Picard – Episódio 3 – os erros do bom careca
Picard – Episódio 3 – os erros do bom careca: Uma das coisas que eu mais amava no Jean-Luc Picard de Patrick Stewart era exatamente o que eu sentia falta em sua interpretação do Professor Charles Xavier nos filmes dos X-Men. A idolatria da tripulação por seu comandante era perfeitamente justificável, pois, a cada episódio, Picard nos dava mais e mais demonstrações de ser o tipo de líder que todos gostaríamos de ter em nossas vidas. Ele se arriscava pela sua tripulação, acreditava e confiava neles, liderava pelo exemplo e dava a eles autonomia para que fizessem seus trabalhos da melhor forma possível.
Todas essas características são parte intrínseca do Professor Xavier, mas, nos filmes dos X-Men, isso não chega a ser suficientemente abordado. Os personagens falam da importância de Xavier, mas você não vê isso na prática. Não sente isso.
Mais tarde, isso teria sido corrigido pela versão de James McAvoy, que pôde abordar não apenas a fundação de sua escola para jovens mutantes como também sua amizade com Magneto – e o quanto ela era importante para a mitologia dos personagens.
Culpa de Stewart? Sem dúvida que não. Ele é um excelente ator, e transmite exatamente aquilo que o papel pede, no tempo de tela que lhe é confiado. Quem o viu em “Green Room” (2015) sabe que ele transmite uma credibilidade absurda, seja como herói e líder, seja como um vilão cruel e frio. Um dos maiores atores carecas de todos os tempos, o maior almirante que a Frota Estelar já teve e, sem sombra de dúvidas, um ator muito melhor do que os roteiros de Star Trek mereciam…
Mas aí chegamos ao terceiro episódio de Picard, a série inteiramente dedicada ao capitão definitivo, onde nos deparamos com…
Bom, Picard andou pisando na bola. “The End is the Beginning” nos explica por que Raffi estava tão pistola quando ele foi pedir ajuda no episódio anterior. Durante a manobra para salvar os romulanos, a Federação achou que era uma boa parar de ajudar esses malditos refugiados e construir um muro parar de enviar naves. Picard resolveu blefar: “ou vocês mantêm a ajuda ou eu me demito”.
Poizé, deu tão certo quanto a renúncia de Jânio Quadros. Picard perdeu o posto e, por conta de sua proximidade, Raffi também perdeu tudo que tinha. A questão é que o “tudo” de Raffi não era muito, então ela virou uma alcoólatra em um desértico planetóide distante. E sua mágoa apenas aumentou por, em anos, Picard nunca ter ido visitá-la, perguntado como ela estava, demonstrado qualquer sinal de que se importava.
Pior ainda, ele foi pedir para a Almirante Clancy uma nave pra tentar descobrir que conspiração é essa contra formas de vida artificiais e romulanos – e contou tudo que sabia pra ela! Mesmo Picard não foi capaz de entender que há forças do mal infiltradas em diversos níveis da Federação, o que pode não só comprometer seu plano como também colocar a sua vida, e a de seus amigos, em risco. E mesmo assim, lá foi ele atrás da outrora leal Raffi…
Foi triste ver Picard enfrentando seus erros. Eu sou um amigo de merda às vezes – guardo alguns rancores, não mantenho contato tanto quanto deveria, esqueço algumas coisas. Eu tento corrigir, mas pude me ver em Picard tentando focar numa missão da qual toda a Federação depende, enquanto ouvia umas verdades.
As coisas acabaram se desenrolando a favor de Picard, que conseguiu um piloto e uma pequena tripulação para acompanhá-lo em sua busca pela outra andróide. Onde ela está agora? Vamos falar mais sobre isso no próximo review, e também sobre os maiores inimigos que a Nova Geração de Star Trek enfrentou: os Borgs.
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