“Toda história dos X-Men é a mesma”
A mesma (porém diferente) história dos X-Men por Matthew Rosenberg
(Contém spoilers sobre publicações que ainda não saíram no Brasil)
Olá Popnautas, sou o Matheus (mais conhecido como Porks) e, se possível, estarei aqui quinzenalmente para escrever sobre as novidades do mundo mainstream dos gibis lá de fora que serão (ou não, né Panini) publicados por aqui logo mais.
Para
começar bem, nada melhor que escrever sobre a mensal dos heróis mais temidos e
odiados por um mundo que juraram proteger, considerados párias da sociedade.
Sim, os Vingadores da Costa Oeste mutantes mais famosos dos gibis.
Não é de hoje que os X-Men sofrem nas mãos dos mais diversos escritores. Depois da excelente série do mestre Grant Morrison, os portadores do gene X sofreram alguns bocados, oscilando boas fases com Jason Aaron (Original Sin e Thor) e Joss Whedon (Os Vingadores / Era de Ultron), e péssimas fases com os escritores em ascensão na época, como Kieron Gillen, Cullen Bunn e Matt Fraction. Houve até uma tentativa frustrada com o astro Brian Michael Bendis no comando, mas não passou de uma fase mediana. Então, coube a missão de restaurar a franquia aos novos “young guns” da Marvel: Matthew Rosenberg, Ed Brisson e Kelly Thompson.
Rosenberg veio com seu excelente run em Astonishing X-Men, ressuscitando o O*N*E* (“Office of National Emergency” – “Escritório de Segurança Nacional” em tradução livre) com Robert Gallaham como diretor, uma releitura militar de Bastion, usando os Carrascos como armas. Do outro lado, temos Ed Brisson arrumando o terreno com a mini série Extermination, dando um fim à estadia dos X-Novinhos no presente.
Logo após o fim das duas revistas, Kelly Thompson se junta aos dois para co-escrever a volta do maior título mutante desde sua criação: Uncanny X-Men. O run todo, no total de 10 edições, corre em volta de Nate Grey, o X-Man, famoso mutante da década de 90, oriundo da Era do Apocalipse. Ele volta com o mesmo propósito de seu arqui-inimigo, o Apocalipse. No final destas 10 edições, a maioria dos mutantes desaparece em uma batalha contra o X-Man, sendo aí que, finalmente, começa o melhor run de X-Men desde a era Morrison.
Em um
longo resumo, já na primeira página da edição 11, Rosenberg começa com a
frase que dá o título desse texto, e mostra a volta de Ciclope (sim, o
verdadeiro, não aquela esquete que ele virou pós Cisma) lidando com a perda de
seus irmãos mutantes e juntando os cacos com quem ainda está vivo (lógico que
os mutantes não morreram, estão presos na cabeça do Nate Grey e suas histórias
estão sendo contadas na saga Age of X-Man). Ciclope consegue reunir uma equipe
bem lado B, com a volta de Wolverine, os Novos Mutantes e até o Fanático, e
saem à caça dos maiores inimigos dos X-Men, como o Fera Negro, Sinistro e até
mesmo a MLF – Mutant Liberation Front (Frente de Liberação Mutante).
Porém, com o passar das edições, se mostra que Ciclope está sendo manipulado por Emma Frost, Rainha Negra do Clube do Inferno, que apagou sua existência das mentes dos mutantes e está sendo forçada a trabalhar para Gallaham. Após a (re)descoberta da existência de Emma, quando Cain Marko perguntou por que ela não estava na lista de Cyke (Cytorakke, lembram?), a vaca vai literalmente pro brejo e o confronto entre os Mutantes e a O*N*E* acontece.
Fica claro que o plano de Rosenberg para os X-Men era ter mais tempo para desenvolver sua trama, o roteiro corrido das últimas edições evidencia esse problema. O clima das publicações remetia à era de ouro dos X-Men, nos longínquos anos 80/90, era sim revolucionário, pelas decisões audaciosas do autor, mas tinha em seu âmago a alma de um bom conto mutante, como se deve ser.
A última edição promete amarrar todas as pontas soltas deixadas por Matthew, que na prática provavelmente não valerá de nada, já que Jonathan Hickman escreverá uma espécie de Reboot da franquia. Mas manteremos em nossa imaginação de como seria se Rosenberg continuasse no título. Não sou fã do Hickman, mas tenho fé que possamos ter algo de bom com o futuro escritor, sempre lembrando que para termos uma boa revista mutante não precisa reinventar a roda, já que toda história dos X-Men é a mesma…
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