Ouvimos o Novo Álbum do Testament!
Ouvimos o Novo Álbum do Testament: 2020 começou como um dos anos mais bizarros da história recente da humanidade. Fomos da ameaça de uma terceira Guerra Mundial para uma pandemia capaz de empilhar milhões de corpos num intervalo de apenas três meses. Tinha momento melhor para um álbum de thrash metal tradicional? Bom, estou com medo de esperar o que o mês de abril ainda nos reserva, então nada melhor que garantir a audição de Testament – Titans of Creation já!
A banda tem em seu maior patrimônio a manutenção da formação. Eric Peterson, Steve DiGiorgio, e Gene Hoglan seguem soberanos em seus instrumentos, mas o brilho mesmo é com o vocalista Chuck Billy e o guitar hero Alex Skolnick. Não há elogios que ainda não tenham sido feitos a essa dupla, e “Titans of Creation” é prova disso. O disco soa 100% thrash metal original, recém saído das entranhas do inferno, mas com muita naturalidade. Nada de forçar uma “volta ao passado”, como o Metallica vem tentado empurrar aos seus fãs há quinze anos, com álbuns que vão do apenas aceitável ao ridículo. O Testament segue com orgulho do seu passado e disposto a moldá-lo na música de hoje.
O disco abre com “Children of the Next Level”, uma porrada certeira, cheia de riffs rápidos e muita qualidade técnica. A sequência, com “WWIII” e “Dream Deceiver” segue matadora, pesada e com tudo que nos lembra do melhor que a banda tem. “Night of the Witch” e “City of Angels” são um pouco longas, passando de seis minutos, mas não chegam a ser cansativas. Ao contrário, elas mostram que a banda não tem problemas em colocar tudo que pode em uma música. É thrash metal, não vai tocar no rádio de qualquer jeito, então todas as possibilidades são exploradas ao máximo.
Curiosamente, o disco vai ficando cada vez mais pesado, com músicas mais curtas. “Symptoms” é uma porradaria absoluta, “False Prophet” é thrash metal tradicional, “Code of Hammurabi” já nasce clássica e “The Healers” tem agressividade que nos lembram os tempos de “The Gathering”, de 1999. “Curse of Osiris” segue na mesma linha, fechando o álbum com a instrumental “Catacombs”, muito bem sacada.
Reparou nos temas dos títulos? Apenas a boa e velha ficção do thrash metal, nada de pretensiosismo ou falsa politização. Aqui é terror, guerra, sangue, morte e uns bichão saindo do inferno direto pra sua casa. Mesmo com tanto tempo de estrada, o Testament parece ter aprendido apenas as lições certas – enquanto Billy e Skolnick têm espaço de sobra pra brilhar. Não resta a menor dúvida que, com a aposentadoria do Slayer e um Metallica que não sabe mais seu lugar, o Testament sobe pra primeira divisão do thrash metal americano, seu lugar de direito, ao lado do Exodus e anos-luz à frente do Anthrax. Se resta alguma dúvida, é só comparar qual dessas bandas, atualmente, é capaz de lançar um álbum assim. Testament sempre foi grande, o mercado da música é que era pequeno pra eles e “Titans of Creation” é prova disso.
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