Stargirl T01E04 – Wildcat
Stargirl T01E04 – Wildcat: Após os eventos mostrados no episódio 3 (Icicle), onde introduzem o ótimo Geada – líder da Sociedade da Injustiça – na série da Stargirl, o capítulo desta semana foca no primeiro recruta de Courtney para a sua nova Sociedade da Justiça: Yolanda Montez.
Não tem como não comentarmos sobre Icicle neste review, afinal foi um episódio com uma incrível carga dramática e uma incrível reviravolta no final, que no motiva a continuar acompanhando a história da jovem heroína de Blue Valley.
Wildcat marca a estreia de James Robinson nos roteiros do show, o que por si só da demonstra que a serie quer sim trabalhar todos os conceitos estabelecidos no cânon do universo de Starman. Robinson foi o escritor responsável pelo gibi do Starman dos anos 90, foi dele que veio Jack Knight e uma grande gama de personagens que acompanharam o personagem por anos.
E fica claro que a inclusão do roteirista foi essencial para incluírem sutis referências a esta grande obra dos quadrinhos. Particularmente gostei muito de citarem o Sombra como traidor da Sociedade da Injustiça. O que bate com a reformulação do ambíguo personagem feita pelo autor de Starman e uma incrível deixa para ele explicar o legado de Ted Knight ao criar o cajado Cósmico.
Mas se Wildcat não tem a carga dramática de Icicle, compensa com uma historia bem desenvolvida e sem pressa de Yolonda Montez a futura Pantera. Fazem um breve flashback da personagem onde mostram que antes de ser a “perdedora” da escola, ela era incrivelmente popular e que por uma falha em confiar ao namorado fotos intimas, viu sua vida mudar radicalmente.
Ok, esse é um assunto recorrente e traz um debate para os jovens de hoje e suas equivocadas atitudes de confiar cegamente nos outros. Particularmente até acredito que o namorado, Henry King Jr – o filho do Onda Mental – não seja o responsável pela exposição de fotos intimas de Yolonda, mas acho incrivelmente imbecil que as series ainda trabalhem essa segregação nas escolas americanas de populares, nerds, perdedores, atletas, líderes de torcida e tudo mais. É o puro creme da cultura americana sendo vomitada globalmente, mas sem contexto algum nos dias de hoje.
Logo, como consequência da exposição de fotos da personagem latina, ela se retrai completamente em um casulo longe de amigos e onde é oprimida até mesmo pela sua tradicional família, em que é tratada como a “vergonha”. Como se miséria pouca fosse bobagem ela ainda tem de lidar em ver o ex-namorado com outra, dia sim e dia também.
Esses detalhes dão um detalhe humano demais ao show que mantem uma qualidade absurda de estética e interpretações. Personagens estão sendo ainda estabelecidos, mas fui surpreendido com os poucos minutos de tela do Dr. Ito e ele aparentar ser tão ameaçador e cruel quanto o Geada e com requintes de crueldade surpreendente. Afinal o personagem mascarado solicitou o corpo de Wizard (vereador William Zarick, que foi morto no episódio anterior) para experiências, o que sugere que possamos em breve ver uma versão ressuscitada do Mago, mas sem a varinha mágica.
Por falar em Wizard, a história deu um direcionamento interessante à esposa dele, Denise Zarick, que aparentemente está desaparecida. Ela tentou fugir da cidade e posteriormente só mostraram o carro destruído, mas sem a varinha mágica que ela transportava, sem saber que tinha poderes (ou sabia?). Isso já dá pano para manga: é só desenvolverem esse plot e termos uma possível aliada da SJA contra os vilões que mataram sua família.
Sobre o recrutamento de Courtney, poderia dizer que foi o pior de todos, mas denotam a imaturidade da personagem em achar que a vida de heroína é fácil, mesmo mostrando em Icicle que a morte ronda de perto os mocinhos. Quem em são consciência aceitaria integrar uma missão suicida de acabar com vilões poderosos que mataram a SJA original, sem ter treinamento e tutelamento adequado? Pesquisar os poderes do Pantera na Wikipedia tem um tom cômico para não dizer trágico, e não duvido que tenham acessado a pagina real do personagem.
Devemos dar uns pontos extras para o episódio. Primeiro de tudo, Courtney com o pior discurso de recrutamento da história conseguiu convencer Yolanda a experimentar relutantemente o equipamento do Pantera, e tal como o traje do Homem-Aranha criado por Tony Stark no MCU, o uniforme se molda ao seu corpo com um efeito especial muito bem feito. Uma montagem mostra rapidamente alguns dos novos poderes de Yolanda, um dos quais, por algum motivo, experimenta suas garras na torradeira da cozinha. Poderia ter testado em uma arvore ou carro, mas em uma torradeira? Ok. Mas o traje ficou bem legal mesmo.
E ótima referência da Pantera escalando o prédio. Encarei com exatidão uma referência ao Homem-Aranha do Tobey Maguire ao subir um prédio pela primeira vez.
Enquanto Stargirl está reconstruindo a Sociedade da Justiça, a Sociedade da Injustiça também está se reunindo novamente. E mostraram que a diretora do ensino médio está de alguma forma relacionada à sociedade, e Jordan Mahkent/Geada recebe um curioso juramento de lealdade do Dr. Ito. E para aproveitar a deixa o vilão gélido solicita a criação de uma máquina para acelerar os planos para a “Nova América”.
O que eu achei particularmente interessante de Wildcat foi que fugiu do clichê básico da família como agente perdoador e pacificador para que a personagem pudesse seguir seu caminho. Quando tudo está dito e feito e a missão das duas foi um sucesso, Yolanda diz a Courtney que precisa recuperar sua própria vida antes de vestir uma fantasia. Parece o tipo de lição de moralidade que vem no final de um episódio de super-herói, certo? Quando Yolanda fica diante de sua família e faz um apaixonado apelo dizendo a eles que ela aceitou o castigo e se arrependeu de seu erro, ficamos completamente chocados com a reação da família diante da situação. Os pais de Yolanda apenas respondem dizendo que ela os envergonhou e que as coisas não podem ser do jeito que eram antes, a empurrando de volta para Courtney e a vida de super-heroína.
Yolanda se vê pegando o manto Wildcat porque sua família a trancou em uma gaiola emocional punitiva. Como personagem adolescente, ela está sob um conjunto diferente de circunstâncias dos nossos heróis habituais, e, portanto, suas opções de auto expressão são limitadas. Pantera é uma maneira de Yolanda encontrar uma nova identidade quando nem sua família nem seus colegas de escola a permitem recuperar sua antiga. Se isso não é fugir do clichê meu amigo, eu não sei o que seria.
Como conclusão seguimos acompanhando a série que mantem um ótimo nível. Me agrada a forma como estão desenvolvendo a história numa pegada semelhante ao gibi JSA All Stars. A revista tratava de introduzir os novos integrantes da Sociedade da Justiça para os dias atuais dos quadrinhos. E na prática Stargirl é isso mesmo: introdução da mitologia dos Starman, da SJA e de pano de fundo o desenvolvimento de Courtney como Stargirl e sua aceitação com o padastro Pat Duggan.
Prevejo muitas coisas boas para série principalmente após ver a lista de próximos episódios.
O próximo é a introdução do Homem-Hora e Dr. Meia Noite, então continue nos acompanhando que continuaremos destrinchando esta bela série.
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