REVIEW – BATWOMAN S01E01: PILOTO
A série basicamente cobre toda a juventude de Kate por meio de flashbacks a todo momento. Num primeiro momento somos bombardeados com a personagem principal treinando intensamente na água, precisando fugir para sobreviver numa cena à la Batman Begins (o primeiro filme da trilogia com Christian Bale). Pula para Gotham City, o Batman está desaparecido há 3 anos e a prefeitura está sediando um evento para comemorar o desligamento do Batsinal, numa forma de se despedirem do Batman. Quem está tornando a cidade segura é a empresa do pai de Kate, a Crow Security. Em uma interessante sinergia com a policia de Gotham.
Mais um flashback do passado de Kate mostra o acidente que matou sua mãe e sua irmã e o quanto ela admirava o Batman e a mágoa por ele não ter conseguido salvar sua família. Do convite a se retirar da academia do exército, por estar se relacionando homossexualmente durante o treinamento com outra colega. Resta a Kate viajar pelo mundo para treinar e poder integrar as fileiras da Crow Security.
Enfim, minha opinião quanto a essa season premiere é que o episódio foi muito aquém do que prometiam os teasers e trailers. Muito aquém mesmo! O que eu espero de uma temporada de origem, afinal quando fomos apresentados a personagem em Elseworlds, ela já estava estabelecida como a Batwoman. Logo, esperava que a origem da Batwoman fosse trabalhada de forma mais lenta e detalhada. Não faria mal algum ela não vestir o uniforme do morcego em uns 5 ou 6 episódios. O que se espera é coerência. Quer um exemplo?
Tudo é deixado de mão beijada para Kate. TUDO.
Ela invade as empresas Wayne de forma tão fácil que não me impressionaria se o prédio já não tivesse sido saqueado antes. E não há ninguém além de Luke Fox (filho de Lucius Fox, braço direito do Bruce) para tentar impedi-la. Ou seja, rende tão fácil o garoto que dá até pena.
A senha para os supercomputadores de Bruce: Alfred. Só pode ser deboche né? A série ofende demais a inteligência do telespectador ao tentar homenagear e referenciar um personagem clássico do universo do morcego.
Ai, do nada, Kate descobre que o colar de sua tia Martha está numa posição errada na sala de seu primo Bruce. Porque? Por que ela se lembrou num estalar de dedos. POR QUE SIM. E PUM, está descoberto O SEGREDO DO MORCEGO (somos fãs da Laerte). Nossa, não sei se dou risada ou se choro com tudo sendo colocado de forma tão facilitada para a personagem.
Sua amada da época de academia do exército hoje trabalha na Crow Security e tinha sido sequestrada. No momento que Kate descobre onde Sofie está (esse é o nome dela), veste o uniforme do morcego completamente ajustado para sua altura e corpo. Sendo que pouco tempo antes ela havia pedido para Luke ajustar para uma mulher. IT’S MAGIC. E por que sim novamente, ela é a Kate ne? As coisas acontecem num estalar de dedos.
Sem lógica e nem verossimilhança alguma nesses eventos.
Ok, vamos desligar nossos cérebros e apenas curtir a série, certo?
E se eu disser que a irmã de Kate que Bruce procurou esses anos todos ainda está viva? E Batman nunca a encontrou, mas bastou Kate sentar-se na cadeira de Bruce e colocar todas as ideias em dia e descobriu que sua irmã é a vilã Red Alice. A vilã que sequestrou um dos melhores soldados da Crow, e que está se vingando de seu pai. Na verdade, Kate tem esse momento de iluminação e clareza mental, ao ver a faca que a Alice ruma para ela. O que tinha na faca da vilã? Uma joia que Elizabeth recebeu de nascença. As duas tinham a mesma jóia.
O plot da Red Alice esta sendo adaptado das hqs. Mas receio que a Red Alice seja a vilã da temporada.
Ai você se pergunta: “nossa, a vilã do episódio colocou a jóia na sua faca de estimação e simplesmente a jogou na Batwoman (que até o presente momento é Batman)?”. Sim, ela fez isso mesmo. Mais facilidades para Kate. Ser detetive assim com ajuda de um roteirismo preguiçoso é mole, né?
Então, eu realmente espero que a série siga por outro caminho. O pai de Kate Kane em dado momento no episódio diz que sua filha é uma Bruce Wayne versão feminina. Então percebe-se que o roteirista reconhece que a personagem é limitada para se distanciar do Batman num conceito original, porque Batwoman realmente não tem diferença alguma no que tange ao homem morcego, ela é isso, uma versão feminina do morcegão. Por isso ao utilizar a melhor fonte para a série, escolheram sabiamente a versão mais recente da personagem (no caso a que foi recriada na série semanal 52 e renovada na fase Novos 52 dos quadrinhos da DC Comics) e não a da Era de Prata ou uma versão criada aos moldes da CW, ou seja, completamente diferente e carregando apenas o nome da personagem dos quadrinhos. Pontos positivos para a produção.
Mas não custava nada a personagem interpretada por Ruby Rose ser trabalhada de uma forma mais lenta. Descobrir o segredo do morcego de forma mais inteligente, mais investigada. E torço muito para que a vilã da temporada não seja a Red Alice, ou melhor dizendo, sua irmã morta buscando vingança com papai dono de empresa de segurança. Isso seria colocar uma trama de fundo fraquíssima para uma personagem que já não tem muita personalidade.
Por enquanto para uma season premiere está muito fraca. Mas não desisto da série e vamos ver os próximos.
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