Os 30 Anos de Seasons in the Abyss!

Os 30 Anos de Seasons in the Abyss: Eles já tinha saído da garagem com “Show No Mercy”. Já tinham mostrado do que eram capazes com “Hell Awaits”. Tornaram-se o parâmetro pelo qual todas as outras bandas do estilo seriam avaliadas com “Reign In Blood”. Expandiram as fronteiras do estilo com “South of Heaven”. O que mais faltava?

Psiquiatra?

Com “Seasons In The Abyss”, o Slayer tornou-se um dos maiores gigantes do metal da história. Musicalmente, ele encapsula o speed metal dos três primeiros discos com as melodias mais lentas e pesadas de seu antecessor, de maneira coesa e homogênea. Para a banda, ele representou a abertura de diversas portas em rádios, revistas especializadas e na MTV, com o primeiro vídeo da banda (para a faixa-título). É também o último álbum de estúdio a contar com o baterista Dave Lombardo até sua volta em 2006 para as gravações de “Christ Illusion”.

O produtor foi Rick Rubin, que já tinha trabalhado nos dois discos anteriores da banda. Ninguém melhor do que ele, naquele momento, poderia captar a sonoridade verdadeiramente thrash metal do quarteto. Ele conduz o som com maestria, numa produção que permite ouvir nitidamente todos os instrumentos, mesmo sob o pesado massacre sonoro. Nós vamos da velocidade alucinante de “War Ensemble”, “Spirit In Black” e “Hallowed Point” para as mais cadenciadas “Blood Red”, “Skeletons of Society” e “Expendable Youth” – sem nos esquecermos da aterrorizante doom “Dead Skin Mask” e da fantástica faixa-título.

“Acho que a gente só queria continuar sendo o Slayer”, contou o guitarrista Kerry King em 1994 numa entrevista à LoudWire. “Tinha muitas bandas na época que construíram suas carreiras copiando o que a gente fazia, e nós queríamos mostrar pra todo mundo que ainda podíamos fazer melhor”. “Naquela época, a gente colaborava um pouco mais nas músicas”, contou o vocalista e baixista Tom Araya, na mesma entrevista. “Eu trabalhei com Kerry em ‘Expendable Youth’, Jeff, Kerry e eu escrevemos ‘War Ensemble’ juntos. Nós sabíamos que tínhamos grandes músicas e queríamos que as letras fossem tão fortes quanto possível também”.

E essas três músicas se tornaram os grandes destaques do álbum: “War Ensemble”, um massacre violentíssimo; “Dead Skin Mask”, sobre o assassino serial Ed Gein (que fazia troféus com os ossos e órgãos de suas vítimas, além de máscaras de suas peles) e “Seasons In the Abyss”. O Slayer saiu do estúdio direto para a turnê “Clash of the Titans”, ao lado de Megadeth (que promovia o lendário “Rust In Peace”), Antrax, Testament, Suicidal Tendencies e, mais tarde, uma novata banda de Seattle que começava a ganhar expressão: o Alice in Chains.

O álbum acaba marcando não só o auge do thrash metal, mas também o fim de uma década de sangue e fogo. Os anos 80 foram, aos poucos, sendo tomados de assalto por esse gênero nada comercial e que precisava da força dos fãs para se estabelecer. As vendas de “Seasons in the Abyss” foram tão expressivas que a banda lançaria um álbum duplo ao vivo da turnê, o impressionante “Decade of Aggression” – algo difícil para uma banda de metal alcançar. Mas isso só atesta que o Slayer se tornou sinônimo de thrash metal, uma banda que foi capaz de se manter relevante em meio ao grunge e à decadência do estilo que ajudou a criar. Não há muitas outras capazes de tal feito. Nenhuma como o Slayer.

Slayer – “Seasons in the Abyss”
Def American Records
Produzido por Rick Rubin

Tom Araya – vocal, baixo
Kerry King – guitarra
Jeff Hanneman – guitarra
Dave Lombardo – bateria

  1. “War Ensemble”
  2. “Blood Red”
  3. “Spirit in Black”
  4. “Expendable Youth”
  5. “Dead Skin Mask”
  6. “Hallowed Point”
  7. “Skeletons of Society”
  8. “Temptation”
  9. “Born of Fire”
  10. “Seasons in the Abyss”

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Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

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