SONIC 1 – A estreia do veloz ouriço azul que derrubou barreiras e fez a Nintendo suar para lhe acompanhar!

SONIC 1 – A estreia do veloz ouriço azul que derrubou barreiras e fez a Nintendo suar para lhe acompanhar: “Genesis does what Nintendon’t!” Essa foi a marca de uma agressiva campanha da SEGA of America para ganhar espaço com seu Genesis (no Brasil e Japão conhecido como Mega Drive) no cobiçadíssimo mercado americano. Após o crash dos videogames em 1983, uma empresa se sobressaiu sobre as demais ao ressuscitar os jogos eletrônicos de mesa nos EUA e por consequência no Ocidente: a Nintendo, com seu remodelado Famicom, agora chamado de Nintendo Entertainment System, chegou chegando trazendo a tiracolo, entre muitos jogos e parcerias, um encanador bigodudo gorducho que adora comer cogumelos e entrar pelo cano: Mário (aquele que não te pegou atrás do armário!). A Nintendo fez o dever de casa tão bem feito, que, ao final dos anos 80, praticamente tinha o monopólio do mercado de videogames nas mãos, com Atari e demais concorrentes sendo apenas uma pálida sombra insignificante.

Entre esses concorrentes estava uma tal de SEGA e seu sistema de 8 bits, o Master System. Apesar de boas jogadas de marketing e parcerias locais que lhe garantiram, através da Virgin Interactive na Europa e da Tec Toy no Brasil, abocanhando algum espaço no tabuleiro mundial, era praticamente desconhecida na terra do Tio Sam. Mas aí veio o Genesis/ Mega Drive e a guerra dos 16 bits começou! Vendo o bom produto que tinha nas mãos e aproveitando enquanto a Nintendo ainda desenrolava seu Super Famicom, a SEGA jogou pesadíssimo, criando nos EUA uma guerra comercial sem precedentes. Aproveitando dos, na época, gráficos de arcade e da variedade de jogos de esporte criados pela mesma, criou a imagem de que “a SEGA fazia aquilo que a Nintendo não conseguia”, ou seja, mais ação, mais cores, mais diversão, mais rapidez e fluidez nos gráficos, junto com isso fez parcerias comerciais com esportistas locais para emprestar seus nomes e prestígio, rebatizando e adaptando jogos japoneses para a realidade ocidental.

Nisso a SEGA ganhou terreno e espaço importantes. Mas faltava uma coisa, uma coisa importante: a SEGA não tinha mascote! Quer dizer, até tinha, com seu Alex Kid do Master, mas, convenhamos, Alex tinha a originalidade de um pires vazio virado de cabeça para baixo, ainda mais se comparado com o Italiano bigodudo. Era preciso algo novo, algo ousado,  algo anos 90! Algo radical! Afinal, quem quer mais jogos de criança nos audaciosos anos 90?!? Todo mundo quer ser antenado e radical! (Principalmente crianças entre 7 até 14 anos!).

E então entra Sonic, meus amigos! O simpático e veloz borrão azul que deixou a gurizada enlouquecida com sua velocidade absurda! A equipe de criação AM8, que criaria o Sonic Team, bancou o projeto e habilmente utilizou o algoritmo idealizado por Yuji Naka, que permitia que uma bolinha azul de espinhos afiados pudesse correr vertiginosamente e suavemente na tela, mesmo em cenários curvos! (Sim, o Sonic faz looping e tira onda por causa desse cara! Respeito!). E nisso foram meses de polimento gráfico e desenvolvimento de fases de preparação da trilha sonora impecável de Masato Nakamura, até que, em 23 de junho de 1991 a festa junina aconteceu, os fogos estouraram na Green Hill Zone e o mundo se apaixonou por aquele porco-espinho sônico que corria para salvar os seus amiguinhos das traquitanas malignas do perverso gênio do mal, Dr Ivo Robotink!

A Nintendo sentiu, amigos! E como sentiu! A SEGA ganhou um espaço nos EUA que jamais sonhou em conseguir e o jogo, junto com o console, começaram a vender como água no deserto. Isso sem falar na guerra midiática: Chegavam ao cúmulo de colocar dois televisores lado a lado, apenas para mostrar que o processador Motorola do Genesis junto com o algoritmo do Sonic Team faziam de Sonic mais veloz e radicalTM ao melhor estilo anos 90! (E nos anos 90 ninguém quer ficar para trás!).

E o que dizer do jogo em si além daquilo que já foi dito? O jogo é lindo, sua primeira fase, a mais demorada de ser concluída pelos seus idealizadores, a Green Hill Zone, é talvez o cartão de boas vindas de um jogo mais bem executado da história! Tudo é vibrante, cheio de vida, cachoeiras em movimento, nuvens ao fundo, flores vivas etc, etc. Um ar de desenho animado que tão real parece brotar do meio da tela. Isso aliado a uma jogabilidade intuitiva que se resume ao direcional e um único botão de ação! Que lhe permite pular, girar e atacar ao mesmo tempo! Tão simples e ao mesmo tempo tão revolucionário…

Além da Green Hill, temos as demais fases do jogo, Marble Zone e seus detalhes de uma cidade romana, uma Pompéia prestes a ser engolida pela lava! A Spring Yard Zone, a fase do pimball, onde Sonic literalmente vira uma bola do jogo, batendo e rebatendo por entre os obstáculos. Labytinth Zone, a fase aquática, onde, se não tiver cuidado, a contagem regressiva começa, seu folego acaba e você já era! Starlight Zone onde Sonic brinca de montanha russa, sendo o Ouriço o próprio carrinho. E, finalmente, a Scrap Brain Zone, a fase industrial, onde todo cuidado é pouco para não tropeçar e cair em direção ao nada. Tudo isso misturado ao conceito de acumular argolas douradas para abrir uma dobra no espaço tempo que te leva a fase de bônus surreal, onde você luta numa máquina de pimball que gira em torno de si mesma em busca das “esmeraldas do caos” o macguffin do jogo, que lhe fornecesse um objetivo a mais e um final ligeiramente diferente no caso de colher todas.

Isso é Sonic, uma revolução em 2D baseada nos grandes jogos que lhe antecederam, dando um veloz e ousado passo para a frente, abrindo novas vertentes e trazendo uma nova gama de fãs para o fantástico mundo dos videogames!

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Pai Fader

Pai fader - Um homem de bem com a vida, cheio de espiritualidade, com uma visão holística sobre esse misterioso mundo pop

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