The Mighty Ducks: Game Changers – Bombay domina!
Continuando nossa maratona de The Mighty Ducks: Game Changers, assistimos mais 3 episódios (s01e05, s01e06 e s01e07) da nova série do Disney+ e temos agora um parecer bem mais amigável. Quer saber o por quê?
Bombay!
Como já comentamos aqui, a série estava sofrendo de altos e baixos bem significativos e desvalorizando sua própria “prata da casa” em detrimento dos novos personagens. Porém o 6º episódio da 1ª temporada mudou tudo, e quando eu digo tudo é realmente tudo. Principalmente no que diz respeito ao cânone da série.
Os roteiristas de Game Changers tinham um pepino nas mãos que era adaptar um clássico dos anos 90, que respeitasse o que já fora apresentado com atualizações para uma nova geração curtir. Com isso em mente, até o 5º episódio parece que estamos assistindo uma série juvenil genérica, coisa que já foi feita de melhores maneiras em uns 200 seriados, com muitas soluções fáceis. “Dramas” como o pai ausente do protagonista, ou a briga da patricinha popular com a nerd que faz cosplay do Nem Tenta, são pequenas ilustrações de por onde a série caminha. Porém, em alguns casos, eles se superam de maneira positiva.
De todas as pequenas histórias que acompanham os personagens, e que servem para nos mostrar um pouco mais de seus respectivos desenvolvimentos, a mais significativa era de Kobe (o goleiro), uma criança que se isolou e passou a ocupar seu tempo com os games e aplicativos do smartphone, deixando de interagir com as crianças de sua idade. É um problema relevante e que, sim, deve ser tratado com seriedade. Game Changers tratou a questão com carinho e leveza para o público.
Chegamos ao 6º episódio e o roteiro de Game Changers nos surpreendeu, e foi uma grata surpresa! A equipe original dos Patos ou, pelo menos, alguns jogadores que estiveram em Mighty Ducks 2 e 3! Intitulado “Spirit of the Ducks”, o episódio serviu como uma espécie de passagem de bastão do antigo time, dirigido pelo bom técnico Bombay, para o Nem Tenta, mostrando que o novo time azarão carrega o verdadeiro espirito dos Patos.
O mais interessante de tudo é que Bombay foi trabalhado de uma forma muito legal. De um lado mostrou que os dirigentes dos Patos ignoram o antigo trabalho do personagem de Emilio Estevez, preferindo reverenciar o atual treinador em uma grande festa. E como desgraça pouca é bobagem, ainda não o convidam para o evento. Isso gera uma situação desconfortável com os integrantes originais, que acham que Bombay os está ignorando.
Spirit of the Ducks foi responsável por justificar de maneira verdadeira e original que Bombay precisava retornar. Não só para recuperar o seu prestígio perdido ou honrar seu legado, mas para trazer o melhor de si, para se tornar uma pessoa melhor sem a necessidade de carregar as dores ou amarguras do passado por causa de seus erros. O episodio foi tão bom que até mesmo a forma do personagem de Esteves pedir emprego para Alex (Lauren Graham) como técnico-assistente mostrou o quão humilde de coração ele estava e, mais importante, trilhando o caminho certo de sua restauração.
O mais legal da participação do elenco original foram as referências, mostrando que alguns casaram e tiveram filhos, outros se tornaram motoristas de limusine, construtores e até mesmo senadores. Mesmo que Charlie, interpretado originalmente por Joshua Jackson (Fringe) tenha sido mencionado, ele não apareceu. Certamente a produção deve estar aguardando esta importante carta para jogá-la num momento oportuno.
Porém, o retorno de Bombay ao batente criou um problema no último episódio, que foi ao ar no dia 7/05. O que Alex Morrow fará agora já que alguém realmente capacitado tecnicamente está treinando o Nem Tenta? Porque, sinceramente, ela não é técnica, não tem conhecimentos e sequer traquejo com o que o cargo exige. O time ganhou um jogo, num lampejo de craque de seu filho porque ele estava entusiasmado com a presença do pai. A única boa jogada do time foi de uma ajuda do personagem de Estevez. Então fica esse questionamento durante o s01e07.
E se encontramos o céu em “Spirits of the Ducks”, voltamos ao inferno neste “Pond Hockey”. Apesar de mostrar o quão acertado foi Bombay ter retornado para treinar, afinal agora os garotos e garotas do time estão aprendendo técnicas pra fortalecer o entrosamento e qualidade do passe, temos no final a resposta para o destino de Alex no Nem Tenta: continuar com o posto de treinadora.
Isso para mim foi o mais ridículo, toda a linha argumentativa que Bombay usa para manter Alex como treinadora e todas as qualidades listadas por ele a apontam mais como gerente (“manager”) do que como uma treinadora. Ela não tem o perfil e nem os conhecimentos técnicos, mas mesmo assim a série a mantem por pura demagogia, de que “ela pode ser o que quiser”, frase dita pelo filho no 1º episódio.
Detalhe, de que para o time vencer eles usaram um treinamento inventado pela Alex completamente surreal em que a base é a confiança entre os jogadores: eles ficaram de olhos fechados durante uma jogada faltando poucos segundos. Muito bonitinho na teoria, mas impraticável em uma situação de jogo. O roteirismo fez vencer, porque o time adversário, que poderia facilmente apertar a marcação em jogadores que não enxergam, simplesmente deixou eles fazerem o que quiseram.
Ponto super negativo para uma vitória sem graça, sem garra e que apela para o surreal. Aliás, pelo menos nesse jogo podemos ver que na parte técnica eles realmente melhoraram, mas um empate faria mais sentido – e seria mais justo.
“Pond Hockey”também trouxe as consequências de Evan ter ido treinar nos Patos sem contar para seus colegas de time e o novo técnico-assistente precisa lidar com esses dramas juvenis.
E são nesses pequenos detalhes em que a série se perde e deixa um gosto amargo na boca no final. Tecnicamente, porém, a serie esbanja qualidade, a fotografia e o cenário nesse ultimo episódio em que o time treina hockey – um lago congelado de verdade – são perfeitos. E Emilio Estevez segue dominando a série, sendo a alma do show.
Faltam 3 episódios para completar a primeira temporada e eu torço muito para que fuja do clichê, mesmo que isso remeta às origens dos Patos, de transformar os azarões em candidatos ao título. Pois, se querem experimentar um tom diferente e fugir da mesmice, poderiam mostrar que o caminho das estrelas não é tão fácil quanto Evan disse no começo da temporada, banalizando os times que treinam duro o tempo inteiro. Mas se continuarem apostando no erro de manter a Lauren Graham como técnica, Game Changers pode queimar alguns cartuchos antes do fim.
Seguimos na torcida e espero que continue nos acompanhando com essa “Maratona Mighty Ducks“!
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