STAR WARS – Episódio II: A Batalha Pelo Amor e os Clones
Aaaah, o amor! Que nos faz passar limites, vencer convenções, desafiar o destino e o bom senso! E o amor, amigos, é sempre o amor! Não importa onde ele se encontre, seja num barco pirata, na Roma antiga, num castelo medieval, ou no meio dos campos verdejantes de Naboo! A paixão floresce, mesmo que tenha que enfrentar as areias escaldantes de Tatooine! Ou as intempéries de Geonosis! Ou as terríveis tempestades de Kamino! O amor haverá de triunfar, pois só o amor constrói!
Achou cafona? Então talvez Episódio 2 – O Ataque dos Clones, não seja para você, jovem padawan! Apesar de ter lutas, braços decepados, decapitações e mortes, muitas mortes, O ataque dos Clones é, antes de tudo, uma melosa e doce história de um amor impossível! Ela, Padmé Amidala, outrora rainha de Naboo, hoje uma poderosa e influente Senadora da República, experiente e mais velha que seu affair, com uma longa carreira na política e uma reputação a zelar. Ele, um jovem e impetuoso padawan, vindo de uma humilde família de Tatooine, ex-escravo, sem um tostão furado, comprometido a uma antiga ordem que exige o voto de castidade e devoção incondicional a sua causa! Que tem um amor platônico por uma mulher que o pegou nos braços e o pôs para dormir quando ainda era uma tenra criança! Será que eles conseguirão vencer essas barreiras e ficarão juntos e felizes no final? Será? Será?
Tenham o glicosímetro a postos, meus amigos! Porque o nível de romance açucarado desse filme é de descompensar qualquer coração diabético…
No fundo o que George Lucas fez nesse filme, depois de Ameaça Fantasma e suas duras e merecidas críticas, foi atirar para todos os lados, tentando agradar ao máximo de espectadores (e críticos) possíveis, juntando três histórias numa só película:
Filme 1 – Anakin e Padmé e seu romance impossível, enquanto o Skywalker faz cover de Kevin Costner ao proteger a Whitney “Amigdala” Houston.
Filme 2 – Obi-Wan dando uma de Sherlock Holmes investigando quem está tentando matar Padmé e no final descobrindo uma conspiração muito maior do que isso…
Filme 3- Junta todo mundo e vamos para a porradaria épica! Porque o filme já está acabando e temos que dar muita ação, explosões e duelos de sabres de luz para a galera!
Essa é basicamente a estrutura algo frankensteiniana de Ataque dos Clones. Ele é um filme de ação e aventura, mas, ao mesmo tempo, ele tem investigação e suspense e no meio disso tudo, um tórrido caso de amor, que acaba eclipsando os outros dois estilos.
Enquanto que os momentos novela mexicana do filme, com direito a piquenique num campo florido de Naboo e confissões amorosas à beira da lareira, são de fazer corar qualquer canastrão, a parte de investigação do nosso Obi-Wan Poirot ficou deveras interessante. Partindo do dardo envenenado que executou o assassino que tentou matar Padmé, Kenobi vai buscando pistas e solucionando mistérios, até conseguir chegar ao longínquo planeta Kamino, onde encontra-se com o primeiro ministro do planeta, e descobre que há tempos o já falecido mestre jedi, Syfo-Dias (sim, nesse episódio encontraremos os melhores nomes Jedi da história, amigos!), havia ordenado a construção de um exército de clones para a República. Além desta descoberta, Kenobi encontra o assassino, Jango Fett, o qual teria sido a matriz para o exército de clones junto com seu filho, o ainda infante Boba Fett. Depois de uma luta em Kamino e uma grande perseguição no campo de asteroides em volta do planeta Geonosis, Obi-Wan consegue descobrir a base de operações do exército separatista do ex-jedi Conde Dooku (tô dizendo, os nomes são inacreditáveis!). O bom Kenobi sozinho não é páreo para um exército, e acaba sendo rendido e preso.
E enquanto isso, o que faz nosso jovem casal? Bom, além de tentar resistir ao fogo da paixão, que arde sem parar, nosso fogoso Skywalker começa a ter repetidos pesadelos com sua mãe e resolve ir a Tatooine a qualquer custo. Padmé se compadece e vai com Anakin. Ao chegar lá descobrem que o ardiloso Watto havia vendido Shmi Skywalker para um fazendeiro de humidade, Cliegg Lars. Que havia comprado Shmi, a tirado da escravidão e casado com ela.
Infelizmente, ao chegar na fazenda, Anakin descobre que sua mãe havia sido raptada pelo povo da areia. Óbvio que nosso futuro Lord Sith não ficou parado e foi correndo salvar a mãe. Ele até consegue encontrá-la, porém, muito ferida, acaba morrendo em seus braços. Nesse momento, envolvido pelo ódio, Skywalker faz uma verdadeira chacina, exterminando todos os Tuskens que viu pela frente (incluindo mulheres e crianças). Depois do genocídio, ele volta com o corpo da mãe para a fazenda e cai, em prantos, nos braços de Padmé, jurando que um dia será o Jedi mais poderoso que já existiu e vencerá até a morte.
Nesse meio tempo R2-D2 chega com a mensagem de Kenobi. Nosso padawan repassa a mensagem para o conselho Jedi e recebe ordens para proteger Padmé a qualquer custo. Amidala instiga Anakin e os dois partem para resgatar Kenobi, por estarem bem mais próximos do que o Conselho. Claro que no final foi uma ideia imbecil e os dois acabam sendo rendidos e presos também e são colocados, junto com Obi-wan, numa espécie de coliseu para serem executados em público.
Antes de entrarem para a morte, Padmé olha para Skywalker e declara todo o seu amor por ele. E antes de entrarem para a execução dão um longo e romântico último beijo…(Bicho, Lucas deve ter visto todo o acervo da Televisa, né possível!).
Bom, depois de tanto amor e paixão mal resolvidos, finalmente entramos na melhor parte do filme: A PORRADA! E que luta, amigos! Começando com Padmé, Skywalker e Kenobi lutando sozinhos contra feras alienígenas, esquentando depois com a chegada da trupe Jedi chefiada por Mace “motherfucker” Windu e seu sabre roxo de luz! Muitas mortes, droids empalados, cabeça de Jango Fett rolando até os pés de seu filho Boba! E no final, com os Jedi cercados pelo exército Droid, chega Yoda e o exército dos clones tocando o terror dos céus numa chuva de lasers e napalm (só faltou tocar as Valquírias de Wagner na hora!)
Com o Dooku no ponto, o ex-jedi sai correndo em fuga, junto com o vice rei da Federação do Comércio e demais separatistas. Dooku carrega consigo os planos de uma arma extremamente importante que não pode cair nas mãos da República: O protótipo da Estrela da Morte. Anakin e Obi-Wan conseguem seguir o Conde Dooku, dando início a uma bela luta de sabre de luz, que termina com Obi-Wan derrotado e Skywalker com seu braço direito decepado! E quando tudo parece perdido chega o velho Yoda mostrando que ainda dá um caldo na força, lutando como um pião endemoniado contra o seu ex-padawan. Vendo que não conseguiria vencer, Dooku lança um enorme objeto para cima de Kenobi e Skywalker, obrigando Yoda a salvá-los , enquanto o mesmo bate em retirada.
O mais bizarro dessa luta toda foi o momento “mestre do meu mestre”, pois Yoda foi mestre do Dooku que foi mestre de Qui-Gon, que fora mestre de Kenobi que era o mestre de Anakin! É uma confusão de tanto mestre do mestre de alguém que faria Hyoga, cavaleiro de Cristal e Kamus de Aquário repensarem suas vidas no santuário de Atena.
Bom, no final Dooku se encontra com Sidious e riem da cara dos Jedi, que com a ajuda involuntária do Senador substituto Jar Jar Binks (sim, Padmé deixou Jar Jar no lugar dela! E depois ainda perguntam o porquê da República ter caído!) deu a Palpatine poderes supremos como Chanceler. E enquanto os Sith riem e os Jedi choram, Anakin e Padmé chutam o balde e resolvem se casar secretamente em Naboo, com direito a braço prostético dourado pro jovem Skywalker.
Sim amigos, o filme termina com um casamento e um longo beijo de amor! Pois, afinal, no fundo o Episódio II nada mais é que uma tórrida space love opera story!