Ouvimos Obsidian – o Novo Álbum do Paradise Lost

Ouvimos Obsidian – o Novo Álbum do Paradise Los: Os discos do Paradise Lost sempre chegam cercados de expectativas. Pioneiros do death-doom, uma das mais fortes influências do metal gótico e com mais de dois milhões de discos vendidos no mundo todo, é natural que cada novo álbum seja dissecado por fãs, críticos e até por outros músicos da cena. O novo registro, “Obsidian”, décimo-sexto (!) da carreira da banda britânica, não só mantem a regularidade de discografia, até por conta das pouquíssimas mudanças em sua formação, como também representa uma volta aos temas mais góticos e soturnos de sua história.

Ouvimos Obsidian - o Novo Álbum do Paradise Lost

O disco abre com “Darker Thoughts”, uma faixa onde o vocalista Nick Holmes equilibra muito bem o gutural com melodias frias, vazias e mórbidas. “Fall from Grace” tem o clima claustrofóbico de um pesadelo, com excelente trabalho de guitarras da dupla Gregor Mackintosh e Aaron Aedy.

A terceira música, “Ghosts”, já aposta em velocidade, com a introdução do baixo de Stephen Edmondson marcando o ritmo e a bateria de Waltteri Väyrynen dando o tom quase tribal. Mas o grande destaque é, novamente, a maneira como o vocal se impõe sobre as guitarras, com um refrão (‘For JESUS CHRIST!’) pra lá de contagiante. É o grande destaque do álbum.

“The Devil Embraced”, a mais longa do álbum, tem a cadência que estamos acostumados, com dedilhados alternados com riffs pesados, solos cheios de wah-wah, vocais cheios de clima e atmosfera de fim do mundo – bastante apropriada, por sinal. Seguimos com “Forsaken”, um ótimo exemplo do goth-rock old-school, um Sisters of Mercy com esteróides, lasers e ódio. Já “Serenity” não faz jus ao nome: é uma porrada cheia de guitarras, derrubando tudo que encontra pela frente e deixando uma paisagem desolada para trás.

Outro ponto alto vem com “Ending Days”, com excelentes solos se alternando com os vocais. “Hope Dies Young” tem coros que parecem lamentos, uma volta ao estilo goth-rock, bem pesada e atmosférica. “Ravenghast” é uma preciosidade operística, o mais puro creme do doom metal. A introdução de piano é suave e delicada como uma marcha fúnebre dentro de uma catedral, se decompodo em guitarras furiosas e outro excelente trabalho vocal de Holmes. Claro que a velocidade aumenta na hora do solo, o funeral vira um campo de batalha e até o morto sai pra dar porrada. Spoilers: o final é assustador.

Ouvimos Obsidian - o Novo Álbum do Paradise Lost

O disco vai concluir com “Hear the Night”, nome de música rock-farofa pra embalar comercial de Marlboro ou Pepsi dos anos 80, mas que nas mãos do Paradise Lost é mais uma joia enegrecida pelo ódio e putrefata pelo toque do medo – se pudéssemos realmente ouvir o que a noite diz, pediríamos pra ser retirados desse mundo. É o que acontece em “Defiler”, um encerramento pesado, com excelente trabalho de guitarras nos empurrando para a beira do precipício – ainda que seja a música mais fraca do álbum.

Para uma banda com a influência e importância do Paradise Lost, um registro com tanta força e criatividade nos dá alguma esperança no futuro da música pesada. Abraçando tanto suas influências mais básicas quanto reconhecendo os elementos que agregaram ao longo dos anos, o grupo consegue se manter relevante na cena com esse “Obsidian” – um disco definidor de seu legado musical.

Paradise Lost – Obsidian
Nuclear Blast Records
Produzido por Jaime Gomez Arellano

  1. “Darker Thoughts” – 5:46
  2. “Fall from Grace” – 5:42
  3. “Ghosts” – 4:35
  4. “The Devil Embraced” – 6:08
  5. “Forsaken” – 4:30
  6. “Serenity” – 4:46
  7. “Ending Days” – 4:36
  8. “Hope Dies Young” – 4:02
  9. “Ravenghast” – 5:30
  10. “Hear the Night” – 5:34
  11. “Defiler” – 4:45

Nick Holmes – vocal
Greg Mackintosh – guitarra
Aaron Aedy – guitarra
Steve Edmondson – baixo
Waltteri Väyrynen – bateria

Convidados especiais:
Alicia Nurho – violino (“Darker Thoughts” e “Ending Days”)
Heather Mackintosh – backing vocal (“Hope Dies Young”)

O que acharam das novidades da matéria Ouvimos Obsidian – o Novo Álbum do Paradise Lost? Deixe seu comentário!

Avalie a matéria

Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

Siga-me no Twitter