The Boys Are Back in Town – Começa a Segunda Temporada!
The Boys Are Back in Town – Começa a Segunda Temporada: Saudades dos filmes da Marvel, popnauta? Ansioso pela versão de Zack Snyder de “Liga da Justiça”? Bom, temos uma novidade pra você: The Boys, a série do Amazon Prime baseada no gibi de Garth Ennis e Darick Robertson é melhor que tudo isso – em vários aspectos.
A Trama Se Complica
Começa pela história. O que poderia ser apenas uma sequência de cenas escatológicas (apenas o que muitas pessoas conseguem ver nos gibis escritos pelo irlandês Ennis), começou a desenvolver um plot cada vez mais refinado, envolvendo vingança, erros, egos, mentiras e, principalmente, lealdade – esse sim, um tema recorrente em séries como Hitman e Preacher. A violência, cada vez mais explícita, não é uma muleta para a história. O roteiro é muito bem desenvolvido, tem mostrado situações cada vez mais tensas e eletrizantes, não subestima a inteligência do espectador e nos deixa sem saber o que vem pela frente.
Billy e seus “garotos” são agora criminosos procurados! Os Sete têm uma nova integrante! Profundo está tentando fazer as pazes com o passado! E o que vai acontecer quando Trem-Bala sair do coma? Será que ele vai entregar Luz-Estrela? E o romance dela com Hughie, vai bem?
Tudo isso, claro, depois de Billy “Bruto” descobrir que sua esposa está viva e teve um filho – com o Capitão Pátria! O “herói” favorito da América resolve se aproximar do garoto – quer a mãe dele goste da ideia ou não. O problema é que ele não tem mais Madelyn Stillwell para mantê-lo em rédeas curtas, o que deixa o Superman demente livre para fazer o que bem entender.
Os Astros Brilham
Não basta termos um sensacional Karl Urban dando ainda mais personalidade a Billy Bruto, Antony Starr sempre espetacular como o Capitão Pátria e Erin Moriarty realmente brilhando como Luz-Estrela (sem trocadilho). Não, popnauta – nada disso. O elenco tem as bem-vindas adições de Aya Cash, como Tempesta, e Giancarlo Esposito, como o chefão da Vought, Stan Edgar. Os dois conseguem roubar a cena com performances muito convincentes dos dois canalhas-mór desta temporada.
Claro, nosso garoto Jack Quaid caiu como uma luva no papel de Hughie. Ele quer tomar as decisões, fazer a coisa certa e não depender, em hipótese alguma, do odioso Billy. O problema é que, nesse mundo, ele ainda é um amador – e não vai conseguir fazer seus planos darem certo sem correr grandes riscos!
De Encher Os Olhos
A série tem vários ótimos momentos de efeitos especiais, principalmente no terceiro episódio. No geral, eles são usados sem exagero – o mais importante é pra onde a trama vai. Nós já conhecemos os uniformes dos principais personagens (e Luz-Estrela continua sendo forçada a usar um traje absolutamente revelador), então o uniforme de Tempesta acaba sendo um pouco decepcionante, por ser o couro escuro genérico. Porém combina bastante com a personalidade dela, ofuscando o solar Capitão Pátria.
Dá pra perceber também que o orçamento está mais encorpado nessa temporada, com locações maiores e internas muito bem trabalhadas. Com a série já renovada para uma terceira temporada, podemos esperar ainda mais cuidado na produção.
O Veredicto
Esses três primeiros episódios realmente subiram a régua de tudo que vinha sendo feito até aqui. Se os episódios da primeira temporada definiram o rumo, daqui pra frente é só ladeira abaixo – o que é uma péssima notícia para os garotos. Não resta a menor dúvida que o gênero super-heróis precisava de um fôlego novo, que fosse absolutamente original e criativo. The Boys é esse oásis, contestador e provocativo – (“essa nova versão do Joss realmente é muito boa”, diz o Capitão Pátria ao ver os storyboards do filme que contará a origem dos Sete, completo com trilha de Hans Zimmer e acusações de objetificação feminina). Esse talvez seja o grande trunfo da série: ela coloca o dedo na ferida em questões sérias, como assédio (na primeira temporada) e empresas que lucram com tragédias (talvez a maior ironia de todas, já que ninguém está enriquecendo mais que Jeff Bezos com a pandemia).
The Boys não foi feita apenas pra chocar gratuitamente. Ela foi feita pra dar algo em que pensar. Há muitos vilões e heróis lá fora com papéis invertidos perante a opinião pública. E, não importa para onde você corra, haverá sempre alguém mais poderoso puxando as cordas por trás de tudo. A única chance de sobrevivência nesse cenário está em podermos contar uns com os outros – aquele tema em que Garth Ennis sempre foi brilhante e o produtor Eric Kripke entendeu tão bem.
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