Os X-Men de Rosenberg (pela Panini)
Os X-Men de Rosenberg (pela Panini): Houve um tempo em que os X-Men eram o carro chefe da Marvel, com 150 revistas por mês, um bilhão de personagens, 5 mega sagas ao mesmo tempo e era sensacional! Só quem estava lá sabe…
Mas aí os anos 90 cobraram seu preço e a Marvel abriu falência por conta de discutíveis decisões editoriais, capas alternativas e, principalmente, a queda de qualidade de suas revistas após a debandada das jóias da casa. Jim Lee, Rob Liefeld, Whilce Portacio, Erick Larsen e Todd McFarlane saíram para fundar a Image Comics. Alguns recordes em vendas da Marvel (se não todos) foram produzidos por essa turma.
A Marvel deu seus pulos para contornar essa crise e uma das soluções encontradas foi fazer uma grana vendendo os direitos de seus personagens para quem quisesse comprar, e assim os direitos dos X-Men foram parar nas mãos da 20th Century Fox. O primeiro filme foi lançado em 2000 e tudo ia bem; a franquia foi um sucesso, mas em um determinado momento a Marvel entendeu que poderia estar um pouco mais contente com o acordo firmado uma década atrás.
Talvez tenha sido a representação dos Filhos do Átomo nas telonas – não tão fiel assim às suas origens – somada ao fato de que a própria Marvel se aventurava nos cinemas com estúdio próprio (e que talvez tenha sentido saudades de seus filhos queridos e os imaginava ali, junto com o resto da família), o fato é que a editora não estava contente com o que via, parando inclusive de criar conteúdo que poderia ser usado pela Fox a qualquer momento. Foi aqui que os problemas mutantes realmente começaram…
A conta era simples: porque gastar recursos em uma franquia que está gerando lucro para outra empresa sendo que podemos nos dedicar quase que exclusivamente a uma outra franquia que está sob nosso total controle? E assim Os Vingadores se tornaram a linha de frente da editora, com 150 revistas por mês, um bilhão de personagens, 5 mega sagas ao mesmo tempo e foi sensacional! Só quem estava lá sabe… E ainda tivemos um pequeno adicional de 22 poderosos filmes.
Mas os tempos são outros, irmãos. A Disney comprou a Marvel, e depois comprou a Fox também, o que significa que os direitos dos X-Men são da Marvel de novo, de um jeito ou de outro! Stan Lee (que deus o tenha) com certeza gritou “A MIM, MEUS X-MEN” quando o martelo foi batido.
E essas datas meio que coincidem com uma pequena reformulação que a Casa das Ideias promoveu em seus títulos mutantes, e aqui que entra Matthew “Porks” Rosenberg.
Matthew Rosenberg é escritor de quadrinhos faz um tempo, esteve em títulos como Justiceiro, o gibi do Rei do Crime dentro da saga Guerra Civil II, mini série do Rocket Racoon, Secret Warriors, além dos gibis da franquia X que vou resenhar aqui e mais umas par deles que estão por chegar (Aniquilação 3, Gavião Arqueiro, 2020 Force Works). Para saber um pouco mais sobre ele, leia a resenha do nosso Matheus escrita o ano passado:
Com a trindade mutante morta, Rosenberg é escalado para ressuscitar Jean Grey na mini série A RESSURREIÇÃO DA FÊNIX. Gibi muito legal, um rolê nostálgico pelo passado da ruiva, uma retomada de sua importância dentro da franquia mutante. Rosenberg ensaia aqui a volta de Ciclope. Já a Fênix segue liderando uma equipe, a X-Men Red, em revista própria.
Em seguida, o escritor encara uma mini série com os Novos Mutantes. Em sua conta no Twitter, Rosenberg esboçou certa insatisfação com o fato de ter que encerrar de forma abrupta seus trabalho com os mutantes, e essa treta se reflete sim na leitura de seus gibis. Essa mini, por exemplo, tem seu final contado dentro do título UNCANNY X-MEN, também sob a escrita de Rosenberg.
Recomendo fortemente a leitura desses gibis na sequência aqui apresentada. A Panini comeu bola na hora de mandar pra banca as edições e o arco do Destrutor, que foi publicado na SURPREENDENTES X-MEN VOL 3, saiu antes.
Vamos lá:
OS NOVOS MUTANTES – ALMAS MORTAS
Sabe aquela sensação de estar caindo quando você está parado em algum lugar? Essa zica se chama espasmo hipnagógico e você vai sentir isso lá na parte #4 desse gibi.
Numa trama até certo ponto simples – porém muito bem planejada – Illyana Rasputin, a Magia, reúne um grupo mutante para realizar algumas missões. A pegada é que todas elas estarão relacionadas, dando àquela edição com cara de monstro da semana uma singela importância no final da história. É muito legal quando isso acontece, não? Gibi muito bacana, vale a leitura.
A formação do grupo já é um agradável passeio pela cronologia ao juntar:
Magia: Illyana Rasputin já passou por poucas e boas: cresceu no inferno, morreu pelo vírus Legado, foi aprendiz do Doutor Estranho e lidera essa equipe.
Lupina: Rahne Sinclair era órfã até se adotada por Moira MacTaggert, que a recomendou ao Professor Charles Xavier para que ela se juntasse à terceira classe de mutantes que o professor careca estava reunindo, os Novos Mutantes. Rahne também atuou com o Excalibur e o X-Factor.
Fortão: Guido Carosella já foi roadie de Lila Cheney e membro do X-Factor. Tem uma treta com a Rahne.
Rictor: Julio Esteban Richter, mexicano, se juntou aos Novos Mutantes lá pela saga Inferno, passou um tempo na X-Force (onde conheceu seu namorado, Shatterstar) e também foi membro do X-Factor.
Dinamite: a eterna Boom Boom, Tabitha Smith deu seus rolês com a X-Force e também com a maravilhosa Nextwave, escrita por Warren Ellis.
Karma: Xi’an Coy Manh. Membro fundadora dos Novos Mutantes, essa vietnamita tem a honra de ter sido criada por Claremont e Miller.
A história dessa mini não é fechada, ela continua primeiro no gibi abaixo, mas de forma muito breve (um quadrinho e uma fala), depois todas as pontas soltas serão atadas na FABULOSOS X-MEN #3 – ISTO É PARA SEMPRE.
OS SURPREENDENTES X-MEN – ATÉ QUE NOSSOS CORAÇÕES PAREM
Rosenberg é então escalado para amarrar mais pontas soltas para essa nova reformulação que a Marvel promove, assumindo o título Astonishing X-Men na edição #13 e indo até a #17, quando o gibi foi cancelado. Aqui, sabemos o que acontece com Destrutor após os eventos da saga O EIXO, no qual Alex Summers tem a mente bagunçada pelo Caveira Vermelha; ficamos sabendo também o que aconteceu com Colossus após o chute na bunda dado por Kitty Pride que ele leva no altar. Bacana notar como Rosenberg se sente à vontade trabalhando com personagens obscuros. O gibi tem passagens hilárias.
Esse gibi também possui um final aberto para ao menos um personagem, e de novo o plot será retomado na FABULOSOS X-MEN #3 – ISTO É PARA SEMPRE. Maravilhosamente desenhado por Greg Land, uma de suas capas alternativas foi desenhada por Mike Deodato, e ela me lembrou muito uma outra capa famosa:
OS FABULOSOS X-MEN – A QUEDA
Em seguida, nosso escritor predileto dos mutantes nessa semana cai de cabeça na nova versão da revista UNCANNY X-MEN, provavelmente o volume 4 do título, não tenho certeza.
Pela Panini, os X-Men estão sofrendo as repercussões do evento EXTERMÍNIO, que foi apresentado nas últimas edições da revista mensal X-MEN (34-35). A equipe principal se reúne nos dois volumes do título já citado acima OS FABULOSOS X-MEN. Os dois primeiro volumes desse gibi trazem o arco X-MEN – A QUEDA, no qual praticamente todo o elenco disponível de mutantes se une para enfrentar Nathan Grey, o X-Man, e Legião.
Na verdade, esses dois volumes são escritos por ED BRISSON (que escreveu EXTERMÍNIO), KELLY THOMPSON (de SR. & SRA. X) e nosso querido MATTHEW ROSENBERG. Isso pode explicar o fato de que o arco perde o fôlego se comparado com o trabalho que Rosenberg vinha fazendo. Desses dois volumes deriva a saga A ERA DO X-MAN, que foi a forma que a Marvel encontrou pra zerar a franquia e começar tudo do zero.
OS FABULOSOS X-MEN #3 – ISTO É PARA SEMPRE
GIBI SENSACIONAL!
Apresentando a volta de Ciclope, que acontecera em Uncanny X-Men Anual #1 e fora escrita por ED BRISSON, esse encadernado é frenético, com ação ininterrupta em seis edições (mais o anual) do único título mutante que a Marvel tinha nas comic shops naquele momento, o Uncanny mesmo…
Aqui, todos os plots que Rosenberg começou a desenvolver com calma e precisou deixar de lado por um tempo por conta de A QUEDA foram retomados e finalizados. Aquele final para o encadernado dos Novos Mutantes? Está aqui! Saber o que aconteceu com aquele personagem no final de Surpreendentes X-Men? Sim, senhor. Aqui mesmo. Além, é claro, do reencontro entre os dois recém ressuscitados Ciclope e Wolverine.
Talvez por saber que estava escrevendo um fim da linha pra franquia, Rosenberg chuta o pau da barraca e provoca situações extremas com a coleção de personagens restolhos que ele reuniu nesse gibi. Layla, aquela que sabia das coisas, Jono, Calisto, Medula, Frente de Libertação Mutante, Valerie Cooper, Fera Negro, Banshee morto… Muita gente morre e alguém vai ficar caolho de verdade.
OS FABULOSOS X-MEN #4 – SEMPRE FOMOS
Os X-Men precisam enterrar mais um dos seus, ao mesmo tempo em que lidam com o Clube do Inferno e a UNIDADE NACIONAL DE INTERVENÇÃO, a UNI, sob nova direção.
A verdade é que esse run do Rosenberg é bem legal, pipoco pra todo lado, várias frases de efeito, personagens saindo do nada nas horas mais legais, Senhor Sinistro xavecando o Capitão América, várias mortes de personagens queridos e um final cinético com um reencontro muito esperado.
Os mutantes estão prontos para o próximo nível.
Você pode encomendar todas essas revistas na loja virtual da Panini.
Tem também na Amazon.
Confere lá!
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