Superman Ano Um – Parte Final
Superman Ano Um – Parte Final: Chegou ao fim a iniciativa FRANK MILLER de contar a sua versão dos primeiros anos da vida do SUPERMAN, e confesso que senti uma derrapada nesse tomo final!
Você se lembra: no primeiro volume um bebê é enviado em fuga para a Terra. Ele partiu de Kripton. Foi adotado, construiu uma vida feliz, passou seus primeiros anos na escola quase como um garoto normal. Conheceu Lana Lang e viveu com ela um amor tão inocente quanto os dois.
No volume 2, Clark deixa sua cidade em busca de seu lugar no mundo. Ele se alista na marinha americana e conhece Lori Lemaris no fundo do oceano, em uma versão de amor não tão inocente assim.
Nessa nova edição, o volume 3, Lois Lane está investigando alguma coisa nas profundezas do mar, então faz sentido o Superman estar alí. Algo dá errado e ela é resgatada. Ele a deixa em uma ilha deserta próxima e é atacado por militares. Eu não entendi nada. Umas 10 páginas com Clark apenas recebendo balas, pipocos, descargas energéticas, rajadas de fótons, sem nem se mexer. Ele praticamente dá um tapa no ar e todos desmaiam, ele leva Lois para terra firme.
Corta, Clark num trem indo para a cidade grande, uma oferta de trabalho num grande jornal. Aqui Miller brinca com muitos dos detalhes que fazem do Superman o personagem icônico que ele é: seu comportamento moderado enquanto está “vestido” de Clark Kent, a forma como ele decidiu por esse disfarce de rapaz comum, o momento em que ele coloca o óculos e seu chapéu dos anos 30. Perry White, Jimmy Olsen, Lex Luthor… está tudo lá… mas alguma coisa incomoda.
Miller certamente lembra de um Superman menos complexo do que o nosso, ou do que as pessoas com a minha idade se lembram. Miller está falando aqui de um Superman pré-Crise, de uma versão mais simples do nosso herói. Algo anterior ao filme de 79, inclusive.
Mas além disso há a adição sutil da visão política que Miller tem do mundo. Um comentário, uma primeira página de jornal com apoio a Trump exposta como um quadro nas paredes da redação do Globo Diário.
Miller não perdeu a chance de escrever novamente o personagem que o fez alcançar o estrelato, e nos mostra a sua visão de um primeiro encontro entre Superman e Batman, ainda que esse encontro tenha sido manipulado por Lex Luthor e Coringa. Não fosse a intromissão de uma certa mulher maravilhosa (não foi a Martha), a treta teria causado problemas pro homem-morcego dessa vez.
Há uma passagem entre o Superman e Mulher Maravilha no final que tenho certeza que Miller escreveu rindo. Esse spoiler eu vou segurar, ele merece que você o leia.
Enfim, apesar de não concordar com a visão de Frank Miller pro escoteiro Superman, me diverti a valer lendo-a. Os desenhos de John Romita JR. continuam matadores, ainda que alguns considerem que seus dias de glória já passaram.
Esse gibi foi publicado dentro do selo Black Label da DC Comics e publicado por aqui pela editora Panini, confira aqui.
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