Rambo V é sensacional – e se você não gostou, talvez o problema seja você mesmo…

John Rambo está de volta. 10 anos depois de ter retornado para casa, o veterano está assentado no rancho da família, em uma aparente vida tranquila como fazendeiro e domador de cavalos.

Mas aos poucos percebemos que a vida pacata é uma fachada que o velho soldado luta para manter.

Um homem marcado pelas continuações da franquia.

Ele vive só com a governanta do rancho e sua neta, Gabriella, que ele ajudou a criar e a considera como uma filha, enquanto presta alguns serviços voluntários para a polícia local e cava uma infinidade de túneis embaixo da propriedade. Mesmo tendo uma casa confortável à disposição, ele dorme em uma caverna repleta de armas. E isso diz tudo o que precisamos saber sobre o personagem.

Quando Gabrielle é sequestrada por cartéis mexicanos especializados em prostituição, Rambo desiste de manter sua raiva sob controle e sai à procura da garota, em uma versão ainda mais brucutu de “Busca Implacável”.

Mas, enquanto o personagem de Liam Nesson tinha mais estratégia e até uma certa finesse para “interrogar” suspeitos, John Rambo é pura fúria. Ele aparenta só precisar de um motivo para desencadear toda a raiva que o consome (o personagem aparece sempre com os punhos cerrados, a expressão de uma bomba relógio prestes a explodir), e os chefes do cartel dão a ele TODOS OS MOTIVOS DO MUNDO.

Não que ele precise de muitos.

A partir daí, o filme se torna uma explosão de violência e gore, que faz o último filme parecer um desenho infantil. Cabeças são explodidas, membros são decepados e os soldados vão sendo abatidos um a um, até o óbvio, mas esperado, embate final.

Quem espera encontrar conotações políticas ou filosóficas pode até se decepcionar, mas é importante salientar que estamos falando de Rambo, e não de um filme do Spike Lee. A discussão do que os horrores da Guerra podem fazer com um soldado podem – e devem – ser discutidos, mas aqui tudo o que precisamos saber é que Rambo está de volta. E o que ele sabe fazer de melhor é matar.

Rumo ao pôr-do-sol.
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Marcio Fury

Escritor, revisor, colecionador e pai nas horas vagas. É o melhor no que faz, mas o que faz não é nada bonito.

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