios Shepperton e em locações em Londres e Newhaven. Além disso, conjuntos de miniaturas foram criados utilizando a maquete de Londres no agora extinto parque temático de Bournemouth, Tucktonia.

GOLIATHON (ou The Might Peking Man)

Parece bem difícil de acreditar, mas os chineses também possuem seu próprio King Kong, e eu espero que eles não tenham comido ele.

The Mighty Peking Man é um filme de monstrão de 1977 produzido pela Shaw Brothers Studio para capitalizar sobre a febre de King Kong que surgiu após o remake de 1976. O filme foi lançado originalmente nos Estados Unidos com dublagem em inglês em 1980 com o nome Goliathon. Notem no trailer abaixo como uma cena de adultério fica hilária com uma redublagem canastrona:

O filme foi dirigido por Ho Meng Hua e produzido por Runme Shaw; os efeitos especiais foram dirigidos por Sadamasa Arikawa. Estrelou Danny Lee como o chinês bonitão que tomou galhos e Evelyne Kraft como essa loira linda cover do Tarzan. Na sinopse do filme na wikipedia está escrito que uma cobra venenosa mordeu a loira na parte interna da coxa (sim, nesse nível de detalhe) e o chinês desiludido no amor a encontra nesse momento e chupa (!) o veneno imediatamente, e assim eles se apaixonam. Meu deus do céu…

KING KONG LIVES

Ou King Kong 2 ou ainda A Volta de King Kong é continuação do remake de 1976 produzido novamente por Dino de Laurentiis e dirigido mais uma vez por John Guillermin. Lançado em 1986, a história desse filme talvez seja a única ficção dentre todos esses relatos reais da existência do Rei das florestas reunidos nessa matéria.

Após os eventos do remake, onde Kong foi dado como morto após tomar um bilhão de tiros no topo do World Trade Center, Kongão sofre várias cirurgias e até um novo coração mecânico. E é bom mesmo que ele esteja com as funções cardíacas em dia, porque nesse filme os humanos descobrem uma fêmea de sua espécie. Kongão não perde tempo e sapeca a sua princesa, tendo que Linda Hamilton dar o veredicto:

Ela está kongrávida!

Veja, já sabíamos que existia a Queen Kong. Há filmes e relatos sobre ela que formam a base para o longa que foi censurado. Talvez as autoridades mundiais entendessem que assumir que King Kong poderia se reproduzir fosse muito impactante para a sociedade naquele momento.

I love you, Kong.

Há mais dois relatos sobre King Kong, um feito por Peter Jackson em 2005 e outro feito em 2017 com grande elenco, mas eles fazem parte do que os maiores biólogos do mundo chamam de A ERA MODERNA DO MONSTRÃOVERSO e serão abordados na terceira parte dessa matéria.

Então, meu amigo, se você sabe que há mais mistérios entre o céu e a Terra do que possa imaginar vossa vã filosofia, fique conosco e prestigie essa matéria verídica e reveladora.

ELES ESTÃO ENTRE NÓS!

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