O que DC Future State representa para a DC Comics hoje?
O que DC Future State representa para a DC Comics hoje: O assunto da semana certamente é novo mini evento da DC, o DC Future State, até porque implica em algumas mudanças bem distintas e que realmente chamam a atenção do publico. Vimos que teremos um novo Batman, uma Mulher-Maravilha que seria brasileira e muito mais.
Mas o que realmente sabemos de DC Future State?
Seria o DC Future State um DC 5G remodelado?
O que DC Future State representa para a DC Comics hoje: É o que todos os indícios apontam. Então nessas linhas trarei o que sabemos até o presente sobre este evento que promete ser impactante e ditar os rumos dos quadrinhos da DC Comics em 2021.
DC 5G
O que era o DC 5G? Era uma proposta do antigo editor da DC Comics, Dan DiDio, que tinha como finalidade dar um salto no tempo e mostrar os jovens heróis da editora substituindo lendas como Bruce Wayne, Clark Kent e Diana Prince. Isso acarretaria em envelhecer alguns personagens e dar mais espaço para outros novos.
Esta fase duraria 1 ano, porém sempre foi contraditória, pois mexeria com os personagens centrais da editora. E não fica difícil de entender o receio dos figurões da DC com esta questão: Fica complicado para um novo fã assistir um filme do Batman com Robert Pattison interpretando Bruce Wayne e, quando o mesmo for para as bancas ler um gibi do personagem, encontrar um homem morcego bem diferente. Esse seria um dos pontos que pesavam contra a proposta de DiDio, além do longo tempo do evento.
O pulo do gato do DC 5G era que a editora iria utilizar uma serie de especiais de nome Generations para validar tudo que já fora feito nos pouco mais de 80 anos da DC. Isso era um dos principais fatores que dariam peso para este movimento de Dan DiDio. Tudo mesmo, até o hypertime (conceito criado por Mark Waid e Grant Morrison em 1999 para utilizar realidades alternativas, já que não podiam utilizar na época o multiverso).
Os 6 especiais seriam Generation Zero: Gods Among Us, Generation One: Age of Mysteries, Generation Two: Age of the Metahuman, Generation Three: Age of Crisis, Generation Four: Age of Rebirth e Generation Five: Age of Tomorrow.
Toda essa incrível programação idealizada por Dan DiDio veio por água abaixo, quando ele foi demitido. E piorou um pouco mais quando a pandemia do novo Covid assolou o mundo. Isso fez com que todas as editoras tomassem medidas de austeridade para evitar que se afundassem mais ainda na crise financeira que o setor de quadrinhos estava passando.
Houve uma completa reestruturação interna e organizacional no grupo Warner, implementada pela AT&T, que buscava otimizar os lucros dos negócios. Demissões em massa foram noticias nos jornais por semanas e um novo organograma foi implantado na DC, inclusive contratando um gerente geral que vai trabalhar em muitas áreas, incluindo marketing, vendas, gestão de quadrinhos e etc.
Depois dessa salada empresarial, a editora precisou reformular seus eventos de quadrinhos, lançamentos de novas revistas e tudo mais.
DC sofrendo da síndrome de Joe Quesada?
Se lembram dos especiais de Generation que comentamos mais acima? Foram transformados em um único especial, Generations: Shattered, que fará a introdução ao DC Future State. E assim a DC ficará com uma sequência de dois minis eventos seguidos, Endless Winter (em dezembro) e Future State (janeiro e fevereiro).
Tudo isso em meros 3 meses. A conclusão de um grande evento que promete remodelar toda a realidade do universo DC emendada a 2 mini eventos. É muita coisa para acompanhar e pode confundir muito o leitor. Será que a DC Comics está alinhando as ponteiras com Joe Quesada e socando evento até dizer chega?
Segundo o roteirista Scott Snyder deixou a entender em entrevistas recentes, Future State é uma das consequências de Death Metal. Será que então tudo está conectado? Será que é um vislumbre de tudo que pode acontecer de errado?
Valem ou não valem as mudanças de Future State?
Estamos falando de quadrinhos de heróis, portanto é um pouco complicado afirmarmos que mudanças de status quo sejam permanentes, porem já sabemos que Future State se passa em 2030, portanto um indicativo que é uma realidade distópica futurística.
E como o leitor de quadrinhos mais experiente deve saber, o universo DC está ativo e em constante mudanças, uma simples viagem no tempo do Barry já pode mudar toda a realidade no futuro.
Podemos usar como exemplo o maior inimigo da Legião dos Super-heróis, Senhor do Tempo, que em Zero Hora era Rokk Krinn e na minissérie Crise final: A Legião dos 3 mundos, era ninguém menos que o Superboy Prime.
Somente isso já evidencia o quão maleável e sensível é o futuro no Multiverso. Contando ainda com a “atuação” de dezenas de viajantes do tempo, obviamente as mudanças nunca serão permanentes, principalmente se partirem do pressuposto que as histórias geralmente seguem a teoria do efeito borboleta de Edward Lorenz.
E mesmo que as mudanças não sejam permanentes, o que tem de mais em curtimos por 2 meses personagens clássicos com uma nova roupagem e novos plots envolventes? Isso é ótimo porque tira o personagem do marasmo de sempre. Eu acho que essa proposta tem tudo para dar um gás nos títulos, principalmente vindo de um grande evento como Death Metal.
Editorialmente falando, Future State tem começo, meio e fim. Porem poderá ser revisitado a qualquer momento, como é feito regularmente com o futuro da Legião dos Super-Heróis, ou do Reino do Amanhã. Referencias não serão escassas e um bom roteirista sempre vai saber usar a criatividade em prol de uma boa história, utilizando de todos os artifícios.
Uma nova geração de roteiristas surge!
Como disse anteriormente, todos os indícios apontam que a proposta do 5G foi realmente adaptada para o Future State, pois, reaproveitaram ate mesmo as equipes idealizadas por DiDio. Não desperdiçaram os talentos contratados para o antigo projeto e ainda farão a editora oxigenar seus títulos com uma vivacidade e criatividade sem limites.
O Future State então também servirá como plataforma de avaliação de novos e potenciais roteiristas que irão abrilhantar a DC nos próximos anos. Os escritores terão uma chance de ouro de brincar com personagens em uma realidade completamente nova e, pelas solicitações divulgadas, eles realmente estão surfando na onda de impressionar com plots altamente arriscados e que dão destaques para personagens diferentes.
Alguns meses atrás escrevi uma matéria sobre esses novos roteiristas que estão indo escrever para a DC Comics, oriundos das mais diversas áreas multimídia. Leia aqui e saberá mais.
Fiquem de olho em Tim Sheriddan (escreverá Teen Titans e Shazam!), Joelle Jones (Mulher-Maravilha), Geoffrey Thorne (Green Lantern), Meghan Fitzmartin (Robin Eternal), pois, são as caras novas da DC.
Outro ponto favorável nesse fabuloso evento é o destaque que a editora estará dando para a vencedora do Eisner Awards, Mariko Tamaki, que irá trabalhar com um personagem clássico como Bruce Wayne em um plot que pode render bastante.
Outro autor a ser observado e que terá mais espaço no futuro é John Ridley e seu novo Batman na pele de Luke Fox. Lembremos que Ridley está a frente de uma das histórias mais aguardadas dos últimos anos, The Other History of DC Comics.
Esses 2 meses servirão para também mostrar como poderá ser trabalhado o legado das lendas da DC, afinal a antiga trindade seria substituída pelo Superman Jon Kent (filho de Clark e Lois), o Batman Luke Fox e a Mulher-Maravilha Yara Flor, sem precisar matar os tradicionais super-heróis.
Diversidade um ponto favorável?
Sei bem que ao falarmos de termos como diversidade, muitos dos leitores podem interpretar que a editora está levantando bandeiras políticas, mas no caso da DC Comics é algo completamente diferente.
A DC sempre investiu no filão de personagens diversificados. Basta ver o caso do Ciborgue (Novos Titãs e atualmente na Liga da Justiça), John Stewart (Lanterna-verde), John Henry Irons (Aço), Bloodwynd (nunca nós esqueceremos de você ☹) só para citar alguns heróis negros. E ainda tem o fato de a editora ter acreditado no potencial de alcance dos personagens da Milestone.
Do lado feminino, nunca foi segredo que a editora investe em personagens fortes e com personalidade como Jade, Donna Troy, Carol Ferris, Poderosa, Supergirl… e a fila só cresce.
Porém este novo e curto evento abriu possibilidades para que os autores possam ter uma real liberdade. Basta ver que teremos pela primeira vez na história um Batman negro, uma Mulher-Maravilha latina (Brasiiiiilllll) e uma velocista de próteses.
A diversidade é algo importante e todo mundo quer se sentir representado, então porque não abrir o leque de opções? Ponto super positivo para a editora das lendas, que entendeu que está fazendo gibis para uma nova geração.
Antiga Trindade completamente diferente!
O que DC Future State representa para a DC Comics hoje: Conforme novos heróis são introduzidos em Future State para assumir papéis de personagens como Batman, Superman e Mulher Maravilha , seus antecessores também receberão novos papéis emocionantes.
Bruce Wayne assumirá a nova identidade de Dark Detective (Detetive Sombrio), Kal-El/Superman estará exilado da Terra – seu destino é ser um dos gladiadores das arenas do Warworld – e a Mulher Maravilha é a última guerreira sobrevivente da Trindade. Quer as mudanças sejam duradouras ou não, elas parecem ser divertidas de explorar por pelo menos alguns meses.
Future State é suco de Convergência com sabor de DC Um Milhão?
Muitos, ao lerem essas noticias relacionadas a DC Future State, podem associar esse ao evento também de curto prazo chamado Convergência, pois tem uma proposta semelhante – evento isolado de 2 meses. Porem eu vejo com outros olhos, vejo mais singularidades com DC Um Milhão. A saga comandada por Grant Morrison nos brindava com a interação de personagens de um futuro bem distante e seus respectivos legados, sendo bem interessante de certo modo. Já Convergência sempre foi uma “saga tampão” para ajudar a mudança da editora para a cidade de Burbank.
Pode ser que meu espirito esteja enganado e Future State possa me surpreender negativamente? Claro, afinal Future’s End, também prometia um plot desse nível mas se perdeu totalmente, tornando-se uma saga insossa e sem graça, maaaaas belamente desenhada. Acho bem difícil a DC errar desse jeito novamente, afinal um dos plots que todo fã de quadrinhos adora é o de realidades alternativas, futuros mirabolantes e mudanças de status quo – mesmo já sabendo que muitas dessas alterações não serão permanentes. E o que todo leitor da DC Comics quer? Ler boas histórias, então fica a minha torcida para que no final tenhamos êxito nessa expectativa gerada.
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