Rick & Morty – começa a quarta temporada!

Demorou dois anos, mas a quarta temporada de Rick & Morty finalmente começou! Infelizmente, a expectativa é a mãe de toda desgraça: o primeiro episódio não faz jus ao que foi apresentado anteriormente e, apesar de uma ligeira melhora no segundo, ainda está bem abaixo do que vimos em outras temporadas.

De qualquer forma, nós aqui do Popsfera achamos por bem chamar os dois maiores especialistas em Rick & Morty da nossa equipe pra falar o que eles acharam sobre esses episódios: foi tão decepcionante assim? Quais os pontos positivos? O que podemos esperar daqui pra frente?

Sem mais delongas, com vocês: Raul Kuk, o Mago Supremo de Suzano, e Pai Fader, o Guru Espiritual da Popsfera em: Devolvam meu Desenhinho!

Edge of Tomorty: Rick Die Rickpeat – Raul Kuk

Rick & Morty construiu sua fama e reputação por ser uma série repleta de referências pop muito bem sacadas, muitas ideias non-sense e pequenas pitadas de niilismo aqui e ali. Mais do que isso, ela nos prendia porque, em muitos dos episódios (senão em todos) era praticamente impossível prever o que ia acontecer. E, infelizmente, não teve nada disso.

Não que não tenha seus bons momentos, aquela crítica sutil e mordaz, com Rick sendo sucessivamente clonado em cenários fascistas e totalitários. Mas faltam aqueles pequenos momentos de genialidade amarrados por uma história maior muito boa. A história maior parece… pequena.

O episódio começa com as novas regras da casa impostas por Beth: agora, a família vem em primeiro lugar, os interesses individuais devem ser respeitados e nada de levar o Morty em aventuras se ele não estiver a fim.

Por outro lado, temos Morty obcecado por Jessica, diversas mortes que, ao final, não apresentam consequência nenhuma e, o que é pior, um plot twist absolutamente previsível no final.

É curioso como o episódio fala de expectativas, com Morty segurando um cristal que o permite ver como irá morrer e, assim, tomando suas decisões, mesmo as menores, baseado na expectativa de estar junto com Jessica em seu leito de morte – não importando o quão equivocadas sejam essas decisões e o quanto as pessoas ao seu redor se machuquem. Parece, antes de mais nada, endereçado às expectativas dos fãs, apegados demais à ideia de que teríamos um recomeço espetacular enquanto tivemos apenas um bom episódio. Foi realmente metalinguagem? Ou eu estou tentando enxergar qualidades em um show que quase não apresentou nenhuma?

De qualquer forma, a ansiedade para os próximos episódios continua. E talvez seja bom refletir um pouco se não estou esperando algo da série que ela não entrega: cumprir com minhas expectativas, ao invés de uma boa dose de ação, aventura e humor.

The Old Man and the Seat – Pai Fader

O que dizer sobre o segundo episódio da quarta temporada de Rick & Morty? Se o primeiro foi fraco, esse foi apenas “mais do mesmo”. Utilizando ideias requentadas e já abordadas em episódios anteriores (como a solidão, culpa e capacidade auto destrutiva do Rick, além da burrice sem limites do Jerry, o pai do Morty), sem nada de novo no front.

O episódio se divide em duas histórias que evoluem em paralelo: Um “estagiário” alienígena do Rick, que está lá só para tirar xerox e servir cafezinho, insiste em querer desenvolver um app. O burro do Jerry, mesmo com um enorme aviso do Rick dizendo para não fazer isso, aceita o pedido e deixa o alien desenvolver o app. Bom, esse app é tipo um tinder, com matchs instantâneos para “almas gêmeas”. Lindo, né? Só que a escolha do match muda a cada instante, o que leva ao caos e desordem social. Com isso os aliens tentam dominar a terra e extrair nossos recursos (Jesus, que ideia batida dos infernos!).

Na outra história, Rick larga o estagiário com Jerry e Morty e parte sozinho para uma missão: defecar num super vaso sanitário em um planeta paradisíaco. Porém, chegando lá, ele descobre que aquele privada, criada para ele e apenas para ele, havia sido usada! Rick parte pela galáxia atrás do “facínora” que usou seu vaso sanitário, apenas para descobrir (depois de matar e mutilar alguns seres no processo) que o alien que usufruiu do seu assento havia sofrido como ele e perdido sua esposa… o que leva Rick a criar, por mais que não aceite, empatia por ele (mas, no final, de nada adianta, o alien morre uma morte completamente sem sentido e Rick fica mais uma vez sozinho e sofrendo).

Resumindo: Mais do mesmo no universo de Rick & Morty. Quando o melhor de um episódio é a privada, ficamos com receio da merda que poderá vir adiante.

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É isso aí, Popnauta! Ficamos por aqui – mas voltamos daqui a dois episódios, com a expectativa de uma melhora na nossa série animada preferida! Diga nos comentários o que você achou, afinal sua opinião é muito importante para nós! Erramos? Não foi tão ruim assim? Você decide!

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Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

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