STAR WARS: THE FORCE UNLEASHED

Em 2008 a LucasArts lançava o jogo THE FORCE UNLEASHEAD para os consoles de última geração da época (PS2, Xbox, PS3 e Xbox 360, além de computadores e Wii), com a promessa de trazer um jogo que permitiria “o uso da Força de forma nunca antes vista”.

Só pra começar, o cara é tão foda que segura o sabre de luz ao contrário


Definitivamente, eles não estavam exagerando.

Empurrões com a Força, sufocamento, raios, jogar o sabre e “puxá-lo” de volta e diversas outras coisas que, conforme você evoluía, podia aumentar e desenvolver, trazendo realmente um gostinho de como seria ter os poderes de um Sith ou de um Jedi.

Mas se a jogabilidade em terceira pessoa e a utilização desenfreada da Força já seriam motivos suficientes para tornar este um passatempo imperdível, foi o enredo que fez com ele se tornasse um dos melhores jogos de Star Wars de todos os tempos, reverenciado por fãs e considerado um dos melhores capítulos do universo estendido (até a LucasArts ser vendida para a Disney e tudo isso ter sido desconsiderado).

Situado entre os eventos de A Vingança dos Sith (Episódio III) e Uma Nova Esperança (Episódio IV), o jogo trazia a estória de Starkiller (O ator Sam Witwer, mais conhecido pelos fãs de Smallville), o aprendiz “secreto” de Darth Vader.

Você já iniciava jogando como Darth Vader, com todos os seus poderes, em uma missão no Planeta Wookie de Kashyyk, em busca do Jedi Kento Marek, que teria sobrevivido ao expurgo do Imperador Palpatine. Depois de dilacerar wookies das formas mais criativas possíveis, Vader enfrenta e derrota Marek com facilidade, e descobre que ele tem um filho MUITO conectado com a força. Vader então decide levá-lo para sua nave, onde o cria e treina como seu “aprendiz secreto” para um dia poder derrubar o Imperador e dominar a galáxia.

Como alguém pode ser ruim tendo uma figura paterna tão boa?

Depois de adulto, Vader envia Starkiller (um nome bem conhecido pelos fãs da saga, pois era o nome original de Luke Skywalker nos primórdios dos roteiros de Star Wars) através da galáxia, perseguindo os jedis remanescentes que sobreviveram ao expurgo e se esconderam, como forma de completar seu treinamento. Starkiller viaja a bordo da Rogue Shadow, com a companhia de seu droide de treinamento e da comandante Juno Eclipse

Em sua primeira missão, Starkiller enfrenta o velho Mestre Jedi Rahm Kota, que tem várias visões envolvendo o futuro do aprendiz Sith, antes de ser cegado pelo sabre de Starkiller e cair para uma aparente morte.

Depois, Starkiller deve encontrar e enfrentar o Jedi enlouquecido Kazdan Paratus (que consegue controlar metais usando a força), e também Shaak Ti, que chegou a fazer parte do Conselho Jedi.

Incapaz de derrotar Starkiller, que vai ficando cada vez mais forte, Shaak Ti profetiza que “os Sith sempre trairão uns aos outros” e se suicida, pulando em um poço Sarlacc, sendo devorada pela criatura.

A profecia, obviamente, se mostra verdadeira, pois assim que retorna para a nave, Starkiller percebe que o Imperador descobriu os planos de Vader e exige que ele mate seu aprendiz, em um ato de lealdade.

Never trust a Sith

Vader atravessa o peito de Starkiller com seu sabre de luz sem hesitar, e o joga no espaço, mas sem o Imperador perceber, envia dois droides para resgatar o rapaz e revivê-lo. Vader então pede que Starkiller se encontre com “outros que estão contra o Império” e inicie uma Rebelião, para dessa forma manter o Imperador “ocupado” e ele possa executar seus planos com calma.

Agindo sob as ordens de Vader, Starkiller resgata primeiro June Eclipse (por quem na verdade ele está apaixonado) e vários outros prisioneiros imperiais, incluindo Rahm Kota (que tinha sobrevivido à queda mortal da primeira fase), o Senador Bail Organa e sua filha, a Princesa Leia.

Com a ajuda de Rahm Kota, Starkiller vai aos poucos descobrindo sobre os Jedi, e começa a perceber que Vader o manipulou e que o caminho Sith pode não ser necessariamente a melhor escolha.

Com o treinamento de Kota, os poderes de Starkiller vão ficando cada vez mais fortes, chegando ao ponto dele ser capaz de derrubar um Star Destroyer usando apenas a Força.

Apelão? Imaginaaaa….

Starkiller, Juno, Bail Organa e outros se reúnem no planeta Corellia para a criação de uma “Aliança Rebelde” que enfrentaria o Império, mas são surpreendidos pela chegada de Darth Vader, que prende os insurgentes. Vader revela então a Starkiller que tudo não passou de um plano do Imperador para revelar seus verdadeiros inimigos, e que o plano de derrubar o Imperador e dominar a galáxia nunca foi real.

Com a ajuda do seu droide de treinamento, que se sacrifica para criar uma distração, Starkiller consegue fugir e descobrir a localização dos prisioneiros: a Estrela da Morte, ainda em construção.

Quando chega na Estrela da Morte, Starkiller liberta os prisioneiros e finalmente enfrenta Darth Vader, em um duelo fantástico com o melhor uso de sabres e da Força de toda a franquia, incluindo qualquer filme, animação ou jogo anterior.

A cor do sabre… mudou?

Starkiller derrota Vader, e o Imperador exige que ele mate seu antigo Mestre, e assuma o lugar dele ao lado de Palpatine. O jogo então tem uma escolha, que determina um dos dois finais possíveis:

Se o jogador escolher o “lado Jedi”, Starkiller enfrenta e derrota Palpatine, mas Kota impede que ele assassine o Imperador, para que ele não “sucumba ao lado negro”. Isso dá tempo ao Imperador de se recuperar e fazer um último ataque, onde Starkiller se sacrifica para que Kota, Bail Organa e os outros consigam fugir a bordo da Rogue Shadow. A princesa Leia decide honrar o sacrifício do aprendiz e usar o símbolo da família de Starkiller como bandeira da Aliança Rebelde.

Se o jogador escolher o “lado sombrio”, Starkiller mata Darth Vader e o Imperador oferece ao jovem aprendiz a posição que era de Vader, se ele matar o mestre Jedi Kota. Starkiller ataca o Imperador, que esmaga Starkiller jogando a Rogue Shadow em cima dele, matando Kota, Juno, Bail Organa e os demais senadores. O jogo se encerra com Starkiller sendo “reconstruído” e confinado em uma armadura e passando a atuar como o novo assassino do Imperador.

O final do lado Jedi, inclusive, foi considerado como canônico por George Lucas, ou seja, foi o próprio Darth Vader o responsável pelo surgimento da Aliança Rebelde. Posteriormente, no entanto, o jogo passou a fazer parte da linha “Star Wars Legends” e deixou de ser considerado canônico.

O jogo foi um sucesso de público e crítica e, em 2010, uma sequência foi lançada. The Force Unleashed 2 já não trazia o mesmo frescor do jogo original, que além da novidade na jogabilidade, apresentara uma estória original e fechada, com início, meio e fim.

Let´s cash this cow, baby…

A sequência trazia um clone de Starkiller, tentando localizar Juno Eclipse e entender seu lugar no mundo. Ele resgata então seu interesse amoroso, seu antigo mentor Rahm Kota e se encontra com figuras clássicas da trilogia original, como o Mestre Yoda e o caçador de recompensas Boba Fett. 

No final, após um novo confronto entre Vader e Starkiller, o jogo novamente te dá duas opções de final:

Se escolher o lado jedi, Starkiller não mata Darth Vader, que é capturado pelo Aliança Rebelde para “ser levado para julgamento” (tolinhos), enquanto Starkiller e Juno vão embora com outras naves rebeldes, sendo perseguido por Bobba Fett.

Já no lado sombrio, Starkiller decide matar Vader, mas antes de dar o golpe fatal é empalado por um sabre de luz, e Vader revela que além dele, outros clones de Starkiller também tinham sido produzidos e aprimorados. O Dark Clone, um assassino totalmente devotado ao lado negro, se ajoelha perante Vader, que o envia para “assassinar os demais líderes rebeldes”. Quem optou por esse final, posteriormente teve um DLC com o Dark Starkiller participando da Batalha de Endor, onde além de matar vários e vários Ewoks (oi, Heul), ele também é o responsável pela morte de Chewbacca e de Han Solo (inclusive de forma idêntica ao destino do personagem no filme O Despertar da Força) além de enfrentar a Princesa Leia, agora Jedi, pois Luke tinha sido morto em Hoth. O Imperador descobre os planos de Vader e o derrota com os relâmpagos da força, e envia ordens para que o Império mate também o Dark Starkiller, que está meditando ao lado do corpo de Leia e “pressente” a ordem, abrindo os olhos em resignada determinação.

Dark Starkiller

Tanto o final do lado Jedi quanto o final do lado sombrio deixavam claro as intenções dos produtores em fazer mais um jogo e, pelo menos, encerrar a trilogia, o que realmente estava nos planos e chegou a entrar em desenvolvimento. O terceiro jogo traria Starkiller tendo que se unir novamente a Darth Vader, para enfrentar uma nova ameaça enviada pelo Imperador, e teria o encontro de Starkiller com novos personagens clássicos, mas quando a LucasArts foi vendida para a Disney, toda a divisão de jogos teve o seu desenvolvimento interrompido, incluindo o promissor Star War 1313, que mostraria os exércitos clônicos executando a famosa ordem de expurgo jedi e se tornando os stormtroppers, e que teve parte da jogabilidade adaptada no fraco Star Wars Battlefront .

A bem da verdade, a sequência pareceu um prato requentado com sabor de caça níquel, mas o jogo original foi um bem vindo sopro de originalidade na franquia, que soube como ninguém apresentar personagens novos inseridos dentro de um plot conhecido e que, sem sombra de dúvida, serviu de inspiração para O Despertar da Força, e nos trouxe provavelmente o melhor jogo já feito dentro do universo Star Wars.

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Marcio Fury

Escritor, revisor, colecionador e pai nas horas vagas. É o melhor no que faz, mas o que faz não é nada bonito.

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