Assistimos Vingadores Ultimato
ESTE TEXTO CONTEM SPOILERS DO MAIOR FILME DE TODOS OS TEMPOS, ENTÃO SE AINDA NÃO ASSISTIU, PARE DE PERDER TEMPO NA INTERNET E VÁ VER O FILME (MAS ENQUANTO ESPERA INUTILMENTE PELA CENA PÓS CRÉDITO – SPOILER: NÃO TEM – VOLTE AQUI E LEIA NOSSA OPINIÃO A RESPEITO)
VINGADORES… AVANTE!
11 anos, 22 filmes, mais de 46 horas, 18 BILHÕES de dólares de bilheteria. A transformação de uma editora de quadrinhos em um dos estúdios de cinema mais sólidos e mais lucrativos de todos os tempos. O planejamento e a visão de um homem se mantendo acima de tudo e de todos.
A História do Cinema sendo escrita diante de nossos olhos.
E o sonho da vida de um garotinho que pegou o primeiro gibi dos Vingadores aos oito anos de idade se tornando realidade depois de mais de três décadas.
Amigos, VINGADORES ULTIMATO é tudo isso que vocês estão ouvindo, só que elevado ao quadrado. É o término de uma jornada épica, a conclusão de uma mega saga criada com muita paciência, cuidado e dedicação, a culminação de dez anos de trabalho e planejamento. O reconhecimento ao trabalho iniciado por Jon Fraveau, pavimentado por Joss Whedon e finalizado com perfeição pelos Irmãos Anthony e Joe Russo.
O encerramento de um ciclo iniciado por Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Scarlet Johansen, Jeremy Renner e Mark Rufallo… O fim de uma estória que vimos nascer, ganhar cada vez mais novos personagens, se aprofundar sobre eles e chegar, finalmente, a uma catarse emocional e visual sem precedentes.
Depois dos extraordinários eventos vistos no final de Guerra Infinita, encontramos nossos heróis – e o planeta Terra – tentando se recuperar dos efeitos do SNAP de Thanos. Todos estão quebrados, carregando o peso do mundo nos ombros, sentindo-se responsáveis pela morte de TRILHARES de seres, e alguns – que deveriam ter mirado na cabeça – acabam se sentindo mais culpados do que os outros.
Thor se ressente por não ter mirado na cabeça. Stark se ressente por seu plano de “colocar uma armadura em volta do mundo” ter dado errado. Steve Rogers se ressente por não ter sido capaz de deter a dizimação. A trindade – A VERDADEIRA TRINDADE – está com a moral abalada, e a arrogância e prepotência da recém-chegada Capitã Marvel, prometendo ser capaz de derrotar Thanos sozinha, não está ajudando ninguém.
Mas Rocket consegue rastrear Thanos. Os heróis vão atrás dele dispostos a fazer com que o vilão reverta os efeitos nefastos do SNAP, mas quando chegam ao Jardim, planeta onde Thanos está escondido, descobrem que ele “usou as jóias para destruir as jóias”, para impedir justamente que alguém pudesse tentar desfazer aquilo que ele considera sua “obra prima”.
Dessa vez Thor mira na cabeça, e decapita o Titã Louco.
E ainda estamos nos 20 minutos iniciais do filme.
ULTIMATO é um epílogo de tudo o que a Marvel Studios trouxe desde que Robert Downey Jr falou “Eu sou o Homem de Ferro”. É um filme que te faz rir – muito – mas que também emociona, faz pensar e, acima de qualquer outra coisa, empolga.
E empolga MUITO.
Se em Guerra Infinita até a sala de cinema mais culta e educada reagia de alguma forma à chegada de Thor em Wakanda, dessa vez até a ala de pacientes em coma de um hospital gritaria de prazer quando o Capitão América levanta o Mjolnir e dá uma merecida surra em Thanos.
E se sua sala de cinema ficou impassível quando o Capitão América grita, depois de dez anos de espera, VINGADORES… AVANTE, sinto dizer… Mas você assistiu ao filme dentro de um necrotério!
Ultimato tem várias camadas e sabe lidar perfeitamente com seus muitos personagens, mas acima de qualquer outra coisa, ele trata com um imenso carinho os Vingadores “originais”.
Viúva Negra, Hulk, Gavião Arqueiro, Thor, Homem de Ferro e Capitão América são os grandes destaques do filme, especialmente a “trindade”. Ultimato é acima de qualquer outra coisa o encerramento do ciclo desses primeiros Vingadores, e a Trindade tem um tratamento especial.
Thor teve um grande arco de descobrimento dentro do MCU, saindo de um personagem arrogante que achava que já tinha o que era necessário para ser rei, aprendendo uma lição de humildade ao viver junto com seus companheiros de Midgard, finalmente encontrou seu verdadeiro destino puxando mais para a comédia do que para o lado sombrio, desbloqueou o uso total de seus poderes, perdeu literalmente TUDO e terminou o filme abrindo um novo leque de possibilidades, deixando Nova Asgard sob os cuidados da Valkyria (Tessa Thompson) decidindo embarcar em buscar de novas aventuras com os Guardiões da Galáxia (ou Asgardianos da Galáxia), provando que o vínculo criado com Rocket no filme anterior era ainda mais profundo do que pensávamos.
Tony Stark deixou a arrogância de lado e, ao longo desses dez anos, amadureceu, conheceu o amor ao lado de Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), entendeu que não podia salvar o mundo sozinho, foi um dos poucos que conseguiu construir uma vida feliz depois do SNAP e, que mesmo assim, se sacrificou para salvar o mundo. Foi uma grande viagem para o gênio, bilionário, playboy e filantropo, que sempre “buscava uma saída”, ter aceitado que em 14 milhões de futuros possíveis, a única chance que eles tinham era ele mesmo usar a manopla e apagar Thanos da existência, mesmo que isso significasse morrer e deixar sua amada Pepper e sua filha Morgan sozinhas.
“Nós vamos ficar bem”, disse Pepper para um debilitado Tony Stark.
Infelizmente nós, meros expectadores, não podemos dizer o mesmo.
Mas quem teve o maior destaque no filme, pois claramente é o personagem preferido dos Irmãos Russo (Que Deus mantenha a saúde dos dois) foi certamente o Capitão América. Não somente ele teve um papel claro de liderança na batalha que derrotou Thanos, também teve as melhores cenas de ação, alguns dos melhores diálogos e, honestamente, um final espetacular.
Digno
Depois de tudo o que sacrificou, depois de tudo pelo que lutou, Steve tomou para si a responsabilidade de devolver as Jóias do Infinito para o mesmo momento temporal em que elas foram retiradas, a fim de evitar alterações significativas na Linha Temporal. Mas quando acabou sua missão, decidiu experimentar “aquela vida que Tony tanto falava” e voltou para 1945, para finalmente ter sua dança com o grande amor da sua vida, Peggy Carter (Hayley Atwell).
Após tantos anos acompanhando as lutas e o sacrifício do Capitão América, encerrar os dez anos de MCU com aquela singela dança foi uma forma dos Irmãos Russo mostrarem que no fim, tudo valeu a pena, e o personagem pôde finalmente ter uma vida maravilhosa ao lado da mulher que amava, mesmo que para isso, de alguma forma, fosse necessário sacrificar o legado do Capitão América para o nosso mundo.
Antes de ir em sua jornada pelo tempo, Bucky Barnes (Sebantian Stan) abraçou seu melhor amigo e disse “Eu vou sentir sua falta”.
Eu sei, Bucky. Acredite em mim, eu sei.