Os 20 anos de The Fragile Art of Existence do Control Denied
Os 20 anos de The Fragile Art of Existence do Control Denied: Há muito, muito tempo em uma galáxia muito distante, o líder do lendário Death, Chuck Schuldiner, começou a questionar os rumos que o estilo que ajudara a criar, o death metal, estava tomando. Músicas cada vez mais cruas, letras simplórias e uma brutalidade que diminuía a qualidade técnica do som, Schuldiner se via desconfortável até mesmo com a alcunha de “padrinho do death metal”. “Eu não acho que eu deva levar crédito por toda essa coisa de death metal”, ele declarou numa entrevista. “Sou só o cara de uma banda, e acho que o Death é uma banda de metal”.
Mas não o metal que ele realmente queria fazer.
Disposto a criar uma banda com uma orientação mais técnica, onde pudesse explorar melhor suas influências, que iam de Black Sabbath, Judas Priest e Iron Maiden a jazz, metal progressivo e música clássica, Schuldiner reuniu-se com os melhores músicos que pôde encontrar. Assim nasceu o Control Denied em 1996, já disposto a lançar músicas que refletissem as qualidades musicais de seus integrantes – por obrigações contratuais, no entanto, o Death ainda devia um álbum para a gravadora Nuclear Blast. O que seria o primeiro registo do Control Denied, então, se tornou “The Sound of Perseverance”, o sétimo e último disco do Death, lançado em 1998.
Só então foi possível se dedicar totalmente ao Control Denied. Schuldiner não estava disposto a cantar, querendo uma sonoridade diferente para os vocais, mais “heavy metal”. A missão ficou a cargo de Tim Aymar, que já havia cantado no Triple X e no Psycho Scream. Para completar o time, Schuldiner recorreu aos músicos da banda Talonzfury: o baterista Chris Williams, o guitarrista Shannon Hamm e o baixista Scott Clendenin. Aos poucos, a formação foi mudando, com Richard Christy assumindo as baquetas, enquanto Steve Di Giorgio substituiu Clendenin.
Foi esse o time que, em 1999, lançou The Fragile Art of Existence – o único álbum do Control Denied, na esteira do último disco do Death. A qualidade técnica dos músicos e a complexidade das composições remetem ao “Sound of Perseverance”, mas sem amarras ou rótulos. Há muita melodia além do peso e da velocidade; os riffs são muito tradicionais, mas os tempos quebrados são o toque de modernidade para onde Schuldiner achava que o metal deveria ir. Os solos são muito bem construídos em cima de melodias com variações de tempo muito rápidas, o que é bem difícil de se conseguir sem a combinação certa de feeling e técnica. Em momento nenhum ele soa como Iron Maiden ou Judas Priest, mas sim como o metal seria se nunca se cansasse e continuasse tentando desafiar suas próprias barreiras.
Infelizmente, Schuldiner passou a enfrentar um câncer cerebral nessa época e, corajosamente, continuou trabalhando em sua música durante o tratamento. A batalha terminou em 13 de dezembro de 2001, quando uma forte pneumonia destruiu suas defesas. Seu legado, no entanto, permanece vivo nos sete álbuns lançados pelo Death, enquanto o Control Denied fica como um testamento dos rumos que ele pretendia dar a sua música. Forte, desafiador e indelével.
Control Denied – The Fragile Art of Existence
Nuclear Blast Records / Relapse Records (reedição de 2010)
- “Consumed”
- “Breaking the Broken”
- “Expect the Unexpected”
- “What If…?”
- “When the Link Becomes Missing”
- “Believe”
- “Cut Down”
- “The Fragile Art of Existence”
Tim Aymar – Vocais
Chuck Schuldiner – Guitarra
Shannon Hamm – Guitarra
Steve DiGiorgio – Baixo
Richard Christy – Bateria
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