Um Ano de Popsfera – Como Vim Parar Aqui – (Raul Kuk o Mago Supremo)
Um Ano de Popsfera – Como Vim Parar Aqui – (Raul Kuk o Mago Supremo): Quando eu era criança, não ganhava gibis sempre. Ganhava até bastante, mas não era sempre. Minha infância foi marcada por muitas restrições e internações – eu tinha bronquite, então não podia fazer tudo que eu queria, tudo que qualquer outra criança fazia (pode ser um choque pra você, porque eu não aparento, mas sou um pouco mais velho do que vocês imaginam e, quando eu era criança, não haviam tratamentos tão eficazes pra bronquite).
Com isso, eu passei muito tempo em duas companhias: a TV e os gibis. E, em ambos, o que mais me chamava a atenção eram os super-heróis. (Com o tempo, eu descobri que muitos amigos e até profissionais da indústria chegaram aos gibis de forma parecida.)
Na TV tinha a antiga série do Batman estrelada por Adam West e Burt Ward, uma série de um Homem-Aranha bem desanimado, o Hulk de Lou Ferrigno, a Mulher Maravilha de Lynda Carter e uma profusão de desenhos animados. Nos quadrinhos, qualquer coisa com um hominho de capa voando me deixava feliz. Quer dizer, mais ou menos.
Como eu disse, não ganhava sempre. Então eu lia o mesmo gibi de capa a capa várias vezes. Lia os anúncios publicitários e adorava as sessões de carta. E ali sempre tinha algum leitor fazendo alguma pergunta sobre um personagem que eu nunca tinha ouvido falar, ou uma história que eu nem imaginava que existia. Aquilo foi instigando minha curiosidade sagitariana e, cada vez, eu queria saber mais. Sobre personagens, histórias, sagas, títulos…
Quem é o Beyonder? O que foi a Crise nas Infinitas Terras? Onde foi parar a Sociedade da Justiça? Por que o Capitão Marvel morreu?
Aos poucos fui correndo atrás dos gibis – e das sessões de cartas – que tinham essas respostas. Ler pela primeira vez coisas como Odisséia Cósmica, Mundo Gavião, A Queda de Murdock, A Última Caçada de Kraven, Quarteto Fantástico de John Byrne, Monstro do Pântano do Alan Moore, Sandman, Questão, Arqueiro Verde… O universo dos gibis era infinito. Eu podia ficar ali pra sempre, descobrindo novos mundos, e nunca mais voltar, nunca mais ter que me preocupar em ficar doente de novo. E eu queria sempre mais. A coleção foi crescendo e minha nerdice se estendeu pra outra área: a música pesada. Mas os super-heróis sempre me acompanharam, seja nos gibis, filmes, desenhos, séries, animações, brinquedos… Mesmo na música, eu tinha meus heróis, como Alice Cooper e Rob Halford. E cada vez mais essas paixões foram se aproximando de outra, que formei ao longo dos anos como consequência de muita leitura: escrever.
Então, em dezembro de 2017, no primeiro Kukapalooza (a celebração do meu aniversário), pude bater um papo com meu amigo Fabiano Capitão, onde ele me sugeriu: “Vamos fazer um site!”. Só nós dois não daríamos conta, então tentamos agregar outras pessoas que não só tivessem “talentos específicos” como também partilhassem de nossas paixões obsessivas. O Daniel Dreadstar, marvete inveterado e pau pra toda obra, capaz de aprender edição de vídeo – e ficar cada vez melhor nisso; Pai Fader, com as ideias mais insanas, geniais e absurdas que alguém poderia ter; Puyol, nosso CTO, se tornou um expert em WordPress – além de decenauta inveterado e fanático por séries; Augusto Velazquez, nosso homem de mídia e marketing, com visão de negócio e muita, mas MUITA vontade de trabalhar; Ricardo Chubis, nosso artista e disléxico de plantão, sempre procurando ajudar com seu talento e criatividade ímpares; Márcio Fury, de poucas palavras e opiniões fortes, de clareza nos argumentos para colocar as coisas no rumo certo quando precisamos. E, finalmente, Renan Rennxxx, que se tornou o coração do Popsfera, sempre disposto a fazer o que for preciso pra entendermos nosso papel como portal de entretenimento.
Já escrevi pra outros sites antes, fiz bons amigos e, claro, aprendi muito no caminho. Mas nada como o Popsfera. Não há nenhum outro lugar em que eu gosto mais de exercitar minha criatividade. Não existe companhia melhor que a desses caras – e esperamos que, cada vez que você ler um de nossos textos, consiga “entrar” no Popsfera pra sentir essa energia de algo que começou como um animado bate-papo em mesa de bar. E queremos que continue assim, mas com cada vez mais pessoas ao redor e nos mantendo fieis a nossos compromissos: informar, divulgar e fomentar.
…e uma ou outra loucura nos intervalos!
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