The Dirt, a história do Mötley Crüe na Netflix

The Dirt, disponível no Netflix, traz a biografia autorizada da banda Motley Crue, que alcançou um absurdo sucesso nos anos 80/90.

Baseado no livro The Dirt – Confessions Of The World’s Most Notorious Rock Band, de 2001 e escrito a dez mãos pelos integrantes da banda (Nikki Sixx, Tommy Lee, Mick Mars e Vince Neil) e Neil Strauss (escritor, jornalista e ghostwriter), o filme retrata a ascensão e queda da banda, seus excessos e dilemas. O filme é dirigido por Jeff Tremaine e tem roteiro de Rich Wilkes.

Mesmo mostrando grande parte das loucuras cometidas pelo quarteto no decorrer da carreira, o filme não trouxe à tela muito do que foi o hedonismo praticado pela banda, como o episódio onde Sixx transa, na saída do palco, com a namorada menstruada de Tommy Lee ou quando a dupla tentou (e conseguiu) pular em um trem em movimento.

Ainda ficou de fora a tentativa de Nikki Sixx de seduzir a mãe de Tommy e o concurso que fizeram para ver quem conseguia transar com mais garotas e ficar mais tempo sem tomar banho.

Rich Wilkes entrega um roteiro enxuto e as atuações são apenas medianas, tirando uma ou outra cena de Douglas Booth no papel de Nikki Sixx, o que torna muito menor a compreensão da fama, dos desperdícios, dos vícios e excessos cometidos pelos protagonistas. Fica difícil de comprar tanto a sensação de farra quanto os dramas vividos, como a morte da filha de Vince Neil, vocalista da banda. A atuação fraca de Daniel Webber tira todo o peso do acontecimento. Iwan Rheon, de Game of Thrones, poderia ter sido melhor aproveitado como Mick Mars, mostrando mais sobre a doença que acometia o guitarrista e Machine Gun Kelly, rapper que já atuou em alguns filmes, é apenas esquecível na pele de Tommy Lee.

O verdadeiro Motley Crue

A direção também deixa a desejar, não trazendo ao filme a percepção temporal. Assistindo temos a impressão que a carreira do Motley Crue, que durou de 1981 até 2015, teve apenas 4 ou 5 anos. Muito disso se deve também ao trabalho de edição, figurino, etc…

No fim, temos um filme nota 6 pelo fator diversão e pelo fato de apresentar ao público alguns trechos sombrios, trazidos sem muito mimimi, sobre uma banda que poderia ter sido muito mais famosa caso não seguissem tão ao pé da letra a cartilha “sexo, drogas e rock’n’roll”.

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Fabiano Souza

CAPITÃO no meio campo, escreve textos e destrói falsos deuses antes do café da manhã

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