Quarentena Musical – Dia 160 e 161 – Ignite – Call On My Brothers / A Place Called Home
Quarentena Musical – Dia 160 e 161 – Ignite – Call On My Brothers / A Place Called Home: Nos anos 90 poucas bandas de hardcore eram mais inovadoras que o Ignite, que veio para chutar as fronteiras entre o hardcore old school, tocando o hardcore melódico que era o ponto alto da década dentro da cena. Felizmente, os caras conseguiram juntar esses dois mundos e foram muito importantes atuando como fio condutor entre os estilos.
Naquela época era praticamente obrigatório curtir os caras, pois em nenhum dos lados havia qualquer resistência. E desde a entrada de Zoli nos vocais a banda atingiu outros patamares e, com algumas regravações de seu primeiro disco – “Scarred For Life” de 1994 (lançado pela Lost And Found Records) – temos o segundo e clássico disco “Call On My Brothers” de 1995, um disco brutal e maravilhoso dos californianos.
Em “Call On My Brothers” temos um dos discos mais inteligentes de toda a cena, realmente uma aula de hardcore. Além do baile de músicas clássicas que marcaram definitivamente o grupo, como “Ash Return”, “You”, “Call On My Brothers”, “Epidemic” e “Slow” que foram frequentemente tocadas pela banda nas décadas seguintes. Além delas, destaques para “Straight Ahead”, “Faraway”, “In My Time”, “Distance”, “Should Have Known”, “Family”, “Man Against Man” com a faixa escondida “Screaming For Change”, cover do Uniform Choice. Disco inquestionável, clássico da Revelation Records e totalmente obrigatório para fãs de música de alta qualidade.
Passaram-se cinco anos para que o Ignite lançasse o seu próximo álbum completo, e ele chega com o nome de “A Place Called Home”. Ele foi lançado pela gravadora TVT Records em 2000 e pasmem, a banda evoluiu muito o seu som e também não deixou pedra sobre pedra com o lançamento.
Um pouco mais cadenciado mas ainda com a alma da banda, “A Place Called Home” é excepcional do começo ao fim. Aqui Zoli está cantando de uma maneira absurda, se tornando um dos principais nomes por trás dos vocais de todo o hardcore. O grande mérito dos caras é gravar uma sequência frenética de músicas muito técnicas mas de uma maneira ainda muito hardcore, honesta do início ao fim e com toda a energia que um grande álbum deve ter.
Algumas faixas desse disco que vão fazer a sua cabeça são “Who Sold Out Now?”, a excepcional “Veteran” (minha favorita do álbum), “Fill In The Blanks”, “Burned Up”, “No Regrets”, “Run”, “Place Called Home”, “Hands On Stance”, “By My Side”, “In Moderation” e “Pieter”. Nas 13 faixas da obra o aproveitamento é muito alto. É um álbum didático demais e todos os elementos do hardcore estão presentes para serem apreciados sem moderação. Acima de tudo, um disco de coração e muito injustiçado pela sua alta qualidade e a pouca repercussão nos dias de hoje.
O Ignite é aquela banda que não tem disco ruim. É escolher o random e curtir cada som como se fosse a primeira vez que ouvimos. Esses dois discos são só um exemplo do potencial praticamente infinito dos caras. Que banda maravilhosa em todos os sentidos! E essa recomendação é muito mais que necessária, é uma recomendação de cabeceira.
Você pode ouvir esses discos nas principais plataformas digitais.
E vamos continuar recomendando o fino da música underground para vocês, afinal música salva vidas! PMA!
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