Os 80 Anos do Lanterna Verde!
Os 80 Anos do Lanterna Verde: Todo mundo tem seu Lanterna Verde favorito. Para um leitor mais “recente”, é bem provável que a apresentação tenha sido a Simon Baz e Jessica Cruz, que foram recentemente introduzidos no universo da editora, mais particularmente nos gibis da Liga da Justiça, como forma de tornar não só a equipe, mas todo o panteão de heróis da DC Comics mais representativo e diverso. Baz, um muçulmano de nacionalidade libanesa e americana, e Jessica, latina e mulher, tiveram destaque em sagas importantes, como “A Ascensão do Terceiro Exército” e “Guerra Darkseid”.
Quem conheceu o personagem pelo desenho animado de Paul Dini e Bruce Timm, provavelmente vai ter preferência por John Stewart, o militar durão e disciplinado. Eu conheci o Stewart lendo a mini-série Odisséia Cósmica, onde, movido por arrogância e excesso de confiança no seu anel energético, ele foi responsável pela destruição de um sistema planetário habitado. Essa história deixou uma impressão muito forte do Stewart pra mim, quando ele passou a ser o lanterna que cometeu um erro terrível e, provavelmente, iria passar o resto da vida tentando se redimir.
Quem começou a acompanhar os gibis na segunda metade da década de 90 é, possivelmente, fã de Kyle Rayner. Após uma mudança drástica na linha editorial da DC, que culminou com um Superman morto, Batman aleijado e Mulher Maravilha substituída, foi a vez de “marvelizar” um pouco o Lanterna, com um novato encontrando a arma mais poderosa do universo por acaso. Marcou uma geração de leitores, mas a falta de um propósito para Rayner nos anos seguintes o tornou um personagem com muitas facetas e um passado que deixava claro que a editora não sabia o que fazer com ele.
Já a primeira metade da década de 90 deu aos leitores a oportunidade de conhecer não só o irascível e politicamente incorreto Guy Gardner como também o divertido G’nort. Com participações na Liga da Justiça Internacional, a fase “bem humorada” da equipe, os dois passaram a ser lembrados por fãs ao redor do mundo como peças fundamentais da mitologia da Tropa. Gardner passou por diversas mudanças, usando o anel amarelo ou com poderes vuldarianos, enquanto G’nort foi lentamente varrido pra debaixo do tapete da editora, sendo lembrado hoje apenas pelos fãs que viveram a época.
Claro, há fãs até do Lanterna Verde original da Era de Ouro, Alan Scott, um personagem consideravelmente diferente dos que vieram depois. Há fãs de Mogo, Kilowog, Salakk, Tomar Re, Arísia e até de Sinestro.
Mas toda a mitologia do Lanterna Verde passou a ser centrada em um homem: Hal Jordan. Uma reformulação de Alan Scott (criado por Martin Nodell em 1940), Jordan foi criado por John Broome e Gil Kane, sob a batuta do lendário editor Julius Schwartz, como parte de algo muito maior: a força de proteção do universo conhecida como Tropa dos Lanternas Verdes. É a partir desse momento, em 1959, que as histórias passam de um “combate ao crime” comum para um sci-fi que expandiu os limites do universo DC. Levando em conta que são Os 80 Anos do Lanterna Verde!
A Tropa dos Lanternas Verdes é uma força policial intergalática de mais de três bilhões de anos, dedicada a patrulhar os recônditos mais remotos do universo para garantir a paz e a ordem. Divididos por 3600 setores, cada Lanterna Verde porta um anel que canaliza a energia da Bateria Central, movido por pura força de vontade. Quanto mais a determinação, foco e vontade, maior o resultado – porém isso é inútil sem a maior qualidade de um Lanterna Verde: a capacidade de superar grandes medos.
Como Lanterna Verde da Terra, Jordan já morreu e ressuscitou (duas vezes), foi traído e traiu, abandonou a Tropa e foi abandonado por ela, conheceu o amor e o ódio. Já enfrentou o Antimonitor, Nekron, seu antigo amigo Sinestro, seu grande amor Carol Ferris (como a Safira Estrela), tropas das mais variadas cores e até mesmo a impureza amarela do anel, sob a forma de Parallax. Volthoom, o Primeiro Lanterna, já declarou que Jordan tem mais força de vontade que a própria bateria central de Oa.
Ao longo de seus 80 anos de publicação, os últimos 20 são, de longe, os que mais empolgaram leitores, alterando o status quo do(s) personagem(s) seguidas vezes, apresentando novos perigos, novas tropas e incontáveis aventuras. Adaptado para cinema, TV e video games, tornou-se um dos pilares do Universo DC e uma das marcas mais fortes entre o panteão de heróis da editora. Tudo isso, de uma forma muito simples: colocando o foco na força de vontade e não necessariamente na “arma mais poderosa do universo” em seu dedo. Claro, ter um anel capaz de dar forma a qualquer coisa que imaginarmos é legal, mas saber que é a força de vontade e a capacidade de superar o medo que nos torna dignos dele é algo que, em sua simplicidade, beira o coaching. Mas não resta dúvida que, ao longo de seus 80 anos de publicação, seu maior legado foi o apelo a emoções humanas universais e atemporais, que nos ensinaram que o maior inimigo a ser derrotado é o interior. E somente com a luz isso é possível.
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