Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!)

Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!): Por mais que me doa dizer isso, o serviço de streaming DC Universe falhou feio com esta animação. Harley Quinn é um bizarro erro numa sequência de acertos (Doom Patrol, Titãs e Monstro do Pântano).

Entendo que o DC Universe esteja dando diversidade para o público e não se utilizando de fórmulas de sucesso e as repetindo à exaustão. Eles merecem, sim, os parabéns por tentar algo novo e sair da zona de conforto. Mas assistindo a nova série de animação da Arlequina fica bem claro, desde o primeiro minuto, que não é uma animação convencional.

Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!)
Nenhuma mente está preparada para um Coringa Machista

Sinceridade, fui de coração e mente aberta para assistir esse piloto e me decepcionei muito. Mais parece uma série para dizer que fala palavrão com violência excessiva…. “nossa! estamos quebrando a banca,” devem ter pensado os roteiristas ao criar algo tão porco e sem noção quanto esta pequena animação de pouco mais de 20 minutos.

Se houvesse uma história boa, ao menos me sentiria menos lesado. Mas o que vemos é uma sequência sensacionalista de violência, sangue, ossos quebrados com marretas e bastões, cabeças explodindo e… nada.

Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!)
Excesso de sangues e tripas? Você não viu nada

Bom, pra não dizer que há nada, há um pequeno fiapo de história. Arlequina quer ser considerada parceira do Coringa e não apenas a namorada descartável que só serve para o vilão usar de escudo. Nesse ínterim, ela é presa no Arkham com a promessa de que seu “pudinzinho” iria libertá-la. Passa-se um ano e ela ainda está na esperança de que seu amado venha buscá-la e… nada. Em dado momento, Hera Venenosa, com quem é afeiçoada, liberta Arlequina da cela e tenta mostrar a realidade de que ela vive uma relação abusiva e estereotipada.

Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!)
Não duvido nada que em alguns episódios já não tenha cenas de sexo sem censura

Hera então arma um nada engenhoso plano, envolvendo Coringa, Batman e o Charada. Isso escancara a realidade para Harley e é aí que ela decide se emancipar do Coringa. Lembra algo? Se pensou no plot do filme das Aves de Rapina, acertou.

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Seria machismo reconhecer que este Comissário Gordon é um baita personagem?

Mas os personagens são tão vazios e sem personalidade que não dá sequer vontade de escrever sobre a animação, exceto por um ótimo Comissário Gordon neurótico. O resto é uma gangue repetitiva com personagens estereotipados ao extremo. O Coringa, por exemplo, é mostrado como um machista abusivo, para tentar dar um toque de contemporaneidade à história.

Além de tudo isso, Harley Quin é uma animação muito malfeita graficamente. Peca nas cenas de ação e violência. E as lutas soam forçadas e feias. Recentemente, a Forbes fez uma crítica muito positiva a esta animação, dizendo que um ponto forte seria a semelhança com a série Batman Animated, dos anos 90. Na minha humilde opinião, acho que o colunista foi um tanto exagerado, quase como se essa crítica tivesse sido feita a toque de caixa (se é que me entende, né?). Há sim uma leve semelhança. Mas é só isso. Associar essa atrocidade com uma animação clássica é querer corromper um legado de desenhos que vieram nessa esteira. Então, não obrigado…

Harley é dublada por Kaley Cuoco, da série The Big Bang Theory, Lake Bell dubla Hera Venenosa, e o resto do elenco inclui nomes como Alan Tudyk, Jim Rash e Diedrich Bader como Batman. Mas a melhor adição ao elenco só pode ser Christopher Meloni, que fez um Comissário Gordon sensacionalmente fora da caixa e completamente doido.

Confiança é a palavra, não é?

O DC Universe confia tanto nesta animação que já encomendou a primeira temporada completa com 26 episódios. E para o tipo de censura R (o mais alto para séries e filmes), demonstra um baita apoio para o time de criação.

Vimos o piloto de Harley Quinn (e é horrível!)

Mas se o objetivo era fornecer um material violento, que fizessem ao menos uma boa história e não essa tentativa ofensiva de remendo de enredo de quinta categoria. Peguem o exemplo da serie Titãs do mesmo serviço de streaming, onde utilizam a violência não como uma muleta, mas como uma ferramenta. A diferença? Se tirarem a violência da equação da série dos Titãs, sobram boas histórias, personagens bem adaptados e carismáticos e um bom enredo. Agora, após ver esse piloto da série, tire a violência e o que sobra? Bem isso, caro popnauta. Não sobra nada.

Estou sendo injusto? Pode ser, já que geralmente leva uns cinco episódios para uma série se estabelecer de verdade e conquistar o público. Mas com base nesse fraco e ridículo piloto, temo que não tenha algo muito melhor por vir.

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Puyol Miranda

Uma simples testemunha da humanidade, que presencia todos os dias as grandes maravilhas de Deus. Além de presenciar o mais lindo momento de uma etapa de crescimento, me tornar pai. Sou analista de ti, leitor de quadrinhos, decenauta convicto e amante da tecnologia.

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