Poptrash – VelociPastor o Jurássico Padre da Vingança!
Poptrash – VelociPastor o Jurássico Padre da Vingança: No belo e bizarro mundo da sétima arte trash, de tempos em tempos, aparecem películas que de tão inusitadas e absurdas, conquistaram uma legião de fãs e adentraram para o panteão de filmes B imortais. Foi assim com “Plan 9 from Outer Space” de 1959, “O Ataque dos Tomates Assassinos” de 1978, “O Vingador Tóxico” de 1984, “O Ataque dos Vermes Malditos” de 1990, “Iron Sky”de 2012 e “Sharknado” de 2013. Que partiram de premissas insensatas, roteiros insólitos, e muita, mais muita cara de pau para eternizaram-se nesse seleto grupo.
E agora temos VelociPastor, meus amigos! Metade padre, metade dinossauro, e 100% máquina amaldiçoada de matar a serviço do Senhor!
Leia nossa resenha Poptrash – VelociPastor o Jurássico Padre da Vingança: Tudo começa com nosso herói, o jovem padre em formação Doug Jones, que estava lá, dando seu sermão dominical de sempre, feliz, sorridente, em paz com Deus. Ao sair da igreja ele se depara com uma cena dantesca! Seus pais morrem diante de seus olhos numa “terrível explosão” com o que há de “melhor” em efeitos especiais!
Traumatizado após tão dantesca cena, nosso jovem clérigo é aconselhado pelo seu mentor a fazer uma viagem de redescoberta espiritual. Nisso nosso protagonista pega seu carro e sai por ai, dirigindo sem destino, até parar numa floresta chinesa (que estrada longa, hein?), e eis então que do nada ele se depara com uma jovem mulher à beira da morte que lhe entrega um misterioso amuleto e o implora para que o destrua! Mas como ela pediu em Mandarim, e o pobre presbítero não sabe patavinas de chinês, ele acaba é sendo amaldiçoado mesmo!
E que maldição! Ao voltar para casa, Doug sofre de febres, alucinações e fome! Muita fome! Desesperado ele sai pelas ruas à noite até que encontra Carol, uma meiga estudante de direito e prostituta nas horas vagas sendo atacada por um bandido! Nosso padre não consegue se conter e a ferocidade toma conta de seu corpo! Ele se transforma num sanguinário velociraptor corcunda de papel machê e devora o meliante! A justiça foi servida e estava de barriga cheia!
A mocinha, agradecida, fez o que qualquer pessoa de bom senso faria nessa situação: levou o padre para casa e transou freneticamente com ele noite adentro. Ao acordar, Doug não acreditava no que tinha acontecido, pois afinal ele era cristão e todo bom cristão sabe que evolução e dinossauros nunca existiram! Atônito, o bom pastor resolve pegar o que tinha à mão, bota um curto e sexy vestido laranja de tubinho de Carol e vai até o parque, onde encontra a prova do crime! Desesperado, ele abandona a moçoila e vai em direção a igreja, pois estava atrasado para o trabalho no confessionário.
No confessionário ele se depara com Frank Mermaid, que coincidentemente é o cafetão da Carol, e coincidentemente confessa que matou os pais de Doug, coincidentemente na frente da igreja na qual ele coincidentemente estava se confessando naquele momento. Levado pelo ódio, Doug se transforma mais uma vez em Velociraptor, destrói o confessionário e corta a jugular do pobre Frank, que morre jorrando sangue para tudo que é lado. Inacreditavelmente, nenhum policial aparece para investigar qualquer dos crimes.
Como não tem polícia nesse fantástico filme, Doug segue em seu frenesi de sangue e justiça, dessa vez com a ajuda de Carol e guiado pelas palavras da salvação do velho testamento. Afinal “Deus quer sim que um monte de gente morra” desde que sejam as “pessoas ruins”.
Apesar das pilhas e pilhas de cadáveres e sangue derramado, o que chamou mesmo atenção do superior de Doug, o padre Stewart, foi ele estar andando por ai com uma bela ragazza, algo inadmissível numa ordem religiosa de castidade! Inconformado, ele bota Doug na parede, que acaba confessando que é, na verdade, o terrível VelociPastor! Stewart, em desespero, resolve levar Doug para seu amigo, o místico exorcista Altair, a fim de lutar contra o demônio com a ajuda do demônio (eh, tô falando, é trash do bom esse filme!).
E aqui temos o momento de flashback mais longo e desnecessário da história: Padre Stewart relembra seu tempo no Vietnã (que, por pura coincidência, parece muito com o parque e a floresta chinesa) e das mortes brutais do seu melhor amigo e de sua noiva, que, Deus sabe o porquê, foi no Vietnã atrás dele e acaba virando patê ao pisar numa mina. Após recapitularmos a vida sofrida do orientador espiritual de Doug, nós voltamos ao presente, onde o exorcismo dá errado e o jovem clérigo mais uma vez se transforma num dinossauro sedento por carne humana! Enfurecido, ele arranca o olho do seu mentor com suas garras e foge do recinto, jurassicamente endemoniado.
A partir daqui, popnauta, continue por sua conta e risco porque o negócio vai engrossar de vez! (Eh, a quem estamos enganando mesmo? Você quer ver o circo do nonsense pegar fogo, seu trashmaníaco! Ok, vá em frente! Mas depois não diga que eu não avisei!).
Como todos sabemos, a igreja católica jamais ficaria de bobeira vendo um demônio dinossauro transmorfo solto por ai! Eis então que surge o braço ninja chinês do vaticano: a ordem de “St. Artemimus!” Esse grupo ninja cristão ancestral é dedicado à caça e extermínio dos “dragon warriors”. Além disso, eles também vendem cocaína refinada, para viciar o máximo de pessoas possíveis e depois tiram a droga do mercado para forçá-las a irem para grupos católicos de autoajuda e converterem-se para igreja de Pedro!
Porém, com Doug devorando ladrões e traficantes por aí, tava difícil de viciar pagões! Os ninjas de Cristo não podiam deixar barato e foram atrás do Doug e sua agora namorada Carol (sim, ele é padre, mas também tem necessidades básicas. Vamos respeitar!). Após uma sangrenta batalha eles chegam no acampamento ninja (que por coincidência está no mesmo parque que serviu de cenário para Vietnã e China e parque). Ao chegar lá Doug se depara com o improvável! Seu desprezado e renegado irmão era um dos algozes! E devido ao desprezo da própria família havia mandado por a bomba que matou os pais do nosso clérigo!
Sedento de raiva, Doug trava uma batalha sangrenta contra seu próprio irmão do qual nem sabíamos que existia até esse exato momento do filme! Nosso padressauro vence, porém sua querida prostituta leva um golpe mortal e desfalece em seus braços, cuspindo rajas de sangue pela boca. É demais para o pobre Doug! O espírito primal toma conta do seu ser e o VelociPastor ganha vida e sai devorando todos os ninjas que vê pela frente! Muita morte, vísceras e membros ocupam a tela enquanto a esdrúxula fantasia de plástico vagabundo destroça seus inimigos!
Mas o mestre da ordem ninja católica chinesa tinha uma carta na manga! Usando de uma flecha envenenada, ele acerta a perna de Doug e consegue conter o místico poder ancestral do “dragon warrior”! Revertido à forma humana, Doug vê seu algoz vangloriar-se de seu iminente triunfo! Porém o ancião chinês não contava com uma coisa: Os braços do nosso protagonista estavam imunes ao veneno! E com suas garras de velociraptor, Doug gentilmente arranca a cabeça do vilão, numa cena memorável, com direito a jorro de sangue e frases de Gandhi!
Ah, lembram da Carol? Fiquem tranquilos! Nosso padre não acabou na mão! Graças a fé e a medicina moderna ela foi curada de um golpe mortal e está bem, pronta para acompanhar nosso herói em mais aventuras contra o mal católico que aflige a humanidade!
E assim Deus devora certo por vias tortas e usa do poder ancestral do VelociPastor para trazer a justiça para os homens de boa vontade! Um lindo filme de elevados valores morais para toda a família cristã! Em frente, VelociPastor! A luta continua! Que tenhamos inúmeras sequências com muito sangue e dentes afiados! E que Deus permita que no próximo filme VelociPastor ganhe um novo parceiro: o TriceratoPriest!
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